quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Cuidados com o Recém Nascido



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O bebê nasceu! Iniciando os cuidados com o recém-nascido (RN)
Por meio deste texto queremos oferecer uma orientação quanto aos cuidados com o bebê, focando no início da vida dele fora do útero.
Os primeiros cuidados podem ser feitos por você mesma. Se o parto foi natural isso fica mais fácil, mas se precisar de ajuda não hesite em pedir e aceitar. No entanto, tenha em mente e procure deixar explícito para as pessoas que a ajuda não é uma apropriação do bebê. Assim, mostre como você quer cuidar do seu filho e quem ajuda precisa respeitar suas escolhas.
Cuidados com o coto umbilical
Após o corte e o clampeamento do cordão umbilical, resta o coto, que deve ser cuidado até que caia. A média é sete dias, mas há casos que vão de 3 dias a 15 dias ou mais. Portanto, não se assuste, é normal demorar mais, desde que não apresentar mal cheiro ou secreção, embora pequenos sangramentos sejam normais. O coto não deve ser abafado, por isso algumas fraldas, inclusive, apresentam um corte nessa região para que o plástico não funcione como um curativo oclusivo.
O cuidado com o coto consiste em limpar pelo menos três vezes por dia, sempre depois do banho e nas trocas de fralda, com algodão umedecido com álcool 70%. A limpeza deve ser feita passando o algodão em todo o coto e na inserção dele com a barriga. Não se deve simplesmente pingar o álcool, deve-se esfregar delicadamente.
O coto não dói, então o bebê pode chorar nesse momento pois o álcool é gelado e essa sensação é estranha pra ele. Lembre-de de que o choro é a forma de o bebê comunicar tudo o que sente. Estudos mais recentes mostram que a clorexidina aquosa a 2% tem o mesmo efeito do álcool, com a vantagem de não ressecar a pele da barriga.
Após a queda do coto, a cicatriz (o umbigo) ainda requer esses mesmos cuidados até que esteja totalmente cicatrizada. Não enfaixe, não coloque objetos dentro do umbigo nem qualquer outra substância que não estas já citadas. Após o banho, seque bem e limpe com o álcool ou clorexidina.
O que deve ser observado, pois seria uma cicatrização que não tá evoluindo bem e que, portanto, necessitaria de observação do pediatra: vermelhidão na pele ao redor do coto, pele quente, com área endurecida, e secreção tipo pus saindo desse local.

Banhos de sol
Desde os primeiros dias de vida, o bebê pode e deve tomar banhos de sol. Quinze minutos pela manhã são suficientes. Não tem problema se o banho de sol for pela janela, contanto que os raios batam diretamente no bebê, sem interferência do vidro da janela ou de cortinas. Deixe-o somente de fralda nesse momento, mas um gorro pode ser uma boa ideia para o conforto da visão do bebê quanto à claridade. Se quiser, pode deixá-lo mais quinze minutos após as 16h. Mesmo em dias chuvosos, é possível aproveitar qualquer horário do dia deixando as pernas e os braços do bebê expostos por apenas cinco minutos.
O banho de sol nos primeiros dias de vida do bebê é importante para fazer a quebra da bilirrubina, evitando a icterícia (amarelão) e diminuindo as internações para realização de fototerapia (banho de luz). A icterícia não deve ser subestimada, pois em sua forma grave pode causar danos neurológicos.
A icterícia fisiológica costuma ter início após 24 horas de vida e dura, em média, três dias, atingindo seu grau máximo por volta do sétimo dia de vida. A recomendação geral para os pais é observar se a cor amarela está se intensificando (na pele, nos olhos e na mucosas), se a urina se torna escura e as fezes claras, se há alteração do nível de consciência e da frequência de mamada do recém-nascido. Em quaisquer dessas situações deve-se procurar um pediatra. A icterícia que ultrapassa os quinze dias de vida deve ser sempre investigada, ao menos com a dosagem das bilirrubinas no sangue.
