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segunda-feira, 15 de maio de 2017

Amamentação de gêmeos

Por Sarita Oliveira, com contribuições de  Mariana Santana e Ana Carolina Dantas Loureiro
Revisado por Luciana Freitas

Nosso agradecimento às mães de gêmeos e trigêmeos que confiaram no GVA para o sucesso da amamentação de seus bebês e que nos inspiraram a escrever esse texto em auxílio a outras mães.

Antes do nascimento

- Ter uma rede de apoio pode fazer a diferença. Converse com sua família, explique seu desejo de amamentar os bebês, fale sobre a livre demanda e sobre os riscos dos bicos artificiais.

- Pense em coisas para se distrair enquanto estiver amamentando. Ler, ver TV, conversar, ouvir música... Se a livre demanda de um bebê novinho consome muito tempo da mãe, a disponibilidade é ainda maior com gêmeos. Aceitar que você ficará muito tempo com um bebê no colo mamando é uma preparação psicológica e emocional muito importante para deixar o processo um pouco mais leve.

No hospital

- Informe-se junto à maternidade/hospital quanto às práticas adotadas pelo berçário. Hospital amigo da criança não oferece o leite em mamadeira ou chuquinha, mesmo que o bebê precise ficar internado. Converse com o pediatra, converse com a equipe e certifique-se de que se os bebês precisarem ficar em incubadora e se alimentar lá, não será usada a mamadeira.

- O nascimento de gêmeos pode ser prematuro. Caso isso aconteça, é importante que os bebês tenham acompanhamento por profissional especializado, que conheça métodos seguros de estimulação. Alguns profissionais utilizam a chupeta como meio de ensinar o bebê a sugar, porém isso não é adequado e pode levar a um quadro de confusão de bicos quando o bebê for apresentado ao peito para mamar (veja aqui como estimular o bebê a mamar).  

- Caso os bebês precisem ficar internados, tente manter uma rotina de ordenha (veja aqui como fazer a ordenha e aqui como fazer a massagem de Mohri, que pode ajudar na ordenha). Muitos hospitais possuem lactário, verifique se você pode ordenhar o leite e manter no lactário para que ele seja oferecido aos bebês nos momentos em que você estiver ausente ou caso eles ainda não mamem diretamente no peito. Mesmo que não haja lactário, a rotina de ordenha ajudará a estimular a produção de leite, facilitando o processo quando eles puderem mamar.

Em casa

- Faça a livre demanda, oferecendo o peito sempre que os bebês quiserem aos primeiros sinais de fome (veja aqui como identificar esses sinais), mas, caso os bebês estejam com menos de 3kg, não os deixe sem mamar por intervalos maiores que 2h durante o dia e 3h durante a noite.

- Não ofereça chupeta e mamadeira, nem use o bico intermediário de silicone para amamentar. Se for necessário complementar (seja com leite artificial, seja com o leite materno ordenhado), use o copo ou a colher dosadora, para não haver risco de confusão de bicos e desmame precoce (veja aqui sobre confusão de bicos).

- Verifique a pega! Pode acontecer um certo incômodo nos primeiros dias de amamentação devido ao atrito no peito e por causa do ingurgitamento da aréola, ou seja, o peito muito cheio (veja aqui como fazer no caso de ingurgitamento), mas caso você sinta dor além de uma fisgada no início da mamada e se seu peito está ferido, veja se os bebês estão pegando corretamente o seio - o bebê deve abocanhar a aréola, não apenas o mamilo (veja aqui como corrigir a pega).

- Não é necessário limpar ou higienizar o peito entre as mamadas. Algumas pessoas orientam a limpar o seio entre as mamadas ou quando for trocar o bebê, mas isso não é necessário.

- Para que você consiga descansar, uma boa solução é ordenhar o peito e armazenar o leite para que outra pessoa ofereça ao bebê (veja aqui como ordenhar e armazenar). Lembre-se de não usar a mamadeira para oferecer o leite ordenhado. Outra opção é amamentar deitada e tirar uns bons cochilos enquanto os bebês mamam.

- Alimente-se bem e mantenha-se hidratada. Descanse sempre que possível e faça em casa apenas o essencial. A cama compartilhada pode ser uma aliada para ajudar durante as noites ou durante as sonecas dos bebês (veja aqui como fazer cama compartilhada de forma segura).

- Monte seu kit-amamentação: livros, programas de TV (e os controles remoto dos aparelhos que for usar), fone de ouvido, celular, carregador de celular, uma garrafa de água, coisas para beliscar; tudo deve ser mantido ao alcance da sua mão. Encontre os locais confortáveis de sua casa onde você se sente melhor amamentando.

- Aceite toda a ajuda que puder. A única coisa que só você pode fazer é amamentar. Todo o resto (banho, passeio, trocar fralda, cuidar da casa, fazer comida) pode ser feito por outras pessoas. Compartilhe as atribuições, delegue, deixe que as outras pessoas ditem o ritmo da casa por um tempo. Essa reserva de energia parece pouca, mas será muito importante.

Sugestões de posições para amamentar simultaneamente

- Variação da posição invertida: apoiar os dois bebês sobre almofada/travesseiro. Segurar as cabeças uma ao lado da outra, deixando os pés para trás por baixo dos braços (como se segurasse uma bola de rúgbi).

- Variação da posição clássica: apoiar as cabeças nos braços, deixando os pés para dentro, como se os bebês estivessem cada um sentado de lado em uma das pernas.

- Posição combinada: deixar um dos bebês na posição clássica e o outro na posição invertida. O bebê que ficar na posição invertida apoia a cabeça sobre as pernas do irmão.

- Amamentar deitada de lado: o bebê que mamar o peito que ficar apoiado na cama deve ficar com os pés na direção da cabeça da mãe; o outro bebê, que mamar o peito “de cima”, pode ser apoiado sobre uma almofada, ficando semissentado.

- Amamentar deitada de costas: apoiar os braços sobre travesseiros e neles apoiar os bebês deitados, deixando um seio para cada um.

Veja fotos das posições clicando aqui.

Relatos

Julia Aidar

https://www.facebook.com/notes/grupo-virtual-de-amamenta%C3%A7%C3%A3o-gva/413675808748701/

LuziaeMarcelo Ramos

https://www.facebook.com/groups/grupovirtualdeamamentacao/permalink/870657179717226/

Vanessa Acosta

https://www.facebook.com/groups/grupovirtualdeamamentacao/permalink/888864091229868/

Luhana Laritza Pawlick

https://www.facebook.com/groups/grupovirtualdeamamentacao/permalink/811664425616502

July Moura

https://www.facebook.com/groups/grupovirtualdeamamentacao/permalink/895289697253974/

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

A alimentação da mãe pode causar cólicas e gases no bebê?

