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quinta-feira, 10 de março de 2016

Porque não dar chá, água, suco e outros líquidos para o bebê menor de 6 meses?

Por Zioneth Garcia

Dar ÁGUA, CHÁ, SUCOS, seja por qual motivo for (curar as "cólicas", gases, melhorar a constipação), atrapalha a amamentação exclusiva e coloca em risco a saúde do bebê sem necessidade. O LM contém BIOATIVOS, bactérias que fazem parte da flora intestinal natural dos seres humanos e entre outras ajudam na digestão de alguns alimentos complexos para os quais os seres humanos não possuem enzimas digestivas e regulam o PH intestinal, os tais probióticos que os fabricantes de LA juram que tem (mas não).

Esses bioativos garantem o equilíbrio da flora intestinal do bebê, atuando como uma proteção ao evitar que bactérias ruins se instalem no tubo digestivos, eles formam um BIOFILME no intestino do bebê que o protegem de doenças infecciosas.

E o que acontece com chá, água, sucos? Todos eles enxugam essa bio-película, deixando o intestino do bebê como um habitat disponível para a primeira bactéria que entrar se instalar e multiplicar rapidamente, o que pode causar uma infecção rapidamente (gastroenterites).

Com a interrupção de AME, o bebê fica desprotegido e coisas simples que antes não eram nenhum risco podem atuar como transmissores, um beijo, levar a mão na boca, chupar um brinquedo, o dosador da vitamina, o chá mesmo. Quanto mais novo o bebê ao qual se administra chá, suco, água, etc, maior é o risco de contaminação.

CUIDADO!!! Não coloque em risco a saúde de seu bebê.

A orientação do Ministério da saúde é aleitamento materno exclusivo até 6 meses. Não precisa dar água, sucos, chás nem nada além de LM. O seu leite tem tudo o que o bebê precisa.


Leia mais:
Caderneta 23. SAÚDE DA CRIANÇA: Nutrição Infantil Aleitamento Materno e Alimentação Complementar. Publicação do Ministério da Saúde. Disponível em <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutricao_aleitamento_alimentacao.pdf>

terça-feira, 14 de julho de 2015

Como o leite materno vira água e a vaca passa a fazer melhor leite que o seu

Jenny Thomas, pediatra membro da Associação Americana de Pediatria, membro do Comitê Internacional de Certificação de Consultoria de Aleitamento e da Academy of Breastfeeding Medicine.<p> </p>
http://www.facebook.com/notes/lakeshore-medical-breastfeeding-medicine-clinic/when-breastmilk-turns-to-water-and-a-cow-makes-better-milk-than-you-do/155702701154727

Tradução de Bel Kock-Allaman 


Eu acho que se você amamenta por um ano alguém deveria fazer uma festa para você. O melhor que eu pude fazer foi dar camisetas comemorativas. Eu já dei mais camisetas do que posso contar e atualmente eu tenho uma lista comemorativa para celebrar as mães que conseguiram isso no meu website.


Então, com todas essas mães no meu consultório alcançando esse objetivo, eu comecei a considerar fazer algo para reconhecer as mães que continuavam a amamentar aos 18 meses. Essas mães maravilhosas, que ganharam a camiseta e os parabéns pelo primeiro ano diziam “Não, obrigada.” quando eu mencionei o que tinha em mente – elas não queriam que outras pessoas soubessem. Elas amamentavam, mas não queriam reconhecimento público. Elas amamentavam “no armário” e estavam bem assim.

A revisão dos 12 meses é uma ótima oportunidade para falar dos benefícios de continuar a amamentar além do primeiro ano. Eu vou tentar não dizer “amamentação prolongada” porque isso revela um viés cultural que existe onde eu vivo, mas talvez não onde você viva. Mundialmente, amamentar até os 2 ou 4 anos é simplesmente normal. E antes que o viés cultural interrompa a discussão, a política da Associação Americana de Pediatria diz que “não existe limite para a duração da amamentação e não há evidência psicológica de prejuízo ao desenvolvimento devido à amamentação no terceiro ano de vida ou mais”.

Então, o que acontece aos doze meses? De acordo com a crença popular, no momento em que o seu lindo bebê amamentado está dormindo na noite anterior do seu primeiro aniversário, o mundo se transforma: no dia seguinte, eles descobrem que o leite materno já não serve. Eles descobriram que a vaca faz um leite melhor que a mãe.


E como você faz que uma criança de um ano que ainda não fala entenda isso? Eles estão contando com continuar recebendo a calidez, a expressão de amor e a maravilhosa nutrição que tinham no dia anterior. Qual é a mágica daquele 366º dia da sua vida?

Eu sei que não faz sentido e que o bebê de um ano provavelmente está confuso, mas eu conheço algumas mulheres maravilhosas que acreditam que se elas continuarem a amamentar, seus filhos vão precisar de um complemento de leite de vaca “para que tenham todos os nutrientes”. Eu devo morar no paraíso dos laticínios, onde pessoas usam chapéus de queijo em público, mas o leite da vaca é para os bezerros. E como eu normalmente tenho essa conversa no meio de uma consulta, com a criança presente, eu posso fazer um bom trabalho convencendo a família de que o meu exame clínico sugere que o seu filho não é um bezerro.