A recomendação de não oferecer leite materno para o bebê com icterícia é ultrapassada e não deve ser mais utilizada. A amamentação deve ser mantida durante todo o processo, inclusive se necessitar de fototerapia hospitalar.
Após esse período inicial, o banho de sol deve continuar, de preferência como passeio ao ar livre, pois o sol participa da síntese da vitamina D. Converse também com o pediatra do seu bebê sobre a suplementação medicamentosa da vitamina D.
Outra vantagem da exposição ao sol é a regulação dos ciclos circadianos, ligados ao sono, à vigília e à secreção de hormônios de acordo com o horário do dia. Em países com inverno rigoroso e diminuição do tempo de sol, por exemplo, os índices de depressão aumentam, devido ao aumento da secreção do hormônio melatonina.
Dito isso, reforçamos que o banho de sol é importante não só para o bebê mas também para as crianças e adultos. Para a puérpera será benéfico o tradicional passeio matinal para dar o banho de sol no bebê e também em si mesma.
Icterícia e leite materno
Sobre a vitamina D:

Falando de extero-gestação
A "teoria da extero-gestação”, criada pelo Dr Harvey Karp, afirma que existe o quarto trimestre de gestação para nossa espécie. Esse período, dos três primeiros meses de vida do bebê, deve ser vivenciado no colo da mãe e do pai o máximo de tempo possível. O especialista defende, ainda, a reprodução do ambiente uterino para que o bebê tenha um lugar seguro para acolher sua imaturidade.
Quando se trata de cuidados com o RN, é sempre importante ter em mente essa teoria. Veja o texto do Dr Harvey Karp traduzido para o português por Flávia Mandic e disponibilizado publicamente na internet:

A amamentação
Após o nascimento, graças aos hormônios liberados durante o trabalho de parto e pela perda da placenta, o seu corpo produz o colostro, uma fase do leite materno extremamente importante para o bebê, tanto como alimento, quanto como proteção imunológica. Os bebês têm estômago muito pequeno, então o colostro é sempre muito pouco. Algumas gotas são suficientes para alimentar um recém-nascido.
O terceiro dia após a chegada em casa costuma ser crítico. O bebê pode chorar bastante e mudar alguns aspectos de sua rotina que pareciam estabelecidos desde a maternidade, mas não espere rotina: ele acaba de se dar conta de que nasceu. Nessas horas, seu colo e seu peito vão acalmá-lo. Verifique se a pega está correta, e mesmo que você não sinta sair nada de seu peito continue a oferecer. O estímulo do bebê sugando é de vital importância para descer o leite materno.
A “descida” do leite materno
Dependendo da via de nascimento, do estímulo do bebê, de ter entrado em trabalho de parto ou não, a apojadura (conhecida como “descida do leite”) pode demorar de 3 a 10 dias. A única forma segura de fazer o leite “descer” é manter-se próxima do bebê, oferecendo o peito em livre demanda e mantendo contato físico constante com ele, pele a pele (não “pele a pano” ou “pano a pano”). Descanse com ele sempre, coloque-o para dormir com você.
O leite materno vem em três fases. Primeiro, há o colostro, que costuma ser amarelado e rico em anticorpos passados pela mãe, compondo uma linha de defesa para o bebê, além de ser nutricionalmente suficiente. Apenas o colostro mantem o bebê nutrido até que o próximo leite "desça". As outras duas fases são o leite de transição e o leite maduro. O leite de uma mãe sempre é o que o bebê precisa de acordo com sua idade e com suas necessidades naquela fase. O aspecto do leite humano pode parecer “ralo”, mas não quer dizer que é um leite fraco. Não existe leite fraco! Ele sozinho é o suficiente para a nutrição e a hidratação do bebê nos seis primeiros meses de vida.
Nos primeiros dias da "descida do leite materno" (apojadura), pode haver um leve "empedramento" (ingurgitamento) mamário, às vezes até com uma febre leve que pode surgir repentinamente, seguida de calafrios ou não, que, no geral, não ultrapassa os 38ºC. Essa temperatura é produzida pela tensão mamária antes da descida do leite (geralmente dois ou três dias depois do parto). Faça massagem e sempre amoleça a aréola antes de oferecer o peito ao bebê, assim facilitará a pega. Lembre que na pega correta o bebê deve abocanhar parte da aréola, e não o mamilo.
