terça-feira, 30 de maio de 2017
segunda-feira, 15 de maio de 2017
Amamentação de gêmeos
Por Sarita Oliveira, com contribuições de Mariana Santana e Ana Carolina Dantas Loureiro
Revisado por Luciana Freitas
Nosso agradecimento às mães de gêmeos e trigêmeos que confiaram no GVA para o sucesso da amamentação de seus bebês e que nos inspiraram a escrever esse texto em auxílio a outras mães.
Antes do nascimento
- Ter uma rede de apoio pode fazer a diferença. Converse com sua família, explique seu desejo de amamentar os bebês, fale sobre a livre demanda e sobre os riscos dos bicos artificiais.
- Pense em coisas para se distrair enquanto estiver amamentando. Ler, ver TV, conversar, ouvir música... Se a livre demanda de um bebê novinho consome muito tempo da mãe, a disponibilidade é ainda maior com gêmeos. Aceitar que você ficará muito tempo com um bebê no colo mamando é uma preparação psicológica e emocional muito importante para deixar o processo um pouco mais leve.
No hospital
- Informe-se junto à maternidade/hospital quanto às práticas adotadas pelo berçário. Hospital amigo da criança não oferece o leite em mamadeira ou chuquinha, mesmo que o bebê precise ficar internado. Converse com o pediatra, converse com a equipe e certifique-se de que se os bebês precisarem ficar em incubadora e se alimentar lá, não será usada a mamadeira.
- O nascimento de gêmeos pode ser prematuro. Caso isso aconteça, é importante que os bebês tenham acompanhamento por profissional especializado, que conheça métodos seguros de estimulação. Alguns profissionais utilizam a chupeta como meio de ensinar o bebê a sugar, porém isso não é adequado e pode levar a um quadro de confusão de bicos quando o bebê for apresentado ao peito para mamar (veja aqui como estimular o bebê a mamar).
- Caso os bebês precisem ficar internados, tente manter uma rotina de ordenha (veja aqui como fazer a ordenha e aqui como fazer a massagem de Mohri, que pode ajudar na ordenha). Muitos hospitais possuem lactário, verifique se você pode ordenhar o leite e manter no lactário para que ele seja oferecido aos bebês nos momentos em que você estiver ausente ou caso eles ainda não mamem diretamente no peito. Mesmo que não haja lactário, a rotina de ordenha ajudará a estimular a produção de leite, facilitando o processo quando eles puderem mamar.
Em casa
- Faça a livre demanda, oferecendo o peito sempre que os bebês quiserem aos primeiros sinais de fome (veja aqui como identificar esses sinais), mas, caso os bebês estejam com menos de 3kg, não os deixe sem mamar por intervalos maiores que 2h durante o dia e 3h durante a noite.
- Não ofereça chupeta e mamadeira, nem use o bico intermediário de silicone para amamentar. Se for necessário complementar (seja com leite artificial, seja com o leite materno ordenhado), use o copo ou a colher dosadora, para não haver risco de confusão de bicos e desmame precoce (veja aqui sobre confusão de bicos).
- Verifique a pega! Pode acontecer um certo incômodo nos primeiros dias de amamentação devido ao atrito no peito e por causa do ingurgitamento da aréola, ou seja, o peito muito cheio (veja aqui como fazer no caso de ingurgitamento), mas caso você sinta dor além de uma fisgada no início da mamada e se seu peito está ferido, veja se os bebês estão pegando corretamente o seio - o bebê deve abocanhar a aréola, não apenas o mamilo (veja aqui como corrigir a pega).
- Não é necessário limpar ou higienizar o peito entre as mamadas. Algumas pessoas orientam a limpar o seio entre as mamadas ou quando for trocar o bebê, mas isso não é necessário.
- Para que você consiga descansar, uma boa solução é ordenhar o peito e armazenar o leite para que outra pessoa ofereça ao bebê (veja aqui como ordenhar e armazenar). Lembre-se de não usar a mamadeira para oferecer o leite ordenhado. Outra opção é amamentar deitada e tirar uns bons cochilos enquanto os bebês mamam.
- Alimente-se bem e mantenha-se hidratada. Descanse sempre que possível e faça em casa apenas o essencial. A cama compartilhada pode ser uma aliada para ajudar durante as noites ou durante as sonecas dos bebês (veja aqui como fazer cama compartilhada de forma segura).