Por Maria Birman Cavalcanti
Revisão: Luciana Freitas



 O leite materno é composto principalmente de água, carboidratos, lipídios e proteínas, além de vitaminas, minerais e componentes imunológicos. No seio há células que literalmente produzem os componentes do leite sob demanda (estímulo), mas a água do leite vem do sangue da mãe. O sangue é "filtrado", e apenas a parte líquida (o plasma) chega nos alvéolos das glândulas lactíferas, para diluir os componentes nutritivos produzidos pelo corpo materno. Esses componentes nutritivos seguem uma "receita" específica, que praticamente não se altera. Por isso o leite materno sempre tem qualidade e composição adequadas para o bebê, independente da dieta da mãe. Entretanto, junto com o plasma, chega ao leite uma amostragem bem pequena das coisas que a mãe consumiu e absorveu. 

Uma porcentagem microscópica de todas as proteínas que chegam na nossa corrente sanguínea pode chegar ao leite materno. As proteínas são variadas e sua concentração é muito baixa, e isso é benéfico, pois estimula o sistema imunológico do bebê. Não há quantidade suficiente para provocar uma reação intestinal, como gases, dores ou "cólica", a não ser que o bebê já tenha sensibilidade para alguma proteína específica (como no caso da APLV). A dieta da mãe não interfere no funcionamento das células da glândula lactífera, portanto, a "receita" do leite materno nunca muda: ele é sempre forte, perfeito e sustenta! A dieta para APLV não muda a composição do leite materno, só tira a proteína do leite de vaca circulante no sangue da mãe, pois ela deixa de consumir leite de vaca, derivados e traços.
 

E os alimentos que causam gases na mãe, por exemplo, feijão - o pouco que passa para o leite pode afetar o bebê? Alimentos que causam gases não têm esse efeito devido às suas proteínas, mas sim devido a carboidratos específicos - e esses são totalmente degradados, absorvidos ou excretados nos intestinos. Eles não chegam à corrente sanguínea, por isso não passam pelo leite materno e não causam gases no bebê.

 

Referências:
 

GONZÁLEZ, Carlos. Manual Prático de Aleitamento Materno. São Paulo: Editora Timo, 2014,p.46 e 47. 

Ballard O1, Morrow AL. Pediatrics Clinics of North America 2013 Feb;60(1):49-74.Human milk composition: nutrients and bioactive factors.
(Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3586783/).



sábado, 21 de maio de 2016

Estou grávida e quero saber como me preparar para amamentar

Existem muitas recomendações sobre como deve ser a preparação nas mamas para a amamentação, mas são todos falsos. Você não precisa preparar suas mamas, pois elas já estão prontas: você é mamífera, seus peitos são o resultado de milhões de anos de evolução da espécie humana e foram desenhados para alimentar o seu bebê.

Não use cremes hidratantes ou lanolina na aréola e nos mamilos. Igualmente, não esfregue a mama com bucha vegetal ou com toalhas. Tudo isso pode ter o efeito contrário e deixar a pele do mamilo mais fina e sensível.

Tomar sol em qualquer parte do corpo, durante meia hora, até as 10h da manhã ou após as 16h é saudável. No entanto, expor as mamas ao sol não ajuda a evitar fissuras e não representa uma preparação para amamentar. Na verdade, considerando que a maioria das mulheres não costuma expor seus seios ao sol, isso pode até mesmo deixá-los mais sensíveis.

Não importa se seu mamilo é grande, pequeno, plano ou invertido, porque o bebê, ao mamar, não pega o bico e sim a aréola toda ou quase toda. Assim, não é necessário fazer nada para “formar bico” caso seu mamilo seja plano ou invertido. Não use conchas e não faça massagens.

Se não é necessário preparar o corpo, como se preparar para amamentar? O que você precisa preparar é a sua cabeça: estudar pelo menos um pouco sobre amamentação, especialmente sobre a pega correta, que é o que efetivamente evita fissuras. Também é interessante conhecer um pouco sobre o processo de produção de leite materno, refletir sobre alguns (pre)conceitos sobre bebês, sobre sua criação e sobre a própria amamentação.

Amamentar é da nossa espécie, mas, por motivos diversos deixou de ser uma prática habitual durante muitas décadas. Assim, deixou também de ser transmitido de mães para filhas. Por isso, o que em séculos passados se aprendia com a mãe, agora é preciso aprender por meio de outros recursos. Portanto, informe-se, pesquise, fique atenta.

Estes são alguns textos que recomendamos:

Como se preparar para amamentar com sucesso
http://grupovirtualdeamamentacao.blogspot.com.br/2014/01/como-aumentar-as-chances-de-ter-sucesso.html

Expectativas sobre bebês: parte 1 (desenvolvimento físico e sono)
https://www.facebook.com/notes/soluções-para-noites-sem-choro/expectativas-sobre-bebês-parte-1/282770681747348

Expectativas sobre bebês: parte 2 (alimentação e independência)
https://www.facebook.com/notes/soluções-para-noites-sem-choro/expectativas-sobre-bebês-parte-2-de-2/339160729441676

Cesariana eletiva e aleitamento materno: revisão sistemática com metanálise
http://estudamelania.blogspot.com.br/2012/08/cesariana-eletiva-e-aleitamento-materno.html

Indicações reais e fictícias de cesariana
http://estudamelania.blogspot.com.br/2012/08/indicacoes-reais-e-ficticias-de.html

Porque alguns sites e blogs não vão te contar que mamadeiras e chupetas causam desmame e muitos outros prejuízos
http://grupovirtualdeamamentacao.blogspot.com.br/2015/03/porque-alguns-sites-e-blogs-nao-vao-te.html

Recomendamos que tente ler nossos arquivos e álbuns:

Índice alfabético
http://grupovirtualdeamamentacao.blogspot.com.br/p/indice-alfabetico-gva.html

Álbuns https://www.facebook.com/groups/grupovirtualdeamamentacao/photos/?filter=albums

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Amamentação e zika: o que fazer?

Em 2015, fomos surpreendidos por casos de microcefalia em bebês cujas mães tiveram infecção pelo zika virus durante a gravidez.

Com o pânico disseminado, alguns meios de comunicação divulgaram reportagens afirmando que o "zika PODE ser transmitido por leite materno" (grifo nosso), para, em seguida, generalizar como orientação oficial a mera opinião de uma médica de um hospital particular de São Paulo, pois afirma em um subtítulo que "com o vírus, amamentação deve ser interrompida" (Jornal O Globo).

Diante desse cenário, recorremos aos órgãos oficiais e aos meios de pesquisa científica para trazer o esclarecimento abaixo.


terça-feira, 3 de maio de 2016

Aleitamento Materno: quanto o álcool pode influenciar na saúde do bebê?