Sempre ofereça o peito aos primeiros sinais de fome. O peito deve ser oferecido em livre demanda, isso significa não contar tempo de intervalos entre mamadas nem de duração de mamada. Não se preocupe com relógio e horários. Ofereça sempre um peito até o bebê soltar ou dormir e só ofereça o outro se o bebê não aceitar voltar para o mesmo peito em que estava.
Alternar os peitos ao longo do dia fará diferença para você e não para o bebê, você receberá estímulo em ambos os seios e terá uma produção simétrica.
Ofereça o peito mesmo que sinta ele “murcho”, lembre-se de que maior parte do leite materno se produz no momento da mamada, e mesmo nesse peito “murcho” se produz tanto o leite mais rico em água e açúcar, quanto o mais rico em gorduras. O bebê vai conseguir, se você praticar verdadeiramente a livre-demanda, controlar a composição do leite de acordo com as necessidades dele.

Acordar o RN para mamar?
Essa é uma dúvida frequente. Na verdade não é necessário acordar o bebê para mamar, mas, em alguns casos é sim necessário oferecer o peito, sem acordá-lo. Dormir do lado do bebê auxilia nesse processo, pois não acontece de o bebê precisar chegar no sinal tardio de fome, que é o choro, para ter o alimento.
Se o bebê nasceu a termo, com peso entre 3kg e 4,5kg, dorme do lado da mãe e não usa chupeta pra dormir, basta oferecer o peito quando o bebê solicitar, assim que perceber os sinais de fome. Quando estamos dormindo, mas somos mães e temos um bebê pequeno do lado, nosso organismo está em um estado no qual acordamos ao menor ruido do nosso filho.
Se o bebê nasceu prematuro, pequeno para a idade gestacional (PIG) ou com menos de 3kg, ou está com dificuldades para ganhar peso, o peito deve ser oferecido novamente ao bebê, mesmo que ele não peça, antes que complete três horas do fim da última mamada. Isso é o que costumamos chamar de “intensivo de peito”, que é diferente da livre demanda, quando amamentamos quando o bebê pede, demonstra primeiros sinais de fome. Não é preciso fazer algo para despertá-lo, especialmente se a família pratica a cama compartilhada ou se colocar o berço do bebê do lado da cama da mãe. Nessas mamadas, basta colocar o peito na boca do bebê e fazer a compressão da mama para estimulá-lo a sugar mesmo dormindo.

Observando eficiência da mamada
Observe a frequência de xixis do bebê nesse primeiro mês: mais de 5-6 fraldas bem pesadas de xixi ao longo do dia são sinal que ele está mamando bem. Caso esteja trocando poucas fraldas de xixi, teste colocando uma de pano e em 24h conte se molhou por volta de 6 a 8 fraldas. Se isso aconteceu, verifique a pega, a frequência das mamadas, coloque para mamar mais vezes, antes que o bebê solicite o peito. Experimente usar a técnica de compressão da mama: http://grupovirtualdeamamentacao.blogspot.com.br/...
A amamentação de madrugada tem importância tanto para o bebê como para você, por isso não deve ser subestimada ou retirada antes que o bebê esteja pronto ou a deixe naturalmente. É nesse horário que acontece o pico de prolactina no corpo da mãe, o hormônio que garante a produção de leite materno suficiente para o bebê. Por isso, veja qual é a configuração que mais lhe convém na hora de dormir. O ideal é que o RN esteja no mesmo cômodo que a mãe. Se preferir, podem compartilhar a mesma cama, desde que seguindo normas de segurança essenciais.
