A mamoplastia de aumento ou redutora, na maioria das vezes não atrapalham a amamentação, e definitivamente não a impedem. Já a cirurgia de correção de mamilos invertidos pode ter impacto negativo na amamentação.
Na mamoplastia de aumento com prótese, não há manipulação de tecido glandular, podendo ser posicionada sob o músculo ou sob as glândulas. Mesmo quando implantada pela aréola, não manipula ductos, que se localizam na parte mais central do mamilo, onde não há manipulação cirúrgica. Portanto, não têm qualquer interferência com a amamentação.A correção da ptose mamária (mamas caídas), bem como a mamoplastia redutora são feitas, na sua maioria, pela técnica de “T” invertido, com formato de âncora, com corte também ao redor da aréola. Na correção da ptose, tão somente excesso de pele e gordura são retirados, com o mamilo sendo reposicionado, sem manipulação de ductos ou glândulas. Na redução de mamas, além da retirada de excesso de pele e gordura, pode ser retirada maior ou menor quantidade de tecido glandular. Os fatores que podem influenciar a amamentação neste caso são: tempo desde a cirurgia e tecido glandular retirado. O primeiro fator, por conta da sensibilidade nos mamilos, que pode dificultar a ejeção do LM (estimulada principalmente por nervos locais). Mulheres com mais de dois anos de cirurgia tendem a ter maior regeneração das terminações nervosas lesadas e mais sensibilidade nos mamilos. O segundo, por retirada excessiva de glândulas (geralmente cirurgias onde houve retirada de mais de 700- 800g de cada mama). Na retirada excessiva de glândulas, pode haver baixa produção, mas não é regra, pois as glândulas restantes se hipertrofiam e podem dar conta da produção.
As cirurgias de correção de mamilos invertidos (cuja causa são ductos curtos que invaginam o mamilo), geralmente têm impacto negativo na amamentação, pois dependendo da técnica, se baseiam justamente no corte dos ductos para liberação dos mamilos, deixando poucos ou nenhum ducto em funcionamento. Por isso são contraindicadas em mulheres que pretendem amamentar, devendo-se dar preferência a métodos não cirúrgicos.
Mas como saber se estou produzindo leite suficiente? Amamentando e observando o ganho de peso e diurese do bebê.
Os principais vilões da amamentação no caso de redução de mamas são a própria insegurança da mãe e a falta de apoio e de conhecimento da equipe de saúde. A descida do leite e estabelecimento da amamentação podem demorar um pouco mais nas mães com redução de mamas, por isso, paciência e parcimônia são bem-vindos. O uso precoce de leite artificial (muitas vezes já na maternidade), bicos artificiais (chupetas, chuquinhas e mamadeiras e intermediários de silicone) podem realmente comprometer de maneira definitiva a amamentação.
Então como proceder? Amamente já na maternidade. Pratique a livre demanda (mamar quanto e quando quiser) e não deixe de oferecer o peito por mais de 2h de dia e 3h de noite. O leite inicial é o colostro, que vem em pequena quantidade (gotinhas) e é importantíssimo para a imunidade do bebê. A descida do leite pode demorar vários dias (até mesmo em mães que não têm cirurgia mamária). Tenha calma, descanse com o bebê, alimente-se de maneira saudável e ingira líquidos. Ordenha manual ou com bomba não mede produção. A sucção/ordenha do bebê é a melhor forma de estímulo à produção e extração de LM. As melhores maneiras de avaliar sua produção são verificando a urina do bebê (que deve ser clara e sem odor - para isso você deve deixar o bebê sem fralda e observar o xixi), e o ganho de peso. Ele deve recuperar o peso do nascimento com cerca de 15 dias (com pega correta, livre demanda respeitada e sem bicos artificiais). Se isto não ocorrer, outras possibilidades, além da cirurgia, devem ser investigadas (problemas na pega, infecção urinária, freio de língua curto, alergia a proteína do leite de vaca, etc). Pode ser que o bebê realmente precise de complementação inicial. Muitas vezes, a mãe consegue a retirada total ou parcial do LA após a estabilização da produção, ou o bebê precise se manter em aleitamento misto. Isso ainda é amamentar. Toda quantidade de leite materno é importante para o bebê, e melhor do que nenhum LM. Você pode manter o aleitamento misto (se necessário, após tentativa de redução orientada e assistida) e ainda assim chegar à amamentação prolongada, desde que evite fatores que levam ao desmame precoce, principalmente o uso de bicos artificiais. No caso de aleitamento misto, o LA deve ser oferecido em copo ou colher (vide texto Alternativas à mamadeira).
Por fim, nunca deixe de tentar e de persistir. Muitos vão querer minar sua confiança sem ao menos deixar você tentar. Não desista. Qualquer quantidade de LM é melhor do que nenhum.
Lembre-se de que o peito é muito mais que alimento, ele é conforto, aconchego, segurança para seu bebê - ofereça o peito como forma de amor.
Textos recomendados:
Deixar o leite artificial
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Vídeo Amamentação e Mamoplastia - Pítia Villar
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