Retirado do artigo de mesmo nome, de autoria de Adriana T. Kachani, Ligia Shimabukuro Okuda, Ana Lucia Rodrigues Barbosa, Silvia Brasiliano e Patrícia Brufentrinker Hochgraf, para o Programa de Atenção à Mulher Dependente Química do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (PROMUD- IPq- HC- FMUSP), de 2008


Mitos relacionados ao consumo de álcool

O aleitamento materno, além de ser biológico, é histórica, social e psicologicamente delineado através da cultura, com suas crenças e tabus, que influenciam de forma crucial sua prática (8). Em vários povos persiste a crença de que o álcool seria galactogênico, ou seja, que o consumo de pequenas quantidades de álcool imediatamente antes do aleitamento facilitaria a produção de leite nas glândulas mamárias. Trabalho realizado com 40 mulheres lactantes mostrou que 45% delas receberam aconselhamento de seus médicos e/ou enfermeiras para consumir álcool durante a lactação e 35% delas receberam o mesmo conselho de familiares e amigos (9).


terça-feira, 29 de março de 2016

Como fica a menstruação durante a amamentação




A menstruação é uma questão que varia muito de mulher para mulher.

Algumas menstruam regularmente ainda nos primeiros meses do bebê, ainda que amamentem em livre demanda, enquanto outras só voltam a menstruar após o desmame total.
Os dois extremos e tudo que se inclui entre esses dois extremos é normal.

As mulheres que amamentam e usam anticoncepcional (os que são compostos apenas por um hormônio, as chamadas "mini pílulas") têm sangramento chamado sangramento de escape, que não é uma menstruação verdadeira, devido ao anticoncepcional.

O mais importante é: leite não seca por causa da menstruação. Fique tranquila!


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Tabagismo e Lactação

Fragmento do artigo Influência do tabagismo na fertilidade, gestação e lactação 
Por: Paulo Roberto Bezerra de Mello, Gilberto Rodrigues Pinto, Clovis Botelho
J. Pediatr. (Rio J.) vol.77 nº 4 Porto Alegre July/Aug. 2001

A lactação constitui um período importante para o desenvolvimento físico e psicológico da criança, com conseqüente redução da morbi-mortalidade infantil no primeiro ano de vida, em especial nos países subdesenvolvidos.

Como na gestação, o tabagismo da mulher durante a lactação se reduziu neste final de século. Haug comparou a prevalência de tabagismo na lactação e observou queda de 38% para 26% entre 1970 e 1991. Também como na gestação, no período de lactação, o tabagismo tem decrescido à medida que o grau de escolaridade e o nível de renda maternas aumentam.

O estudo realizado por Horta et al. mostrou que crianças cujas mães eram tabagistas tiveram 1,34 (95% IC 1,00 - 1,80) mais chances de não terem sido amamentadas até os 6 meses de idade. Observou-se, ainda, que o padrão de resposta relacionado com a dose foi significativo neste caso e era proporcional ao número de cigarros fumados pela mãe por dia. As mães que fumaram durante os seis primeiros meses de vida da criança tinham uma tendência maior de amamentar por menos tempo (RO = 1,44; 95 % IC 1,04 - 1,99).

As conseqüências do tabagismo materno e familiar sobre a lactação e a criança amamentada constituem um somatório de efeitos que também lhe dão características próprias. Além das conseqüências do tabagismo passivo da criança, que está numa fase de quase permanente contato com a mãe dentro do domicílio, se somam as conseqüências sobre a lactação propriamente dita.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Perturbação na Amamentação

Tradução de Sandra Costa e Gabriela de O. M. da Silva do original disponível aqui
Postado originalmente no GVA (orkut)
Agradecimentos à Sara, pela revisão, e a todas as demais moderadoras da GVA :o)

É fácil imaginar que em uma mãe com experiência na amamentação, que ajudou muitas mamães a resolver seus problemas, nada mais afetaria suas experiências pessoais com respeito a amamentação.

Entretanto, há que estar alerta: o fenômeno da perturbação da amamentação pode acontecer com qualquer uma. Ter uma clara perspectiva da perturbação da amamentação pode te ajudar para entender uma mãe que está apoiando ou para você mesma, se vai amamentar em tandem.

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Amamentar emagrece?





A mãe que amamenta gasta em média 500 calorias por dia para produzir o leite e o apetite costuma aumentar, por isso o ganho de peso durante a lactância não é raro. Algumas mães, mesmo em LD (livre demanda) acabam não perdendo peso e às vezes até mesmo ganham.

A amamentação aumenta bastante o gasto de energia, mas o emagrecimento vai depender de quantas calorias a mãe está ingerindo. Para a perda de peso acontecer, o valor da energia gasta tem que ser maior do que a energia ingerida. Por isso, a alimentação equilibrada e saudável é importante
para esse momento, além do controle do stress e ansiedade, descanso, sono e apoio da família.

Com a amamentação em livre demanda, comendo em horários regulares, descansando bem e fazendo alguma atividade física leve/moderada (10 min de caminhada com o bebê já são um bom começo) seu metabolismo irá se ativar e a perda de peso será mais fácil. Evite sentir fome e os ataques descontrolados à geladeira.


Cada mulher é única, o ritmo de emagrecimento depende do ritmo metabólico de cada uma, dos hábitos alimentares e da constituição física. Evite se comparar com outras mães, algumas emagrecem muito rápido, outras mais devagar. A maioria volta ao peso de antes da gravidez apenas 8-10 meses depois do parto, quando o bebê começa se movimentar mais.

Dicas para evitar a fome e acabar atacando a geladeira:

- Nunca amamente com fome, se for preciso coma enquanto amamenta, o bebê não vai se incomodar. Deixe os alimentos maiores já previamente cortados, pois você provavelmente terá apenas uma das mãos livres.

- Faça vários lanchinhos durante o dia e prefira alimentos de baixo índice glicêmico (abacate, nozes, cereais integrais, carnes magras, carboidratos complexos, etc.).

- Mantenha em casa só alimentos saudáveis, assim se a fome bater, só terá opções saudáveis para se satisfazer. Mantenha frutas, nozes, pão integral, geléias naturais, etc.

- Não exagere com os alimentos que prometem “aumentar a produção de leite materno” pois eles são altamente calóricos e não aumentam de fato a produção (http://grupovirtualdeamamentacao.blogspot.com.br/2014/12/alimentos-chas-ou-homeopatias-podem.html).


- Descanse junto com o bebê sempre que possível, pois estresse e cansaço aumentam as chances de descontar na comida.

Antes de começar qualquer atividade física consulte seu médico.






Leia também:
O exercício pode interferir na amamentação?


quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Evacuação do bebê amamentado - cor, frequência, aspecto geral




O cocô pode vir em todas as formas e cores entre o amarelado e esverdeado. O cocô verde é o que desperta mais preocupação nas mães, pois alguns textos na internet falam que ele pode surgir quando o bebê não chega ao leite posterior e estaria mamando apenas o leite anterior que é rico em lactose, porém, as evidências que sustentam essa hipótese são escassas e até o momento não achamos pesquisas sérias a respeito. 