Porque a amamentação noturna é tão importante
Normas gerais de segurança da cama compartilhada
“Chupeitar” o peito não existe! Existe a sucção mais fraca e devagar (SNN – sucção não nutritiva), que é tão necessária quanto a sucção da alimentação/mamada, em que você às vezes pode até escutar o barulho do leite sendo engolido. As duas são igualmente importantes, satisfazem as necessidades do bebê e estimulam seu peito para aumentar a produção de leite. Apesar do termo “não nutritiva”, e de nesse momento não ser leite o que o bebê quer, ainda assim o leite é ejetado, em menor quantidade, o que ajuda no ganho de peso.
Lembre que peito é muito mais que alimento! A amamentação oferece a vocês um vínculo único, e o bebê encontra no seu seio conforto, segurança, aconchego, proteção e amor da mãe. Para ele, não basta ser amado: ele precisa se sentir amado.
Não use bicos artificiais, pois eles apresentam grande probabilidade de prejudicar o processo de adaptação e continuidade da amamentação. Nada de chupeta, mamadeira, chuquinhas, nem bico de silicone. Eles podem piorar a incidência de ferimentos causados pela pega errada, atrapalhar o ganho de peso do bebê, levá-lo rapidamente à confusão de bicos e a um desmame muito precoce, além de outros malefícios.
Por exemplo, os problemas da chupeta:
Sobre a confusão de bicos:
FRALDAS
Não use lencinhos umedecidos na rotina. Eles são práticos, mas podem irritar a pele do bebê. Prefira algodão molhado com água morna para limpar o bebê. Atualmente, existem kits com potinhos e garrafa térmica que são úteis justamente para a troca de fraldas. Se possível, prefira lavar com água corrente.
Lembre-se de sempre retirar os resíduos de fezes limpando da frente para trás, para que os resíduos não toquem o órgão genital e a uretra, nas meninas principalmente.
Não puxe o prepúcio (pele que recobre o pênis) do seu bebê menino, ele deve se soltar sozinho ao longo dos próximos meses/anos. Apenas realize a higienização durante o banho. Ao colocar a fralda, assegure-se de que o pênis do bebê ficou para baixo, para evitar vazamentos.
A troca pode ser realizada com o bebê deitado de barriga pra cima, levantando as duas perninhas ao mesmo tempo, segurando os tornozelos com uma das mãos. Retira-se a fralda suja, procede-se à limpeza, coloca-se a fralda limpa por baixo, abaixe as perninhas e feche a fralda. Enquanto a limpeza ocorre, é possível forrar por baixo com um cueiro pequeno ou fralda limpa.
Esta posição não é indicada para pouco tempo após a mamada ou para bebês que regurgitam (golfam/boçam) muito, então, uma alternativa é usar a posição usada para adultos acamados: virar o bebê de lado, retirar a fralda suja, fazer a limpeza, colocar a fralda limpa aberta, virar o bebê para o outro lado a fim de ajustar a fralda, em seguida, de barriga para cima, fechar a fralda, sem apertar na cintura do bebê e, como já dito, sem abafar o coto umbilical. Não apertar a barriguinha do bebê vale tanto para quando fechar a fralda como também para os elásticos das calças de bebês.
Não há necessidade de trocar a fralda a cada xixi, pois ele não assa a pele do bebê. Prefira trocar quando vir que a fralda está pesada ou quando tiver feito cocô. Trocar de quatro a seis vezes ao dia é, em geral, suficiente.
BANHO (BANHEIRA E BALDE)
Não há necessidade de banho imediato após o nascimento, pois o vernix caseoso não deve ser totalmente removido. Opte por uma limpeza com panos úmidos no primeiro dia. Recomenda-se que a remoção do vernix, não reabsorvido pelo organismo seja realizada 24-48 horas após o nascimento. Então, aguarde um dia ou dois para dar banho no RN.
O banho é um momento de relaxamento e prazer para ele e para o cuidador. Portanto, não devemos encará-lo como um momento de tensão, de choro, nem focar na limpeza, pois o RN não se suja como uma criança pequena.
A água não deve ser fria, devido ao desconforto que provoca, mas também não deve ser quente, pois resseca a pele, além do risco de queimadura da sensível pele do RN. Deve ser morna, mas não é necessário verificar com termômetro, a temperatura pode ser medida com as mãos ou antebraços.