- Monte seu kit-amamentação: livros, programas de TV (e os controles remoto dos aparelhos que for usar), fone de ouvido, celular, carregador de celular, uma garrafa de água, coisas para beliscar; tudo deve ser mantido ao alcance da sua mão. Encontre os locais confortáveis de sua casa onde você se sente melhor amamentando.
- Aceite toda a ajuda que puder. A única coisa que só você pode fazer é amamentar. Todo o resto (banho, passeio, trocar fralda, cuidar da casa, fazer comida) pode ser feito por outras pessoas. Compartilhe as atribuições, delegue, deixe que as outras pessoas ditem o ritmo da casa por um tempo. Essa reserva de energia parece pouca, mas será muito importante.
Sugestões de posições para amamentar simultaneamente
- Variação da posição invertida: apoiar os dois bebês sobre almofada/travesseiro. Segurar as cabeças uma ao lado da outra, deixando os pés para trás por baixo dos braços (como se segurasse uma bola de rúgbi).
- Variação da posição clássica: apoiar as cabeças nos braços, deixando os pés para dentro, como se os bebês estivessem cada um sentado de lado em uma das pernas.
- Posição combinada: deixar um dos bebês na posição clássica e o outro na posição invertida. O bebê que ficar na posição invertida apoia a cabeça sobre as pernas do irmão.
- Amamentar deitada de lado: o bebê que mamar o peito que ficar apoiado na cama deve ficar com os pés na direção da cabeça da mãe; o outro bebê, que mamar o peito “de cima”, pode ser apoiado sobre uma almofada, ficando semissentado.
- Amamentar deitada de costas: apoiar os braços sobre travesseiros e neles apoiar os bebês deitados, deixando um seio para cada um.
Veja fotos das posições clicando aqui.
Relatos
Julia Aidar
https://www.facebook.com/notes/grupo-virtual-de-amamenta%C3%A7%C3%A3o-gva/413675808748701/
LuziaeMarcelo Ramos
https://www.facebook.com/groups/grupovirtualdeamamentacao/permalink/870657179717226/
Vanessa Acosta
https://www.facebook.com/groups/grupovirtualdeamamentacao/permalink/888864091229868/
Luhana Laritza Pawlick
https://www.facebook.com/groups/grupovirtualdeamamentacao/permalink/811664425616502
July Moura
https://www.facebook.com/groups/grupovirtualdeamamentacao/permalink/895289697253974/
terça-feira, 2 de maio de 2017
O que tem no leite do bebê?
Adaptado por Andréia Stankiewicz
FÓRMULA INFANTIL:
Primeiramente, observe que as formulações mudam ao longo do tempo - ingredientes e composições podem variar um pouco da lista abaixo. Há também uma gama de fórmulas no mercado para atender a diferentes necessidades. Por exemplo, existem fórmulas hipoalergênicas, fórmulas de soja e muito mais. Portanto, esta é uma indicação geral da lista de ingredientes que normalmente pode ser encontrada em uma fórmula.
Água
Carboidratos
- Lactose
- Maltodextrina
Proteína
- Proteína do soro do leite de vaca parcialmente hidrolisada*
Gorduras
- Oleína de palma
- Óleo de soja
- Óleo de coco
- Óleo de açafrão com alto teor de ácido oléico (ou óleo de girassol)
- Óleo de M. alpina (DHA Fungal)
- Óleo de C. cohnii (Algal ARA)
Minerais
- Citrato de potássio
- Fosfato de potássio
- Cloreto de cálcio
- Fosfato tricálcico
- Citrato de sódio
- Cloreto de magnésio
- Sulfato ferroso
- Sulfato de zinco
- Cloreto de sódio
- Sulfato de cobre
- Iodeto de potássio
- Sulfato de manganês
- Selenato de sódio
Vitaminas
- Ascorbato de sódio
- Inositol
- Bitartrato de colina
- Acetato de alfa-tocoferila
- Niacinamida
- Pantotenato de cálcio
- Riboflavina
- Acetato de vitamina A
- Cloridrato de piridoxina
- Tiamina mononitrato
- Ácido fólico
- Filoquinona
- Biotina
- Vitamina D3
- Vitamina B12
Enzima
- Tripsina
Aminoácido
- Taurina
- L-Carnitina (uma combinação de dois diferentes aminoácidos)
Nucleotídeos
- Citidina 5-monofosfato
- Uridina disódica 5-monofosfato
- Adenosina 5-monofosfato
- Guanosina disódica 5-monofosfato
Lecitina de Soja (um emulsificante)
*Um estudo recente encontrou que muitas fórmulas estão sendo feitas nos limites aceitáveis mais elevados da proteína, o que pode ser uma explicação para a ligação entre a fórmula ea obesidade infantil.
