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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

GUIA FACIL PARA INTRODUÇÃO ALIMENTAR USANDO O MÉTODO BLW : Baby-led Weaning

Por Zioneth Garcia. 

BLW significa Desmame guiado pelo bebê. O princípio desse método é a transição à alimentação por sólidos de forma natural acompanhando as necessidades organicas e habilidades motoras do bebê. O bebê deve e pode ter o controle total. Não exite restrição enquanto ao numero de refeições diarias já que acreditasse que o organismo do bebê sozinho vai priorizar os nutrientes que mais precisa: alimentação complementar ou Leite materno, por isto a livre demanda do Leite materno é fundamental. 

O leite materno é o principal alimento até os 12 meses, e oferece uma fonte completa de nutrientes para o bebê. Limitar as mamadas não só é uma péssima estratégia para ajudar o bebê aceitar mais alimentos, se não também pode colocar em risco o desenvolvimento normal de seu filho. Lembre que leite materno não atrapalha absorção de nutrientes, pode oferecer antes durante ou depois de todas as refeições. 

O mel e a leite de vaca não são indicados para menores de 1 ano. No caso do mel, os menores de um ano de idade correm o risco de contrair botulismo, caso o mel esteja contaminado pela bactéria Clostridium botulinum, nociva apenas aos mais sensíveis. O leite de vaca ou formulas especiais não são necessárias enquanto o bebê se mantenha no aleitamento materno. Danoninho NÃO É ALIMENTO DE LACTANTES! 

Ter uma boa alimentação familiar, variada, equilibrada e saudavel é essencial. Coma hoje como espera que seus filhos comam a manhã! 

Em casos com histórico de alergias alimentares particulares na  família próxima ou suspeita de alergia alimentar no  bebê devem ser evitados os alimentos com alto potencial de sensibilização alergênica até os 2 anos. Se há suspeita ou diagnostico certeiro de alergia alimentar deve se avaliar com o profissional (gastropediatra ou alergista) os riscos de contaminação cruzada de alimentos

Como funciona BLW:

*O bebê come no seu ritmo pelos seus próprios meios.

*O bebê participa de todas as refeições da família ativamente desde  primeiro dia de alimentação complementar.

*Oferecem-se os alimentos que a família consome, alguns são adaptados para ele pegar sozinho para levar à boca.

*Se recomenda respeitar o esquema de introdução de apenas um novo alimento ou ingrediente a cada 2 dias. Dessa forma em 15 dias o bebê já poderá acompanhar a alimentação diária da família podendo escolher entre um universo de 5-6 itens. Ao final do 7° mês ele poderá ter experimentado até 30 ingredientes, praticamente todos os itens que configuram a base da dieta Brasileira saudável.  

*Sugere-se começar com “finger foods” , alimentos para comer com as mãos , para depois introduzir as texturas menores: pedacinhos, grãos inteiros etc;  e por ultimo aquelas que precisam de talheres. Para oferecer papas, purês ou molhos se sugere oferecer usando palitos de legumes, ou mesmo colocando a colher frente ao bebê para ele SOZINHO levar à boca. 

*O bebê escolhe o que deseja comer conforme suas necessidades orgânicas. A quantidade de comida é regulada pelo bebê. Acreditasse que a traves da vontade de comer o bebê expressa suas necessidades orgânicas de nutrientes, por isso é importante oferecer escolhas nutricionalmente diferentes e complementares dentro do mesmo prato quando ele já conhece variedade de ingredientes.  

*Não existem papinhas, papas ou refeições separadas para o bebê, ele vai acompanhar a dieta familiar, por tanto,  o principal reto é avaliar a dieta da família deixando-a o mais saudável possivel. Programe o cardápio da família para que o bebê consiga acompanhar pelo menos uma das preparações. 

*NÃO SE DA COMIDA NA BOCA DO BEBÊ. Se ele não consegue levar à boca sozinho não está pronto para comer esse tipo de alimento ou textura.

*Não se oferece para o bebê o que ele não consiga comer sozinho.