O sabonete mais indicado por dermatologistas pediátricos são os líquidos neutros, pois em barra são alcalinos e alteram o pH da pele , diminuindo sua capacidade protetora. Xampus e condicionadores, ainda que próprios para bebês, não são necessários nesse primeiro momento da vida.
Escolha um lugar para a banheira em que você fique confortável e que seja seguro: escolha um suporte, uma mesa ou até mesmo o chão. Tenha uma toalha de fralda e uma toalha de capuz à mão, além do sabonete.
Comece limpando os olhos e o rostinho com o corpo do RN enrolado na toalha de fralda. A Sociedade Brasileira de Oftalmologia recomenda utilizar gaze ou pano limpo molhado em água filtrada ou fervida (e já amornada). Faça movimentos delicados sem apertar os olhos. Esse procedimento deve ser feito uma vez ao dia. Chumaço de algodão também pode ser utilizado. Troque a gaze ou o algodão antes de fazer a limpeza do outro olho.
Aos poucos, coloque-o na água, colocando até seus antebraços e cotovelos juntos, dando suporte ao corpo do bebê. Para transmitir segurança, converse com ele, olhe nos olhos e, a partir desse momento, desenrole-o da toalha lentamente. Você pode fazer movimentos de balançar na água para que ele relembre o ambiente do útero. Faça a espuma do sabonete na sua mão (com uma das mãos é possível fazer isso, seja com o sabonete em barra ou líquido) para lavar a região das fraldas, a cabeça e o corpo, passe sua mão em todo o corpo do bebê, inclusive entre os dedinhos e em outras dobras.
O banho de balde (ofurô) pode ser dado desde o início, inclusive é usado como relaxante e estimulante para bebês prematuros em algumas UTIs/CTIs neonatais. Da mesma forma da banheira, você deve procurar um lugar seguro e que fique confortável para você colocar o balde. Encher até pouco mais da metade com água morna, colocar o bebê enrolado na toalha fralda, deixar um tempo assim e em, lentamente, ir desenrolando.
Não se preocupe com sabonetes, use apenas a espuminha no corpo inteiro, como descrito para a banheira, se esse for o primeiro banho do dia. Se for o segundo ou terceiro passe um pouco apenas na região das fraldas. Ou seja, sabonete no corpo inteiro apenas uma vez por dia.
Retire-o aos poucos levando direto para seu colo e cobrindo com uma fralda e toalha por cima. Fique por um tempo com ele assim no colo, desfrute desse momento e deixe-o desfrutar também.
PELE DO BEBÊ
A pele é o maior órgão do corpo, protege o organismo contra ações mecânicas, térmicas e químicas, e de agentes agressores infecciosos e tóxicos. A comunicação do meio externo com o interno envolvido pela pele é mediada por numerosos receptores sensoriais que se encontram na superfície cutânea.
A epiderme e o sistema nervoso possuem a mesma origem: desenvolvem-se, na fase embrionária, a partir do ectoderma. O sentido do tato é o primeiro a se formar durante a vida intrauterina. O contato pele com pele, o toque, os abraços, as carícias serão uma forma de comunicação única entre pais e filhos, especialmente, nos primeiros anos de vida. Diz-se que a partir da 14º semana de gestação o feto é capaz de sentir a pressão dos seus movimentos através do útero.
O RN poderá descamar a pele entre a 1ª e 2ª semana de vida. A solução é passar um óleo de amêndoas (natural, não perfumado) ou de coco para ajudar na emoliência da pele.
Podem aparecer crostas gordurosas sobre a moleira. É normal e se trata da secreção que se acumula no local, também chamadas de “crostas lácteas”. Se não sair com a água do banho, use umas gotas de óleo de amêndoas ou de coco e uma escova de cabelo própria de bebê para ir retirando aos poucos antes do banho, sem forçar.
SOBRE O COLO E OUTROS CUIDADOS:
“Um bebê não existe sozinho, ele existe com sua mãe” (Winnicott).