O cocô verde pode ter várias causas: reação a uma vacina, uma virose passageira, dentes nascendo, consumo de suplemento de ferro.

Para bebês amamentados exclusivamente não há regra referente à frequência do cocô. Podem fazer a cada mamada, ou apenas uma vez a cada 10 ou mesmo 20 dias, sem que isso signifique constipação.

O leite materno é um alimento altamente digerível, então pode sobrar muito pouco resíduo a ser eliminado. Como a evacuação é estimulada pelo acúmulo de resíduos, esse é um dos motivos para bebês amamentados exclusivamente poderem passar dias sem evacuar e ainda assim tudo estar dentro do normal.

Não use supositórios nem estímulo no ânus para o bebê evacuar, pois assim o que pode conseguir é esvaziar os intestinos do bebê sem que ele tenha absorvido todos os nutrientes do LM, e ainda atrapalhar o desenvolvimento da musculatura do esfíncter. O bebê pode acabar condicionado a não fazer cocô sem que que um adulto faça o estímulo anal, ao invés de responder ao que seu próprio corpo está solicitando.

Se ele se mostra desconfortável o mais provável é que tenha gases, nesse caso tente seguir as medidas alternativas: banho de balde, massagem, bicicletinha em toda troca de fralda ou até acupuntura para bebês (feita por especialistas usando sementes e não agulhas).

A prisão de ventre só é real se ao esvaziar os intestinos o cocô for muito duro como bolinhas ou extremamente aguado (suspeita de obstrução intestinal), e isso só pode acontecer em casos de bebês alimentados com fórmulas (mesmo que ocasionalmente) e muito raramente como reação a algum alimento durante a introdução alimentar.

Os sinais reais de preocupação com as fezes são quando:
-há sangue nas fezes;
-o bebê se mostra muito desconfortável e ao fazer cocô faz bolinhas duras como o cocô de cabrito ou coelho;
-tem diarreia, um cocô aquoso e espumoso muito líquido e persistente, diferente do cocô normal dele.



 

Leituras sugeridas sobre o tema: 
 
- Algumas curiosidades dos bebês de peito: as fezes
- Pseudoconstipação do Lactente
- Alternativas para tratar os Gases do bebê


Tratamentos Estéticos e Amamentação




Escovas que utilizam formol não são indicadas.
Foi contraindicado seu uso pela ANVISA devido ao alto risco de intoxicação, por ser altamente cancerígeno e capaz de danificar fortemente mucosas e pele. Nem mesmo mulheres que não amamentam deveriam utilizar escova com formol.

Pintar o cabelo é seguro, desde que não seja usado chumbo na fórmula das tintas. 
A legislação brasileira já proíbe há muitos anos esse componente, por isso o uso de tintas de indústrias conhecidas e certificadas é seguro.
Se recomenda manter a área do peito limpa e longe das tintas e nunca deixar o bebê no mesmo ambiente em que a aplicação estiver sendo feita, devido ao cheiro muito forte da química.

Se for necessário descolorir os fios para aplicar a tinta (no caso do tom escolhido ser mais claro que a cor natural do cabelo), utilize descolorantes sem amônia, que podem ser facilmente encontrados em farmácias. Por via das dúvidas, converse com o profissional do salão pois se não tiverem esse produto, você mesma pode comprar para que apliquem.

Atenção com o uso de tonalizantes e hennas: alguns ainda contém em sua formulação metais pesados como o chumbo, por isso leia sempre os ingredientes na embalagem do produto.

O clareamento com peróxido de hidrogênio ou com hidroquinona é considerado seguro pela base de dados e-lactancia, mas a Fiocruz considera a hidroquinona de uso criterioso. Deve ser evitada a aplicação na região dos seios e recomenda-se fazer uma boa limpeza antes de amamentar, evitando os cheiros fortes.

Procedimentos estéticos como drenagem linfática, acupuntura, carboxiterapia e tatuagens estão liberados, apenas evite que esse tratamentos aconteça na região dos seios. E sempre verifique que seja feito por profissionais seguindo todas as normas sanitárias vigentes.



Para maiores detalhes:
 

Consulte a lista da Fiocruzpag. 89, Cosméticos, ou acesse o site e-lactancia para buscar o procedimento.

Nesse post do GVA no Facebook, que tratou de tatuagens, há muitas dicas sobre como avaliar se o estúdio que escolheu é realmente confiável.


Pega correta


Somente com a pega correta é possível amamentar sem dor e garantir que o bebê conseguirá leite suficiente. 

10 motivos que comprovam a importância da pega correta do bebê ao mamar: http://grupovirtualdeamamentacao.blogspot.com.br/2014/06/10-motivos-que-comprovam-importancia-da.html

Seguem alguns links de vídeos e fotos sobre a pega correta.

- Vídeo-aula: http://www.youtube.com/watch?v=FvSy7sfxqBQ
- Acertar a pega: https://www.youtube.com/watch?v=P4LeT6dvHNY










segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Amamentação após a volta ao trabalho - continua a livre demanda?



Devo restringir as Mamadas?
Não, pelo menos até um ano a amamentação deve continuar em livre demanda para garantir a boa nutrição de seu bebê. Lembre que amamentar não é apenas alimentar seu bebê, amamentar é uma forma de se relacionar com seu filho, após um ano, essa dimensão emocional da amamentação começa pesar mais. Não esqueça dos picos de crescimento, fases de ansiedade de separação, e saltos de desenvolvimento - f
ases nas que a demanda pode ser aumentada de forma temporária.
Quando posso parar de deixar LM? 
Vai depender do tempo e horário que o bebê fica longe de você. Uma vez bem engatada a introdução alimentar (8-10 m) você pode fazer uma retirada gradual do LM nos horários que ele não for mais indispensável, como na hora do lanche ou almoço, mas mantendo-o nos horários de sonecas que em geral são os mais importantes, já que o bebê com o LM fica bem satisfeito podendo assim descansar melhor e por mais tempo. Mas cuidado, se você percebe mudanças no ritmo que o bebê mama em casa, se ele começar a mamar mais, em horários pouco habituais , e por mais tem
po é um sinal que o LM retirado de dia está fazendo falta - neste caso volte atrás e passe a deixar novamente.