*Não se força o bebê a comer determinado alimento e nem determinada quantidade. A vontade do bebê de comer é a expressão de suas necessidades organicas de nutrientes. Esse principio é essencial para o método dar certo.

*Não se coage o bebê a terminar o prato de nenhuma forma, nem premios nem castigos. A alimentação deve ser da forma mais natural possivel.  

*Não se distrai o bebê com músicas, brinquedos, televisão ou qualquer outro truque para que ele coma mais.

*Vai ter bagunça e lambança em toda refeição. Relaxe e desfrute. Essa fase durará pouco tempo.

*Você vai ter a sensação que o bebê não come nas primeiras refeições,  e prossivelmente só descobra o que comeu e quanto comeu após ver o coco. 

*O bebê vai estar completamente no controle de seu proprio apetite e satisfação. Se ele quer comer come, senão quer comer não vai comer! O seu papel será oferecer. 

* Quando o bebê come ou morde mais do que é capaz de engolir você vai ver episodios de pseudo engasgamento onde poderá presenciar o "gag-reflex", o bebê desengasgando sozinho, NÃO SE APAVOREE NÃO TIRE O BEBÊ DO LUGAR. Respire conte até 10 enquanto observa, o bebê sozinho se desengasga e cuspira para fora o que lhe atrapalhou. O risco de engasgamento real em BLW é menor ou igual ao de o método tradicional.


Medidas de Segurança 
 *O bebê deve ser capaz de se sentar sozinho, segurar objetos e levar a boca por própria conta. 
*NUNCA deixe o bebê sozinho com a comida.
*NUNCA ofereça alimentos em posição deitada ou semi-deitada.
*O dorso deve ficar livre para se mexer para frente e para atrás. Se possue cadeirão de 5 pontos use apenas o cinto ao redor da cintura.  
*NUNCA abra a boca à força. Nem force engolir a comida.
*Não o engane ou distraia para colocar comida na boca.
*Não se apavore, não grite e nem assuste o bebê se o ele manifesta o pseudo-engasgamento ou gag-reflex.
*A alimentação da família que é oferecida deve ser de alimentos saudáveis. Nada de industrializados, leite de vaca e derivados ou mel antes de 1 ano. 


Fontes: 
Gill Rapley e Tracey Murkett. Baby-Led Weaning: The Essential Guide to Introducing Solid Foods - and Helping Your Baby to Grow Up a Happy and Confident Eater.http://www.rapleyweaning.com/assets/blwleaflet.pdf

UW Integrative medicine. Department of family medicine. An Integrative Approach to Feeding Your Baby: Starting Solids and Baby-Led Weaning (Baby-Led Solids). http://www.fammed.wisc.edu/sites/default/files//webfm-uploads/documents/outreach/im/handout_baby-led_weaning.pdf

WHO Complementary feeding. e-Library of Evidence for Nutrition Actions (eLENA).http://www.who.int/elena/titles/complementary_feeding/en/

Brown A, Lee M. Maternal control of child feeding during the weaning period: differences between mothers following a baby-led or standard weaning approach. Matern Child Health J. 2011 Nov;15(8):1265-71. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20830511?dopt=Abstract

Ministério da saúde. Saúde da criança: Nutrição Infantil. Aleitamento materno e alimentação complementar. Caderno de atenção Básica n° 23. Brasilia. 2010.http://www.sbp.com.br/pdfs/Aleitamento_Complementar_MS.pdf

Sociedade Brasileira de pediatria. Manual de orientação departamento de nutrologia. 3° edição revisada.2012. http://www.sbp.com.br/pdfs/Aleitamento_Complementar_MS.pdf

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Não devemos tirar da criança o prazer de descobrir como comer, e até o prazer de brincar com a comida.