O bebê após o nascimento precisa de colo, de ninho, de calor, de cheiro. Precisa disso para fazer a transição do útero para o mundo de forma suave. Antes era o cordão umbilical, agora será o peito, o colo. Deve ser também o colo do pai, pode ser o dos avós ou tios mais íntimos, mas não de muitos outros colos.
O bebê veio programado pela natureza, através de milhares de anos de evolução da espécie humana, para garantir a sua sobrevivência, e, para isso, o cuidado e a proteção da mãe são fundamentais. O que seria do bebê das cavernas se a mãe o deixasse sozinho num canto? Não teríamos chegado até aqui, com certeza. A nossa espécie teria sido extinta pelas feras.
Os bebês têm um mecanismo de defesa ancestral inato, que foi muito útil para defendê-los dos possíveis predadores de nossos antepassados das cavernas. Ao acordarem e se sentirem completamente sozinhos, como no berço ou no carrinho, eles choram e gritam a plenos pulmões, pois não sabem que a mãe está no quarto ao lado e que em nossa casa não há predadores à espreita. Para que esse choro não atraísse os predadores, as mães estavam sempre com o bebê no colo, no peito.
Os que ficavam quietinhos e voltavam dormir, mesmo sentindo fome, acabavam sendo deixados sozinhos e não havia tempo de a mãe voltar para os protegerem. “Ficar quietinhos”, dormir horas seguidas, pode levar o recém-nascido a esquecer da hora de mamar, por isso evite deixar o bebê mais do que duas ou três horas sozinho no berço ou no carrinho, longe de você. O lugar do bebê é próximo de você. A sua respiração, seu cheiro, seu calor são os estímulos que ele precisa para acordar, mamar e se desenvolver bem.
O contato físico constante, o colo contínuo, vai garantir um bebê mais estimulado, que vai mamar na frequência certa e será muito mais calmo. Esse contato físico constante estimula a rápida descida do leite e o aumento da sua produção na medida em que o bebê cresce e aumenta a demanda.
O sling pode ajudá-la muito a ficar com o bebê perto de você e manter as mãos livres para comer ou realizar outras tarefas. Se não tem um sling desde antes do nascimento do bebê, pode improvisar até conseguir um. Vai ser uma ferramenta insubstituível daqui para frente. É muito comum que recém-nascidos colocados para dormir no berço ou no carrinho sozinhos imediatamente após a mamada optem por fazer mamadas intermináveis; assim, garantem que a mãe ficará com eles. Permita que seu filho durma no colo após terminar de mamar, e se precisar deixá-lo no berço por qualquer razão, que seja só algum tempo após a mamada, quando já estiver em uma fase mais profunda do sono.
SEGURANÇA
• Quedas: use berço com seis centímetros entre as barras. Atenção a camas, sofás, trocadores, escadas. Se possível, coloque grades ou redes em janelas.
• Queimaduras: atenção ao manusear o bebê perto de água quente, bebidas quentes, fogão, ferro de passar, panelas, álcool líquido.
• Afogamento: nunca deixe o bebê sozinho durante o banho ou lazer com água, seja em banheiras, baldes, vaso sanitário, pias, tanques, piscinas e praia. Por mais que ele já saiba se sentar, apenas um pouco de água pode ser fatal caso ele escorregue.
• Asfixia: não deixe o bebê brincar sozinho com mantas, sacos plásticos e outras embalagens. Bebês adoram sacos plásticos porque fazem barulho, mas devem manipulá-los somente sob supervisão.
• Choque elétrico: cubra tomadas com tampas apropriadas, resolva problemas com fios desencapados, não deixe tomadas e eletrônicos acessíveis.
• Envenenamento: deixe produtos químicos da área de serviço, banheiros, cozinha, perfumes, cremes e plantas tóxicas fora do alcance do bebê.
• Estrangulamento: não deixe o bebê sem supervisão com sacos plásticos, cordões, cabos, botões, peças de brinquedos, fios de aparelhos, puxadores de cortinas.
• Traumas: cubra quinas de móveis ou supervisione o bebê quando perto de algum, trave portas e partes onde possam se pendurar e cair









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