Você saberá que é hora de deixar de deixar LM quando seu filho for maior de uma ano e já se alimentar bem de todos os grupos alimentares - quando ele começar a não receber ou trocar o seu LM por outra coisa nos horários habituais, quando ele começar dormir as sonecas do dia sem precisar ser amamentado em casa, e sem precisar tomar LM na sua ausência, mas principalmente quando a retirada do LM na rotina diária durante sua jornada laboral não causar alterações na sua rotina nos momentos que você e seu bebê estão juntos.
Meu bebê acorda muito a noite e preciso descansar para poder trabalhar, o que fazer?
Esse pode ser um sinal de amamentação em ciclo reverso, acontece principalmente em bebês menores de um ano que ainda tem como principal fonte de nutrientes o LM. Mas também pode acontecer em bebês maiores que deixam por algum motivo de se alimentar normalmente. Se seu bebê for menor de um ano seria ideal começar a deixar mais LM para ser oferecido durante o dia.

Se seu bebê for maior de um ano recomendamos a leitura de:
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=298306960348181&set=oa.385169041599378&type=3&theater
 

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Dermatite e Amamentação - um relato pessoal

Por Fernanda Rezende Silva
 
Minha saga começou quando minha filha estava com 11 meses. Os primeiros dentes superiores estavam nascendo e meu seio direito machucou. Imaginei que o motivo fosse os dentes apontando e uma eventual pega errada, mas se fosse só isso teria resolvido facilmente.
O seio esquerdo também feriu, eu já tinha acabado com a pomada de lanolina que tinha em casa e o problema continuava. Usei cascas de frutas e o problema piorou (hoje entendo porque o GVA e o Ministério da Saúde são contra o uso de cascas e afins).
Depois de um mês tentando soluções caseiras (um grande erro), conversei com uma consultora de amamentação que me disse que talvez meu problema fosse fungos. Consultei então um mastologista e ele me receitou tratamento para fungos (1). Fiz 2 meses de tratamento sem resultado.
Resolvi então me consultar com minha antiga GO (da minha cidade natal) e ela me disse que meu problema não era fungos - eu tinha uma dermatite e precisava me consultar com um dermatologista. O dermato indicado por ela pediu biópsia (eu tinha a mesma dermatite no braço), confirmou o diagnóstico e receitou pomada de corticoide - só aí comecei a ver melhoras.
A pomada resolvia, mas logo a dermatite (2) aparecia de novo. Consultei outros dois dermatologistas, que mantiveram o tratamento. Fiz um teste de alergia, por suspeita de dermatite de contato, que não matou a charada da dermatite misteriosa. Mais alguns meses se passaram e eu continuava com o problema. 

Desenvolvi alergia a lanolina, talvez por ter usado demais (bastava passar um pouquinho que o peito feria na hora). Sabe quando as moderadoras do GVA falam que o melhor para passar no peito é o próprio leite? Então, isso se explica facilmente se você pensar que até lanolina pode causar alergia (na mãe e/ou no bebê) e com leite materno esse risco não existe.
Nesse ponto da história o GVA entrou na minha vida. Descobri o que é APLV - alergia às proteínas do leite de vaca - e descobri que dermatites frequentes podem ser sintoma de APLV
(3). Lembrei que sofro com dermatites desde a infância - elas aparecem em várias partes do corpo - e era comum minha mãe me tratar com pomadas fortes (dessas que hoje só são vendidas com receita médica) - relembrar estes fatos aumentou minha suspeita de alergia a leite.
Eu já tinha parado de tomar leite há anos por causa de enxaqueca, mas ainda consumia os derivados, então passei a ficar mais atenta. Percebi que por duas vezes tive reação após tomar iogurte - a dermatite dos seios ficou forte, a ponto de sangrar.
Marquei consulta com uma pediatra que realmente entende de amamentação e APLV (engraçado eu me consultar com uma pediatra, mas não conheço médico de adultos que entenda de APLV). Ela confirmou minha suspeita, e me disse que tem sido muito comum adultos que foram amamentados pouco tempo desenvolverem alergia a leite (exatamente o meu caso).  

Comecei a dieta restritiva - cortei os derivados de leite e tudo que tem leite. Passei a ler rótulos, perguntar ingredientes em restaurantes, aprendi receitas sem leite. Depois de usar pomadas de corticoide por quase um ano enfim pude amamentar em paz, sem pomadas e sem dor, graças à dieta.
Tentei escrever de forma bem resumida, mas não posso deixar de citar como estava a minha cabeça. Vários profissionais me sugeriram desmamar, e isso doeu muito. Depois de alguns meses de luta eu até evitava tocar no assunto, pois as pessoas me criticavam, então eu preferia dizer que estava tudo bem, mesmo se estivesse com dor. Aprendi algumas coisas nesta jornada que podem ser úteis a outras mães, então vou resumir aqui:
 

-- Alergias podem ser desenvolvidas (antes eu pensava que alergia fosse uma doença que acompanha a pessoa a vida toda). Um exemplo: já vi amigas que sempre usavam esmalte normalmente desenvolverem alergia a esmalte.
-- Se você já tem um histórico de problemas de pele saiba que: eles podem aparecer também nos seios e isso pode acontecer justamente no período de amamentação, mas dermatite tem tratamento e não é motivo para desmame.
-- É possível viver sem leite de vaca e ele é um alimento que, na minha opinião, faz mais mal do que bem.
-- Nem tudo que coça/arde/descama nos seios é candidíase. Os seios estão sujeitos a todo tipo de problema de pele, assim como o restante do corpo,, e quando o caso é realmente uma infecção há mais chances de ser causada por bactérias do que por fungos, por isso é importante o médico pedir exame antes de receitar medicação (4).

-- Profissionais despreparados acham mais fácil indicar desmame do que procurar a causa do problema da mãe, então se você quer continuar amamentando precisa escolher bem onde procurar ajuda.
-- Leite de vaca é um dos alimentos que pode causar alergia, mas não é o único, então no caso de suspeita de alergia o ideal é testar cada alimento suspeito separadamente.
-- Intolerância a lactose não tem NADA a ver com APLV (5).

-- Alergia alimentar não é frescura e "só um pouquinho" pode fazer muito mal. Um exemplo: eu tive reação ao comer um chocolate que tinha apenas traços de leite.

A amamentação aqui segue firme e forte e já dura 39 meses :) Valeu a pena cada dia de luta - meu leite não virou água, continua rico em nutrientes e anticorpos, e ver minha filha super saudável graças ao meu leite é algo que faz tudo valer a pena.


Links:
1 - Esclarecendo a candidíase mamária: http://grupovirtualdeamamentacao.blogspot.com.br/2015/04/esclarecendo-candidiase-mamaria.html
2 - Os sintomas mais comuns de qualquer dermatite são vermelhidão, coceira, descamação - se você desconfia que possa ter dermatite consulte um médico.
3 - Desconfie de APLV se: http://grupovirtualdeamamentacao.blogspot.com.br/2014/06/aplv-desconfie-de-aplv-se.html
4 - Você tem ou teve "sapinho"? Novos dados: http://grupovirtualdeamamentacao.blogspot.com.br/2014/06/voce-tem-ou-teve-sapinho-novos-dados.html
5 - Intolerância x galactossemia x alergia LV: http://meufilhoealergicoaleite.blogspot.com.br/2008/09/intolerancia-x-galactossemia-x-alergia.html

sábado, 25 de julho de 2015

SMAM 2015

O tema da Semana Mundial de Aleitamento Materno 2015 (que ocorrerá entre 1/8 e 7/8) é "Amamentar e Trabalhar é Possível" (http://www.aleitamento.com/promocao/conteudo.asp?cod=2007).