  • A criança come por prazer e para satisfazer uma necessidade básica: a fome. Mas algumas olham para o prato de comida sem demonstrar interesse, como uma obrigação difícil de cumprir, exigindo da mãe muita inventividade e paciência para fazer com que ela aceite comer qualquer coisa. Por quê? Porque, em algum momento do seu desenvolvimento normal, perturbaram a sua satisfação de comer.
    Isso pode acontecer de muitos modos.
    Bebês raramente recusam comida e é sempre evidente o prazer que eles têm mamando. A não ser por doença, bebês têm sempre apetite e comem prazerosamente. O adulto é que costuma interferir no hábito que a criança tem de comer e beber com prazer, criando problemas para a alimentação da criança pequena.
    A falta de apetite (anorexia) ocorre geralmente quando a criança tem entre 1 e 3 anos. As causas mais freqüentes:
    Falta de percepção da mãe. A criança com 1 ano tem apetite muito menor que o bebê. É uma programação genética. No primeiro ano de vida o bebê triplica de peso. Entre 1 e 2 anos precisa aumentar de peso apenas 20% (passa de aproximadamente 10 quilos para 12. Há meses em que não aumenta de peso e isso é normal, mas as mães, habituadas com o crescimento do bebê, pensam logo em doença e forçam a alimentação. É um erro, que pode provocar reação. E quanto maior for a insistência da mãe, mais a criança se sente agredida e mais vai reagir, até recusar-se a comer.
    Quando essa mesma criança, na puberdade, precisar comer mais e realmente passar a fazê-lo, a mãe provavelmente vai criticar.
    Quando a preocupação da mãe é muito grande, alguns médicos chegam a receitar um tônico, um remédio para aumentar o apetite da criança. É um erro, porque a receita vai aumentar na mãe a convicção de que a falta de apetite é uma doença. De mais a mais, muitos dos estimuladores de apetite são perigosos, provocam hipoglicemia, sonolência ou agitação. Nenhum livro sério de medicina recomenda esse tipo de remédio, mas eles são muito prescritos e vendidos no Brasil.
    Outro problema é que os resfriados e as gripes são muito comuns nesse período, e eles fazem diminuir o apetite. Quando a criança fica curada, depois de três a sete dias, ela tem fome acima do habitual, durante alguns dias. É uma compensação, para que ela recupere rapidamente o que perdeu, e logo ela volta ao apetite habitual.
    Também é uma fase em que algumas crianças movimentam-se pouco, principalmente as que são extremamente entregues aos cuidados da televisão. A criança nessa idade deve ter a oportunidade de viver ao ar livre, de correr, jogar bola, praticar exercícios físicos. Aí sim ela tem fome. Mas sedentária, sentada diante da televisão, não só vai comer menos como vai querer comer aquelas coisas anunciadas na tevê, geralmente as menos interessantes como alimentação infantil.
    Crianças pequenas, mesmo sem capacidade de fazer os movimentos necessários para recolher a comida com a colher e leva-la à boca (o que exige controle fino dos movimentos), querem comer sozinhas. Isso deve ser incentivado, mesmo que elas façam muita sujeira. Alimentar-se sem a ajuda do adulto significa, em um primeiro momento, deixar que a criança meta a mão no prato, que se lambuze, que faça sujeira, e poucos adultos tem paciência para aturar. Eles querem que ela coma o que lhe dão na boca ou que, como em um passe de mágica, aprenda logo a segurar a colher direitinho e controle seus movimentos em direção à boca. Mais ainda: querem que ela seja rápida e que não deixe cair comida.
    Comer sozinha é uma conquista importante para a criança, e não só do ponto de vista do desenvolvimento da sua capacidade manual. Comer pela própria mão é o começo da autonomia, da independência, da sua afirmação como pessoa. E é um prazer. Pois é exatamente esse prazer que a maioria dos pais nega a seus filhos.
    Se a criança é reprimida, não tem liberdade, e se insistem em dar comida na sua boca, os pais estão tirando também o prazer e a aventura de comer. Se, além disso, a obrigam a comer do que não gosta, ela não pode mesmo ter prazer com a refeição e vamos começar a ter problemas na hora da comida porque é bem provável que, nesse caso, se desinteresse pelo prato e até se recuse a comer, pelo menos na hora em que a mãe quer que coma.
    Quando a criança demonstra interesse e vontade de comer sozinha, deve ser incentivada e não ser reprimida. E se quer comer com as mãos, que coma, porque isso dá a ela muito prazer (como a nós, com determinados pratos). Podemos, gradativamente, ir desencorajando a criança de comer com as mãos, educando-a e fazendo com que ela entenda que certas coisas podem e até devem ser comidas com o uso das mãos, mas que os talheres foram criados para não sujarmos as mãos.
    Cuidado: não insista muito no assunto limpeza, porque a preocupação excessiva com a sujeira pode tirar o prazer que a criança tem ao comer. Como escrevia Rubem Braga, comer manga com garfo e faca, civilizadamente, não dá prazer. "Manga come-se com as mãos, e quanto mais lambuzada a boca, maior o prazer".