Os componentes do leite materno que combatem infecções continuam presentes: lisozima, lactoferrina, imunoglobulina (IgA) estão presentes em quantidades estáveis. Os níveis de proteína, cálcio, ácidos graxos de cadeia longa são mais baixos comparados com o leite de um bebê de 3 meses, mas não estamos falando de bebês de 3 meses que só se alimentam de leite materno. A criança de um ano já come outros alimentos. Além disso, sabemos que mães que amamentam por mais tempo diminuem o seu risco de câncer de mama.

Eu entendo. Muitas pessoas, incluindo os profissionais de saúde, não entendem porque você quer amamentar por mais de um ano. Mas não são eles que tem que acalmar uma criança de 15 meses berrando. Eu só estou dizendo isso – se eu tivesse que escolher entre uma criança chorando que eu tenho que distrair e fazer feliz de alguma maneira e uma criança chorando que eu posso dar o peito e fazer feliz em 5 minutos, eu prefiro o segundo.


Algum dia, eu espero poder fazer algo pelas minhas amigas, as mães que amamentam “no armário” e eu saberei que estarei fazendo progresso aqui no meu pedacinho de mundo. Talvez então nós possamos convencer o resto do mundo que amamentar um bebê de mais de um ano é normal.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Quem produz o leite materno - a mãe ou o bebê?