Como parte dos eventos da SMAM 2015 o GVA publicará uma série de vídeos - um vídeo por dia - sobre o tema "Retornar ao trabalho sem desmamar". Várias moderadoras contarão suas experiências de volta ao trabalho e responderão dúvidas enviadas por participantes.
Você amamenta e tem alguma dúvida sobre a volta ao trabalho? Envie-nos sua pergunta no e-mail: smamgva2015@gmail.com. As perguntas serão selecionadas e respondidas na série de vídeos do evento. No assunto do e-mail colocar "SMAM 2015". As perguntas devem ser enviadas até dia 27/07/2015.
#WABA #WBW2015 #breastfeeding #maternity #mother #SMAM2015 #GVA #amamentação #volta_ao_trabalho


https://www.facebook.com/gvamamentacao/photos/a.167058623346510.49117.166584723393900/985529271499437/?type=1&permPage=1

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Relato de Amamentação e Desmame Natural - Jé Bonizzi e Valentina

Alguns dizem que é muito tempo, que foi muito prolongada. Eu? Eu acho que foi o necessário, o natural.
Você me guiou, do primeiro até o ultimo dia, você me disse quais eram as suas necessidades (fisiológicas / psicológicas).
Valentina, minha pequena, muito obrigada por permitir que eu nutrisse você, por se aconchegar, mamar e me amar. Lembro-me de ti pequena, muito pequena, se aconchegando e mamando, olho no olho a sua mão do tamanho do meu dedo mindinho, do teu chorinho do teu cheiro de cria nova, da força ao sugar o peito e de como tu ficava toda mole e com cara de mamei pra porra vou morrer em leite hahahaha.
Finalizamos os seis primeiros meses somente com leite materno, sem águas, sucos ou chás ou qualquer outra coisa ♥ 
Nunca te neguei peito por estarmos fora de casa, nunca te cobri com um pano, sempre levei a amamentação como o ato natural e fisiológico que ela é. Sim, paguei peitinhos inúmeras vezes com você no sling, te amamentei das formas mais variadas possíveis (tínhamos um álbum aqui no FB que chamava “mamasutra”, você foi, literalmente, amamentada na rua, na chuva, na fazenda e numa casinha de sapê. ♥


Obrigada filha, por conduzir o nosso desmame de forma mais natural possível, tão natural que quando me dei conta você já não mamava mais durante o dia, não mamava mais pra dormir, não mamava mais quando tinha medo ou estava com um dodói (passar leite no machucado pra sarar ainda você pede haahahaha) de mamar a cada 3 minutos você passou a mamar a cada 2/3 dias e cada vez mais espaçado. Hoje faz 11 dias que você não pede pra mamar, meu peito não está cheio, mais ainda tenho bastante leite, como o processo foi 100% natural e nada conduzido o leite foi diminuindo conforme a sua demanda e estamos aqui no corpo normal graças a natureza 100% perfeita! Sem leite empedrado, sem dor no peito!
Agora vou contar pra você sobre a nossa última mamada:
Eu fui no shopping buscar um aquecedor pq o frio estava bravo, e quando voltei você estava meio dormindo e meio acordada, pediu pra ir no banheiro e chorava muito, como se tivesse acordado no susto! Chegando lá tu me disse, chorando horrores :
- Mamãe ocê pode me dar um peito pa me ajudar a fazer um cocô?
E assim, desse jeito romântico, sqn, eu abaixei com as peitolas de fora e te dei mama enquanto você fazia cocô! HAHAHAHHA ♥
Filha obrigada por me proporcionar esses 3A09M07 dias de amamentação ♥ obrigada por me fazer completa e obrigada por esse fechamento de ciclo ♥

















quarta-feira, 15 de julho de 2015

Cama ou quarto compartilhado: promovendo a independência

Link para o texto original em inglês: http://www.evolutionaryparenting.com/?p=63
Tradução: Gabriela de O. M. da Silva

Não é segredo que sou uma GRANDE fã da cama compartilhada. Além da amamentação, eu acho que é a melhor coisa que você pode fazer pelo seu bebê. E ainda assim, quando você comenta com alguém a respeito de fazer essa prática, sobrancelhas se levantam mais rápido do que com uso de Botox.

Geralmente as pessoas começam com um olhar de espanto e logo perguntam quando você pensa em parar com isso, como se fosse um hábito desagradável, comparável a fumar ou deixar sua criança fazer xixi no chão. Se você questionar essas pessoas a respeito de porquê pensam que é um hábito nocivo, na maioria das vezes é devido ao fato de acreditarem que dormir com seu bebê vai torná-lo menos independente, mais carente, e assim meio que inútil para o restante da vida. Afinal, nós todos queremos que nossos filhos saiam para enfrentar o mundo, e se você tem uma criança que é muito ligada ao pai ou à mãe, como ela poderá ser um indivíduo com personalidade própria? E compartilhar a cama é visto como uma das coisas que tornará a criança dependente da mamã e do papai para sempre. Certo? Bem, se existissem evidências de que esse é realmente o caso, eu não estaria escrevendo esse artigo agora, estaria? Não, e na verdade parece que é justamente o contrário do que muita gente acredita.

Aqui vamos nós… Crianças que dormem em cama/quarto compartilhado tendem a ser – veja só – MENOS medrosas e MAIS independentes do que aquelas que dormem sozinhas. Por alguma razão, as pessoas começaram a acreditar que os bebês precisavam ser mais independentes, e que aprender a dormir sozinhos desde o primeiro dia de nascidos seria uma forma de fazer isso. Primeiramente, é uma besteira enorme dizer que os bebês precisam ser independentes – eles não podem ser, afinal, são bebês! Eles sequer sabem que existem até completarem um aninho de vida ou mais, então como podem ser independentes antes disso?  Contudo, conforme as crianças crescem, elas se tornam (felizmente) mais independentes, e nessa fase são as crianças que dormiram com os pais (ou continuam dormindo) e receberam toneladas de carinho e contato corporal que se mostram as mais destemidas, enquanto as que foram deixadas sozinhas para serem "independentes" enquanto bebês tendem a ser mais tímidas, ansiosas e amedrontadas. (Eu adoro ter uma parte de mim que ama esse paradoxo porque é completamente intuitivo quando você pensa pelo ponto de vista de um bebê. É exatamente o que a maioria das pessoas não fazem – elas pensam nos bebês como se fossem adultos, com pensamentos e crenças de adultos, apenas em uma escala menor.)