    Uma criança pequena não pode "comer como gente grande" e a fase da sujeira vai passar, naturalmente, à medida que ela ganha controle sobre os movimentos e vê como é que a família se porta à mesa. Se ela quer comer sozinha é que já está intelectualmente madura para isso. Impedi-la de comer pelos seus próprios esforços é retardar seu desenvolvimento. E se você não tem certeza de que dar de comer na boca pode tirar o prazer da comida, faça a experiência: espere estar com fome, escolha um prato de que goste muito e, na hora de comer, faça com que suas mãos sejam amarradas e que alguém lhe dê de comer na boca. Uma grande parte do prazer de comer estará perdido.
    Não devemos tirar da criança o prazer de descobrir como comer, e até o prazer de brincar com a comida. Quando vovó dizia que "comida não é brinquedo" não tinha a informação que temos hoje. A criança que tem mais liberdade, que faz mais sujeira, que brinca mais, aprende mais cedo a comer direito, porque praticou mais. E, não sendo reprimida, não perdeu o prazer de comer, que é um dos maiores prazeres da vida.
    Quando não come, a criança pequena não está apenas recusando o alimento. A comida, para ela, é um símbolo e ela não quer a comida porque também não quer aceitar a tirania, a imposição, a limitação, e quer de volta o prazer de comer. Se a mãe insiste, a criança aumenta a resistência e rejeita não só a comida, mas a própria mãe. As mães, talvez por instinto, sentem isso; daí a angústia que passam quando a criança não quer comer ou resiste à comida.
    O pior acontece quando pais autoritários obrigam a criança a comer, a "engolir tudo", sob ameaça de castigo e até de pancada. Podem resolver o problema do momento, mas estão criando outros, maiores. Inclusive porque essa comida não faz bem à criança. Em alguns casos ela chega à vomitar.
    Quando a criança percebe que há uma crise, quando os pais ficam angustiados e demonstram sua agonia, quando a hora da comida passa a ser um drama familiar, a criança dificilmente vence essa fase. Ao contrário, o problema pode fixar-se perigosamente, até porque a criança aprende a usar a comida como uma arma, como instrumento para levar vantagem, criando uma relação familiar muito ruim. Assim como o adulto não deve chantagear a criança, não deve dar oportunidade para que ela o chantageie.
    Ameaças, castigos, prêmios e promessas, gracinhas e brincadeiras, tudo serve para encobrir, para disfarçar o problema, mas não resolve a situação. O que resolve é dar liberdade à criança e, se a crise já está instalada, deixar que a criança resolva por si mesma. Quando a criança percebe a ansiedade dos adultos em relação à comida, já não vê o que come como um prazer e passa a associar comer com dever, uma obrigação capaz de levar os adultos aos papéis mais ridículos e até a violência para fazê-la engolir. É evidente que isso só traz prejuízos.
    Por outro lado, elogios exagerados à criança que comeu tudo podem levá-la a imaginar que só será amada se limpar o prato todas as vezes, o que provoca angústia e talvez faça com que coma demais, para ser mais amada.
    Quando a inapetência ou a voracidade tem origem emocional, a primeira coisa a fazer é quebrar a tensão e a angústia que perturbam a criança. Nada de drama, de forçá-la, de castigá-la, de chantageá-la ou de suborná-la, porque só vamos agravar o problema, um problema que geralmente não existe e que os adultos é que criam para as crianças.
    Em raros casos a crise pode chegar a um ponto que impeça a criança de comer. Aí, só o atendimento especializado de um psiquiatra pode resolver o problema da criança e dos pais.
    Há mães que resolvem fortalecer o alimento, influenciadas principalmente pela publicidade. E tome achocolatado no leite, sorvetes com cobertura especial e sucos com aditivos. Como a criança gosta dessas coisas e seu apetite não aumentou, pode acabar reduzindo sua alimentação a apenas isso. É possível que engorde, mas vai ficar carente de sais minerais, de vitaminas e de outros elementos nutritivos, evidentemente prejudicada no seu desenvolvimento normal.
    Outras cuidam de dar suplementos protéicos e vitaminas, geralmente misturados ao leite. Ou reforçam o leite de vaca com leite em pó. O resultado é que, como defesa do organismo contra o excesso de proteína, a criança não vai suportar comer carne e isso criará problemas para ela. Além disso, o excesso de vitamina pode intoxicar e tirar o apetite.
    A hora de comer deve ser tranqüila, sem dramas ou comédias, sem tensão, bate-boca ou cara feia. Amor, liberdade, respeito ao paladar e ao prazer de comer, ao direito de aprender e comer sozinha e de relacionar-se com a comida, tudo isso ajuda a criança a não ter problema na hora das refeições.
    Se seu filho está dentro do padrão de crescimento esperado para a sua idade e para a estatura dos pais, não invente, não se preocupe, deixe a criança comer em paz. A criança que não tem doença, que tem todos os alimentos à disposição, filha de pais baixos, é baixa e come menos porque é assim que está geneticamente programada. Ela come pouco porque é baixa, e não o contrário. É diferente da criança pobre, que come pouco e que pode ficar baixa por conta da miséria, da falta de comida e não da programação genética.
    No mais, mesmo preocupada porque a criança não come, não aumente a crise: comer é uma necessidade básica e o instinto de sobrevivência da criança é tão forte que ela normalmente não corre perigo e em algum momento vai se alimentar, assim que estiver livre de pressão ou distante dos pais. Como se dizia antigamente, quem não come é porque já comeu ou ainda vai comer.