Os componentes que podem ser encontrados no Leite Materno, em resumo, são:
Carboidratos (fonte de energia)
- Lactose
- Oligossacarídeos
Ácido Carboxílico
- Alfa-hidróxi-ácido
- Ácido lático
Proteínas (construtores musculares e esqueléticos)
- Proteína de soro de leite humano (whey protein)
- Alfa-lactoalbumina
- HAMLET (alfa-lactoalbumina humana anti-células tumorais)
- Lactoferrina
- Fatores antimicrobianos
- Caseína
- Albumina sérica
Nitrogens não-protéicos
- Creatina
- Creatinina
- Uréia
- Ácido Úrico
- Peptídeos
Aminoácidos (os blocos de construção das proteínas)
- Alanina
- Arginina
- Aspartato
- Clicina
- Cistina
- Glutamato
- Histidina
- Isoleucina
- Leucina
- Licina
- Metionina
- Fenilalanina
- Prolina
- Serina
- Taurina
- Teronina
- Triptofano
- Tirosina
- Valina
- Carnitina (aminoácido necessário para utilizar ácidos graxos como fonte de energia)
Nucleotídeos (Compostos químicos que compoem as unidades estruturais de RNA e DNA)
- 5’-Adenosina monofosfato (5”-AMP)
- 3’:5’-Adenosina monofosfato cíclico (3’:5’-cyclic AMP)
- 5’-Citidina monofosfato (5’-CMP)
- Citidina difosfato colina (CDP choline)
- Guanosina difosfato (UDP)
- Guanosina difosfato – manose
- 3’- Uridina monofosfato (3’-UMP)
- 5’-Uridina monofosfato (5’-UMP)
- Uridina difosfato (UDP)
- Uridina difosfato hexose (UDPH)
- Uridina difosfato-N-acetil-hexosamina (UDPAH)
- Uridina ácido difosfoglucurônico (UDPGA)
- Vários outros nucleotídeos do tipo UDP
Gorduras
- Triglicerídeos
- Ácidos graxos poliinsaturados de cadeia longa
- Ácido Docosahexaenóico (DHA) (importante para o desenvolvimento cerebral)
- Ácido Araquidônico (AHA) (importante para o desenvolvimento cerebral)
- Ácido Linoléico
- Ácido Alfa-linolênico (ALA)
- Ácido Eicosapentaenóico (EPA)
- Ácido linoléico conjugado (ácido Rumênico)
Ácidos graxos livres
Ácidos graxos monoinsaturados
- Ácido oléico
- Ácido palmitoléico
- Ácido heptadecenóico
Ácidos graxos saturados
- Esteárico
- Ácido palmítico
- Ácido láurico
- Ácido mirístico
Fosfolipídeos
- Fosfatidilcolina
- Fosfatidiletanolamina
- Fosfatidillinositol
- Lisofosfatidilcolina
- Lisofosfatidiletanolamina
- Plasmalogênios
Esfingolipídeos
- Esfingomielina
- Gangliosideos
- GM1
- GM2
- GM3
- Glucosilceramida
- Glicosfingolipídeos
- Galactosilceramida
- Lactosilceramida
- Globotriaosilceramida (GB3)
- Glogosida (GB4)
Esteróis
- Esqualene
- Lanosterol
- Dimetilsterol
- Metosterol
- Latosterol
- Desmosterol
- Triacilglicerol
- Colesterol 7-dehidrocolesterol
- Estigma e campesterol
- 7-quetocolesterol
- Sitosterol beta-latosterol
- Metabólitos Vitamina D
- Hormônios esteróides
Vitaminas
- Vitamina A
- Betacaroteno
- Vitamina B6
- Vitamina B8 (Inositol)
- Vitamina B12
- Vitamina C
- Vitamina D
- Vitamina E
- A-tocoferol
- Vitamina K
- Tiamina
- Riboflavina
- Niacina
- Ácido Fólico
- Ácido pantotênico
- Biotina
Minerais
- Cálcio
- Sódio
- Potássio
- Ferro
- Zinco
- Clorida
- Fósforo
- Magnésio
- Cobre
- Manganês
- Iodo
- Selênio
- Colina
- Enxofre
- Cromo
- Cobalto
- Flúor
- Níquel
Metal
- Molibdenium (elemento essencial em muitas enzimas)
Fatores de crescimento (ajudam na maturação da mucosa intestinal)
- Citocinas
- Interleucina-1β (IL-1β)
- IL-2
- IL-4
- IL-6
- IL-8
- IL-10