Parte da explicação desse paradoxo vem do apego – bebês que dormem com os pais tendem a ser mais apegados às mães, e pesquisas mostraram que crianças que são mais apegadas exploram mais e são mais independentes que aquelas que não têm apego com os pais. Bem, é importante notar que pode ser que os pais façam cama/quarto compartilhado por serem mais responsivos aos filhos, e não seja o fato de dormir com o bebê em si que o torne mais apegado/independente. Contudo, existem outros motivos para se acreditar que esse arranjo para dormir promova sim independência.
Tudo gira em torno dos hormônios. Como um dos milhares de apontamentos do Dr. Sears, a hora de dormir à noite é um dos momentos mais estressantes para um bebê. A escuridão e o silêncio da casa são na verdade bastante assustadores para crianças novas, que foram acostumadas com som estático constante dentro do útero (por exemplo as batidas do coração da mamãe) e a sensação de estar sendo mantido apertado, segurado forte. Assim, ser colocado longe de outras pessoas (e sem contato humano) aumenta a resposta ao estresse nessas crianças. O contato entre mãe e bebê a qualquer momento do dia reduz o estresse do pequeno através da liberação de ocitocina, um hormônio que é conhecido por promover contato e comportamento amoroso (também conhecido como hormônio do "aconchego"), especialmente quando há contato pele a pele (ex., Uvnas Moberg, 2003).  Dormir com o bebê também diminui no corpinho dele os níveis do hormônio do estresse chamado cortisol (Waynforth, 2007).  Então, ao fazer cama/quarto compartilhado você dá ao seu bebê uma carga de hormônios que lhe trarão prazer e são relacionados a ligações afetivas maiores, bem como à redução dos hormônios associados ao estresse.

Mas aí você vai me perguntar: como esses hormônios contribuem para a independência? Pense em você mesmo e em suas reações a várias situações. Todos já tivemos dias em que estávamos super estressados, quase arrancando nossos próprios cabelos. Nesses dias, quão disposto você estava para sair e explorar novos lugares, conhecer pessoas novas, tentar coisas diferentes? Se você estiver no grupo chamado "normal" e está sendo honesto, provavelmente vai dizer "Nem um pouco." Ao invés disso, você pediria uma taça (ou garrafa) de vinho em um lugar seguro, aconchegante, longe das pessoas ou locais potencialmente estressantes, pois evitar o estresse é parte da nossa reação – enfiar a cabeça num buraco e esperar que o que estiver te estressando desapareça. Isso é devido ao fato de que o estresse tem relação com o medo, e dessa forma ambos ativam a resposta de "lutar ou fugir", ainda que em diferentes níveis de intensidade. Logo, um bebê que está constantemente sob estresse tende a procurar lugares seguros e permanecer por lá. Assim como nós adultos fazemos. Agora lembre-se de momentos em que você estava feliz, relaxado e calmo. Durante esses momentos da sua vida você procura fazer coisas novas? Conhecer gente diferente? Ir a outros lugares? Sim, porque esse é o estado de espírito do qual necessitamos para sair e explorar o mundo. Então um bebê que tem níveis mais baixos de cortisol e mais altos de ocitocina, tende a estar mais disposto a conhecer o mundo frequentemente.

Outra razão que associa a cama/quarto compartilhado a independência é que dormir perto do seu bebê gera uma sensação de segurança devido à resposta imediata durante períodos críticos. Todos os recém-nascidos possuem o reflexo de moro, que o faz se assustarem e costuma ocorrer enquanto dormem. (Para aqueles que não têm mais um recém nascido, até os 3 meses de idade, enquanto dorme, os braços e pernas do seu bebê tremem como se ele estivesse caindo. Esse é o reflexo de moro). Se a sua criança estiver no colo de um adulto ou estiver por perto (como em um berço grudado à sua cama, com a grade lateral abaixada), é muito mais fácil controlar o reflexo e acalmá-lo antes que acorde e entre em pânico. Contudo, se você não estiver segurando o bebê, o reflexo de moro vai acordar seu bebê em pânico. O cortisol estará então circulando pela sua corrente sanguínea e vai demorar bem mais tempo até você conseguir acalmá-lo. Muitos pais passam por isso quando são acordados por um bebê que está gritando. Quando isso acontece, o que o bebê aprende a partir dessa experiência? Que o mundo não é um lugar seguro e que deve estar sempre alerta. Quando seus níveis de estresse estão constantemente altos, você aprende a estar mais vigilante para conseguir manter-se longe de perigos em potencial. Honestamente, eu me surpreendo com o fato de tais crianças não estarem clamando para voltar ao útero, após essas boas-vindas ao mundo.

Os bebês que dormem com seus pais aprendem algo bem diferente. Como eles são imediatamente tocados e confortados quando passam por esse reflexo de moro (e muitas vezes nem chegam a acordar), eles aprendem que o mundo é seguro para eles. Alguém estará por perto para socorrer quando precisarem de ajuda. Quando você sabe que tem uma rede de proteção, é muito mais fácil tentar andar na corda bamba do que se você não soubesse se iria ser amparado ou não no caso de uma queda. E uma vez que você começa a acreditar que há uma rede de proteção (chamada mamãe e papai), você se torna mais propenso a se arriscar e tentar coisas novas. Então, através da cama/quarto compartilhado você está oferecendo ao seu filho a base para um forte senso de segurança e sensações duradouras de conforto e proteção. Você está também alterando o balanço hormonal para melhor – reduzindo hormônios negativos (cortisol, por exemplo) e promovendo os positivos (oxitocina, por exemplo). E para culminar, você está aumentando as chances de seu filho ter uma ligação estreita com você, o que traz uma enorme variedade de resultados futuros maravilhosos. Eu acho que isso explica porque evoluímos para a cama/quarto compartilhado. [1].

Então quando você pensar em como você quer que seu filho seja criado e que tipo de pessoa você quer que ele seja – extrovertido ou inibido? Aventureiro ou tímido? Medroso ou corajoso? – pense a respeito do que você está ensinando a respeito do mundo através de suas ações frente ao bebê. E saiba que uma forma de dar à criança uma base sólida é dormir junto dela ou dele – seu filho vai agradecer a longo prazo.