    Denise Donadio Castilho

GUIA FACÍL PARA A INTRODUÇÃO DE ALIMENTOS USANDO O MÉTODO TRADICIONAL


Por Zioneth Garcia.

O leite materno é o principal alimento até os 12 meses, e oferece uma fonte completa de nutrientes para o bebê. Limitar as mamadas não só é uma péssima estrategia para ajudar o bebê aceitar mais alimentos, se não também pode colocar em risco o desenvolvimento normal de seu filho. Mantenha o LM em livre demanda.

O mel e a leite de vaca não são indicados para menores de 1 ano. No caso do mel, os menores de um ano de idade correm o risco de contrair botulismo, caso o mel esteja contaminado pela bactéria Clostridium botulinum, nociva apenas aos mais sensíveis. O leite de vaca ou formulas especiais não são necessárias enquanto o bebê se mantenha no aleitamento materno. Danoninho NÃO É ALIMENTO DE LACTANTES! 

Respeite sempre os sinais de fome e satisfação da criança. A introdução de refeições deve respeitar os horários de apetite da criança assim como acompanhar a rotina da família. Lembre que você irá começar construir os hábitos alimentares da criança. Estimule a boa alimentação com o bom exemplo da família. Não pode exigir que uma criança goste de vegetais se na casa ninguém os consume.  Coma hoje como espera que seus filhos comam a manhã! 

Em casos com histórico de alergias alimentares particulares na  família próxima, ou suspeita de alergia alimentar no  bebê devem ser evitados os alimentos com alto potencial de sensibilização alergênica até os 2 anos. Se há suspeita ou diagnostico certeiro de alergia alimentar deve se avaliar com o profissional (gastropediatra ou alergista) os riscos de contaminação cruzada de alimentos.

