sábado, 12 de setembro de 2020

Amamentar? Por quê?

Por Luciana Freitas

Publicado em setembro de 2010

 

Nos últimos anos, a amamentação, após décadas de império das mamadeiras, voltou a tornar-se uma prática socialmente relevante. Aqui e acolá ainda há alguma tia, alguma avó, alguma vizinha (e, às vezes, até mesmo algum pediatra) que insiste em afirmar que leite de peito é “fraco” e que “não sustenta”, mas a elas são, sem dúvida, figuras que tendem a permanecer no passado. Assim, hoje em dia é mais freqüente ouvirmos comentários positivos acerca do leite materno e da sua superioridade com relação ao leite de vaca e às fórmulas infantis.

Se todos (ou quase todos) estão convencidos da importância do aleitamento materno, a maioria hesitaria diante da simples pergunta: quais são, exatamente, os benefícios da amamentação? Tentarei respondê-la a partir das pesquisas nessa área, que estão em franco desenvolvimento. A cada dia, descobre-se uma nova propriedade do leite materno ou outra importante vantagem da amamentação. Veremos apenas algumas delas.

O leite humano possui nutrientes balanceados e de acordo com as necessidades de bebês humanos. Também é rico em substâncias anti-infecciosas e em fatores de crescimento. Ele tem fácil digestão e protege a criança de infecções gastrintestinais, respiratórias e urinárias. Além disso, também previne alergias, especialmente a mais frequente na primeira infância, que é a alergia às proteínas do leite de vaca. Importante papel desempenha o leite materno na melhor aceitação de alimentos pelo bebê e na prevenção de várias doenças como obesidade, diabetes, pressão alta, otite, asma, parasitoses intestinais, diarreias e doenças cardiovasculares. Bebês que não são amamentados têm mais diarreia, infecções respiratórias, desnutrição, deficiência de vitamina A, alergia a leite e sobrepeso, entre outros problemas. Enfim, crianças amamentadas têm menores índices de mortalidade que as não amamentadas. Muitos motivos para amamentar, não?

No entanto, as vantagens do aleitamento materno não se restringem aos bebês: as mães também se beneficiam. A amamentação proporciona um menor sangramento pós-parto e, portanto, menor índice de anemias. Além disso, mulheres que amamentaram sofrem menos de câncer de mama, de ovário e de endométrio e ainda têm menos fraturas causadas pela osteoporose. Como se não fosse o bastante, a amamentação representa um gasto calórico diário equivalente a uma aula de spinning!

Até mesmo sociedade se beneficia da amamentação, pois o leite materno é grátis e reduz os gastos com médicos, hospitais e medicamentos, o que permite uma significativa economia, tanto para as famílias, quanto para o poder público. E, finalmente, amamentar é ecológico, pois não produz de detritos inorgânicos.

Esses benefícios mencionados, embora sejam muitos, não são os únicos proporcionados pela amamentação; há muitos outros. Foram citados apenas aqueles que dizem respeito ao aspecto nutricional e imunológico do leite materno. Sequer foi comentando o mundo de benefícios afetivos e psicológicos desse ato natural, belo e importante que é amamentar.

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