[1] Existem regras a respeito de como fazer a cama/quarto compartilhado com segurança. Leia o artigo a respeito disso se você quiser saber mais, pois existem algumas coisas que podem tornar o ato de dormir com o bebê algo perigoso. Como você vai perceber, algumas dessas coisas (estar bêbado, por exemplo) são bem óbvias e nem precisariam ser ditas, mas existem outras com as quais você vai ficar surpreso.

https://www.facebook.com/notes/solu%C3%A7%C3%B5es-para-noites-sem-choro/normas-gerais-de-seguran%C3%A7a-da-cama-compartilhada/301069299917486

domingo, 12 de julho de 2015

Amamentação Durante a Gravidez

Fragmento traduzido de um artigo de Hilary Dervin Flower, MA - Midwifery Today – Winter 2003
Original: http://kellymom.com/pregnancy/bf-preg/bfpregnancy_safety/
[Nota da Moderação GVA: desconhecemos o tradutor e o local de publicação da tradução]

É um assunto pouco discutido, mas uma preocupação bastante comum.
A mãe tem toda razão de evitar desmamar um filho mais velho durante a gravidez. O filho que está sendo amamentado ganha com o leite materno, o qual dá reforços à nutrição e ao sistema imunológico da criança. Desmamar antes dos dois anos de idade pode aumentar o risco daquela criança adoecer.

Preocupações:
*Medo de entrar em trabalho de parto precocemente ou de ter um aborto espontâneo.
*A amamentação vai roubar os nutrientes do feto.
*É demais para o corpo da mãe, ela ficaria cansada.

Amamentação e contrações:

A estimulação do mamilo estimula a liberação de ocitocina (hormônio). A ocitocina é importante na amamentação porque controla a ejeção do leite. A ocitocina também estimula o útero a contrair. A estimulação do mamilo pode intensificar o trabalho de parto se o mesmo já estiver acontecendo. A amamentação depois do parto ajuda o útero (com contrações) a voltar ao tamanho que tinha antes da gravidez.

A amamentação NÃO inicia o trabalho de parto antes da hora certa!

O útero tem receptores sensíveis à ocitocina (células que detectam a presença da ocitocina e causam uma contração). Normalmente, durante as primeiras 38 semanas da gravidez o útero tem poucos destes receptores, os quais aumentam em número aos poucos depois disto até chegarem a 300 vezes mais quando o trabalho de parto já houver iniciado. Isto protege a gravidez.

Também há outros fatores que protegem a gravidez. Para que os receptores possam responder à ocitocina, eles precisam de um tipo de proteína especifica. A progesterona (outro hormônio) bloqueia a conexão entre a ocitocina e os receptores.

A ocitocina sozinha não é capaz de iniciar o trabalho de parto. O útero está na fase de carregar o bebê, bem protegido contra um trabalho de parto precoce.

Várias mulheres entrevistadas e que fizeram parte de pesquisas notaram que sentiam contrações quando o filho estava mamando, mas que as contrações paravam logo depois (dentro de 10 – 15 minutos) da sessão.

É sempre uma decisão da mulher. Numa gravidez saudável não é arriscado amamentar. Numa gravidez de risco a decisão pode ser mais complicada, mas ainda é possível. Existem mulheres que amamentaram durante uma gravidez de alto risco, até mesmo durante uma ameaça de trabalho de parto prematuro, e deram à luz filhos sadios à termo (entre 38 a 42 semanas). Outras acharam melhor desmamar por causa da sua situação. Todas as mulheres devem conhecer os sinais de trabalho de parto precoce. Se perceberem contrações preocupantes devem parar a sessão de amamentação e ver se as contrações cessam. (Seu médico ou parteira também pode querer avaliar o efeito da amamentação sobre o útero – contrações, batimentos cardíacos do bebê, ou colo uterino).

Comendo por três

Uma mulher é capaz de comer o suficiente para o seu feto, sua produção de leite e ela mesma?

Uma dieta básica com alimentos variados e calorias suficientes vai cobrir a maioria das necessidades de mulheres que estão amamentando ou grávidas.

Mulheres já com algum nível de desnutrição podem ter dificuldades, mas uma mulher bem nutrida tem pouca razão para se preocupar.

Reservas de gordura são esvaziadas durante a amamentação exclusiva. Quando o bebê começa a comer outras coisas e continua mamando, as reservas de gordura da mãe voltam aos poucos. Quanto mais tempo ela amamenta, maior quantidade de gordura ela recupera (**nota - é saudável e natural para a mulher ter estas reservas – para manter a gravidez e a amamentação**). Mas se ela engravidar logo depois, ela não vai recuperar estas reservas, e se ela estiver desnutrida e resolver amamentar durante a gravidez, as reservas vão diminuir mais ainda.

Outra preocupação relacionada à amamentação durante a gravidez é com a saúde dos ossos da mulher. Pesquisas mais recentes mostram que a mulher recupera a densidade mineral dos ossos quando o bebê começa a comer outras coisas, e aos 12 meses de idade da criança a densidade mineral dos ossos da mãe deve ter voltado ao normal.

E as necessidades do feto? Pesquisas mostram que as mães que ganharam peso suficiente durante a gravidez tiveram bebês de peso normal (2,52 a 4,93kg). Se a mulher estiver desnutrida (ou sem condições de aumentar sua ingestão alimentar) ela pode ter dificuldades de ganhar peso suficiente na gravidez ou seu bebê pode nascer com peso abaixo do normal. A recomendação de saúde pública, considerando que o desmame precoce pode prejudicar a saúde do bebê, é de dar um maior intervalo entre os filhos.

A produção de leite normalmente diminui no meio da gravidez. As duas perguntas mais importantes são: “Ela está mantendo seu apetite?” e “Ela está ganhando peso dentro do padrão esperado?” Ela precisa ganhar o mesmo peso que ganharia se não estivesse amamentando (meio quilo por semana depois de 20 semanas de gravidez). É preciso avaliar como aumentar o consumo da mãe – se ela estiver com dificuldades. Também é necessário avaliar a hidratação materna. A cor da urina indica: amarela clara – bem hidratada; amarela escura - desidratação.

A sensação de bem-estar da mãe diz tudo. O que o corpo da mãe está dizendo a ela?

A mulher deve estar empoderada e escutar a sabedoria do seu corpo enquanto ela cuida do seu filho e da sua gravidez.
Os hormônios da gravidez podem causar desconforto para a mãe durante a amamentação. Dói! Não sempre, mas para a maioria das mulheres a amamentação provoca alguma dor, a qual poderá ser mais forte numa fase da gravidez do que em outra. Ela também pode se sentir agitada, querendo tirar a criança do peito. A mãe que sente-se comprometida com a continuidade da amamentação pode precisar de apoio durante sua adaptação a estes desconfortos.

É fundamental ajudar cada mulher a processar suas necessidades e escolhas, e apoiá-la em sua decisão de desmamar ou de diminuir o número de mamadas do mais velho.

Hilary Flower – autora do livro Aventuras na Amamentação Tandem: Amamentação durante a gravidez e depois (Adventures in Tandem Nursing: Breastfeeding During Pregnancy and Beyond – 2003).
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