- Fatores estimulantes de colônias de granulócitos (G-CSF)
- Fatores estimulantes de colônias de macrófagos (M-CSF)
- Fatores de crescimento derivados de plaquetas
- Fatores de crescimento vascular endotelial (VEGF)
- Fator de crescimento α-hepatócito (HGF- α)
- HGF-β
- Fator de necrose tumoral - α
- Interferon-γ
- Fator de crescimento epitelial (EGF)
- Fator de crescimento de transformação- α (TGF- α)
- TGF β1
- TGF-β2
- Fator de crescimento tipo-insulínico I (IGF-I)(também conhecido como somatomedina C)
- Fator de crescimento tipo-insulínico II
- Fator de crescimento neural (NGF)
- Eritropoietina
Peptídeos (combinação de aminoácidos)
- HMGF I (Fator de Crescimento Humano)
- HMGF II
- HMGF III
- Colecistoquinina (CCK)
- β-endorfinas
- Hormônio paratireodiano (PTH)
- Peptídeo relacionado ao Hormônio paratireodiano (PTHrP)
- Β-defensina-1
- Calcitonina
- Bombesina Motilina Gastrina (peptídeo liberador gástrico, também conhecido como neuromedina B)
- Neurotensina
- Somatostatina
- Hormônios (Mensageiros químicos que transportam sinais de uma célula, ou grupo de células, para outro através do sangue)
- Cortisol
- Triiodotironina (T3)
- Tiroxina (T4)
- Hormônio Estimulador da Tireóide (TSH) (tirotropina)
- Hormônio liberador da tireóide (TRH)
- Prolactina
- Ocitocina
- Insulina
- Corticoesterona
- Trombopoietina
- Hormônio Liberador de Gonadotropina (GnRH)
- GRH Leptina (ajuda na regulação da saciedade)
- Grelina (ajuda na regulação da saciedade)
- Adiponectina
- Fator inibidor da lactação (FIL)
- Prostaglandinas Eicosanóides (enzimaticamente derivadas dos ácidos graxos)
- PG-E1
- PG-E2
- PG-F2
- Leucotrienos
- Tromboxanos
- Prostaciclinas
Enzimas (catalisadores que suportam as reações químicas no corpo)
- Amilase
- Arisulfatase
- Catalase
- Histaminase
- Lipase
- Lisozima
- PAF-acetilhidrolase
- Fosfatase
- Xantina oxidase
Antiproteases (ligam-se a macromoléculas, como as enzimas, e assim previnem reações alérgicas e anafiláticas)
- a-1-antitripsina
- a-1-antiquimotripsina
Fatores antimicrobianos (usados pelo sistema imunológico para identificar e neutralizar corpos estranhos, como bactérias e vírus)
- Leucócitos (células brancas do sangue)
- Fagócitos
- Basófilos
- Neutrófilos
- Eosinófilos
- Macrófagos
- Linfócitos
- Linfócitos B (células B)
- Linfócitos T (células C)
- Imunoglobullina secretora A (sIgA) (o mais importante fator antimicrobiano)
- IgA2
- IgG
- IgD
- IgM
- IgE
- Complemento C1
- Complemento C2
- Complemento C3
- Complemento C4
- Complemento C5
- Complemento C6
- Complemento C7
- Complemento C8
- Complemento C9
- Glicoproteínas
-Mucinas (impedem a adesão de virus e bactérias às mucosas)
- Lactaderina
- Alfa-lactoglobulina
- Alpha-2 macroglobulina
- Antígenos de Lewis
- Ribonuclease
- Inibidor de Hemaglutinina
- Fatores Bifidus (estimulam o crescimento de Lactobacillus bifidus – flora benéfica)
- Lactoferrina (se liga ao ferro, impedindo que as bactérias o utilizem como substrato)
- Lactoperoxidase
- Proteína de ligação de B12 (priva os microorganismos de vitamina B12)
- Fibronectina (realiza fagocitoses mais agressivas, minimizando inflamações e reparando danos causados pela inflamação)
- Oligosacarídeos (mais de 200 tipos diferentes!)