Por Fernanda Rezende Silva
Revisão: Luciana Freitas e Zioneth Garcia

O título deste texto pode parecer absurdo, mas não é. O bebê influencia sim, e muito, no processo de produção do leite materno. É ele quem comanda.
Vamos imaginar que o peito da mãe é uma máquina de produzir alimento, e o bebê é o operador desta máquina. Se o operador nem chegar perto da máquina é óbvio que ela permanecerá desligada e nenhum alimento será produzido, e o contrário também é verdadeiro, se o operador estiver em permanente contato com esta máquina, operando-a o tempo todo, muito alimento será produzido. Ok, esta parte não é novidade. Sabemos que quanto mais o bebê suga, mais leite é produzido,e que se o bebê não suga (ou suga errado) a produção de leite é comprometida, então vamos entender como funciona o processo (se você ainda não sabia que o leite materno é produzido enquanto o bebê mama então leia este texto: http://grupovirtualdeamamentacao.blogspot.com.br/2014/09/voce-esta-amamentando-e-seu-peito-esta.html).
O bebê nasceu com a missão de operar a máquina-peito, e esta operação não se resume a ligar/desligar, ele decide em que momento que tipo de alimento será produzido. Ele é um operador inteligente: pode enviar um comando do tipo "agora quero o alimento X", ou "chega de X, agora quero Y". Traduzindo isso: o bebê, por meio do tempo de mamada e de potência da sucção, “diz” ao corpo da mãe que agora ele quer um leite menos gorduroso, ou que quer o leite mais gorduroso. O leite vai aumentando sua quantidade de gorduras, então não existe um leite “fraco” e um leite “gordo”, é algo gradual . Alguns exemplos do que o bebê diria para a mãe:
- "Mamãe, já mamei 10 minutos de leite com menos gordura e matei a sede, agora quero mamar mais 20 minutos, então vai aumentando a gordura desse!".
- "Mamãe, não se assuste - dessa vez só quero matar a sede, não tenho fome - assim que eu tiver fome eu mamo mais e lhe peço um leite com mais gordura".
- "Mamãe, já estou tão craque que agora quero só 1 minuto de leite com menos gordura e nos 4 minutos seguintes, vai aumentando a gordura desse leite. Ah! Mamãe, agora consigo me satisfazer em apenas 5 minutos".
Sim, é o bebê que diz ao corpo da mãe que tipo de leite quer, quanto quer, em que momento quer, por isso a livre demanda verdadeira é tão importante (http://grupovirtualdeamamentacao.blogspot.com.br/2014/07/livre-demanda-o-que-e-realmente-dr.html). E como o bebê pode executar este processo mágico de ir mudando a gordura do leite no meio da mamada? Ele intensifica a mamada, fica mais tempo no peito… Um bebê saudável nasce pronto para operar a máquina-peito e, se ele não sofrer interferências externas ele vai executar este processo perfeitamente.
"Ah, mas meu bebê ganhou pouco peso neste mês". Porque isso nem sempre é um problema? O ganho de peso isoladamente não significa saúde
(http://grupovirtualdeamamentacao.blogspot.com.br/2013/06/por-que-nao-tiramos-balanca-do-pedestal.html). Se um bebê saudável ganhou pouco peso em um mês específico mas cresce e se desenvolve bem então pode não haver motivo para preocupação, depende de cada caso - ele vai engordar conforme a sua necessidade.
"Mas meu bebê tem mamado horas seguidas, meu leite não satisfaz!". Hora de desfazer o mito "bebê só mama e dorme" e aprender um pouco sobre picos de crescimento e saltos de desenvolvimento. Peito não é só alimento - bebês novinhos querem mesmo grudar na mãe (http://grupovirtualdeamamentacao.blogspot.com.br/2014/06/o-conceito-do-continuum-importancia-da.html), e nos picos e saltos grudam mais ainda (http://grupovirtualdeamamentacao.blogspot.com.br/2014/06/pico-de-crescimento-e-salto-de.html).
O que poderia então atrapalhar o bebê a ponto dele não conseguir mamar bem? Existem alguns fatores como a prematuridade, por exemplo, que fazem com que o bebê tenha dificuldade para mamar (http://grupovirtualdeamamentacao.blogspot.com.br/2015/02/como-estimular-o-bebe-aprender-ou.html). Outro exemplo é a anquiloglossia: se o bebê tem o freio de língua curto então pode ser que ele não consiga executar perfeitamente todos os movimentos necessários com a boca e língua, e isso sim pode atrapalhar as mamadas e consequentemente a produção de leite (http://grupovirtualdeamamentacao.blogspot.com.br/2014/11/anquiloglossia-freio-de-lingua-curto.html).
Porque então tantas mulheres dizem "Não tive leite" ou "Meu leite secou", mesmo quando o bebê não tem nenhum problema para "operar a máquina"? Nesses casos o bebê nasce preparado para operar a máquina-peito, mas ele sofre interferências externas dos tais bicos artificiais (chupetas e mamadeiras). Imagine que o operador usa os 5 dedos da mão direita para executar o comando "produzir alimento X", mas aí ele começa a carregar um objeto com esta mão e passa a não dispor mais dos 5 dedos para esta ação (passa a fazê-lo só com 4 dedos) - ele sentirá cada vez mais dificuldade para fazer este movimento até que a tarefa se torne muito difícil e ele pode até desistir. Este texto explica o que acontece nestes casos: http://grupovirtualdeamamentacao.blogspot.com.br/2015/03/o-que-acontece-com-os-musculos-bucais.html.
Você já entendeu que quem produz leite materno não é a máquina-peito sozinha - o bebê é quem comanda o processo. Pois é, então isso também significa que não adianta NADA empanturrar a máquina com matéria-prima - o operador-bebê só vai pedir o alimento que ele realmente necessita. Algumas mães pensam que precisam comer muita comida calórica para ter o leite mais gorduroso e assim o bebê engordar melhor - isso não faz sentido, basta você lembrar que os bebês das africanas mal nutridas também engordam. Já vimos o caso de uma mãe que comia muita comida calórica enquanto a filha engordava no ritmo normal e esperado para o biotipo dela - o que esta mãe conseguiu foram 32 kg extras ao final da amamentação (ou seja, o que a mãe comeu a mais virou gordura no corpo dela, já que o bebê não requisitava esta gordura no leite materno).
A matéria-prima é importante, então a mãe deve se alimentar bem? Sim, a mãe deve se alimentar bem, mas sem neuras. Sabe a tal máquina-peito? Então, ela tem as receitas armazenadas, o que significa que seu resultado final varia muito pouco: a maior parte dos nutrientes do leite materno vem das reservas nutricionais da mãe (todos os seres humanos possuem reservas de nutrientes no corpo) então a mãe na verdade precisa se alimentar bem para repor estas reservas, e não para produzir leite de qualidade. Um exemplo: já foi comprovado que a mãe pode aumentar bastante o consumo de alimentos com ferro e mesmo assim o leite materno terá sempre a mesma quantidade de ferro, independente do que a mãe comeu. Se a mãe simplesmente não está comendo alimentos com ferro o leite também continua bom, mas este caso representa perigo de anemia para a mãe, por isso ela não pode fazer dietas malucas e precisa mesmo se alimentar bem.
Se o leite materno tem uma receita pronta, que praticamente não varia, e só se produz leite conforme o bebê solicita, faz sentido pensar que a mãe precisa beber X litros de água por dia, ou pensar que beber mais água ajuda a produzir mais leite? Não, isso também não faz sentido. Uma mulher que amamenta sentirá mais sede naturalmente, mas não precisa se obrigar a tomar vários litros de água por dia para garantir a produção de leite (http://grupovirtualdeamamentacao.blogspot.com.br/2014/06/beber-muita-agua-para-ter-mais-leite.html). Lembra da receita do leite materno? Então, nela consta a proporção de água necessária para produzir leite - tudo que vier além disso será eliminado pelo corpo.Você estava aí se culpando porque não comeu o alimento X ou Y, pensando que seu leite não seria bom por causa disso? Pode desencanar - agora você já sabe que quem comanda a produção é o bebê e que todas as mulheres têm em seus corpos a receita do leite perfeito - nenhuma mulher precisa de canjica ou suco de uva para ter mais leite ou um leite de melhor qualidade.
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