Veja nessa imagem um resumo da rotina sugerida: 



6 MESES: O primeiro alimento
Chegou o momento de começar introduzir alimentos, eles vão ser COMPLEMENTARES ao Leite materno que continuará sendo a principal fonte de nutrientes até um ano de idade. Você pode começar oferecendo uma papa entre as mamadas da tarde ou da manha, depende dos horários de seu bebe e o que é melhor para vocês. Pode começar por frutas molinhas e doces, como maçã raspadinha com colher, banana amassada, mamão. Porém, nada lhe impede de começar por alimentos "salgados" como batata, mandioquinha, cenoura cozida, vagem ou outras legumes se essa é a preferência do bebe. Permita que o bebe acompanhe as refeições da família, e que se familiarize com os alimentos, isto é, deixe-o pegar e brincar com a comida. Deixe o bagunçar, depois se preocupa com limpar. O mais importantes é observar como o organismo do bebê reage a cada alimento. Fique atenta às mudanças no coco, desconforto ou gases no bebe.


Ingredientes:
As primeiras papas são de um ingrediente só para que além de a criança conhecer os sabores individuais e já descobrir o que gosta, poder observar quais são os itens capazes de deflagrar alguma reação, como alergia, diarréia ou prisão de ventre. Prefira apresentar novos item durante a manhã assim pode observar ao longo do dia se há alguma reação. Apresentando um novo ingrediente por vez a cada 2 dias ao final do mês você já terá apresentado 15 ingredientes, o que já lhe da um universo enorme de possibilidades e misturas. O bebe está acostumando o paladar e conhecendo novos sabores. Antes e misturar ingredientes asseguresse de ter testado por separado para ter certeza que nenhum deles fará mal ao bebe. Na medida que vai apresentando ingredientes pode ir construindo pratos compostos por vários itens. Atualmemte a orientação da SBP é ir introduzindo de forma gradual TODOS os grupos alimentares. Primeiro, você deve conhecer os três grupos alimentares que precisam aparecer no prato da criança:

· Alimentos energéticos (carboidratos): fornecem energia para o organismo do bebê. São encontrados na batata, arroz, farinhas (macarrão, pão) mandioquinha, batata-doce, mandioca...

· Alimentos construtores (proteínas): responsáveis pelo crescimento, são encontrados em carnes de boi, de frango ou de peixe, feijão, ovos, lentilha, grão-de-bico etc.

· Alimentos reguladores (verduras e legumes): fornecem vitaminas importantes para o desenvolvimento. São encontrados na abóbora, alface, beterraba, brócolis, espinafre, cenoura, chuchu, abobrinha...

Tempero:
Nesse primeiro mês de transição, faça as papas sem usar nenhum tempero. Se quiser, um fio de azeite (ou até mesmo uma colher de LM ordenhado, para ajustar a textura da papa). Sal, pode causar problemas como a hipertensão.

Consistência:
Depende da preferência do seu bebe, geralmente as primeiras papas são pastosas como um purê ( NUNCA jamais use liqüidificador) amassado com garfo, mas ele pode preferir mesmo pedaços maiores que ele consegue assegurar e chupar. O ideal é permitir que seja estimulado, no tempo certo, a mastigação, a deglutição, o paladar e a musculatura facial que começou ser estimulada na amamentação.

Quantidade:
O que a criança aceitar, não tenha expectativa nehuma, nem obrigue o bebê comer. se ele aceitar a ponta de uma colher de chá e engole CELEBRE,  a refeição já foi um sucesso. Essa fase é de apresentação de sabores e texturas, não tem uma função principal de alimentar mesmo, vc está preparando seu bebê para o que verá mais para frente. 

Roteiro do dia
Leite materno (livre demanda)
1° refeição entre mamadas durante a tarde ou durante a manha.

Nota:  O paladardo bebê é virgem, as primeiras papas podem parecer insosas ao seu pladar mas são essas que mais agradam ao bebê. 

Dica: Adicionar Leite materno ao preparo das papinhas pode ajudar ao bebê se familiarizar mais facilmente com o novo alimento.


7 MESES: Incrementando as refeições

Ingredientes:
Agora que o bebê já está mais acostumado com alimentos, chegou a hora de incrementar as refeições misturando ingredientes de todos os grupos alimentares no mesmo prato. Acompanhe a refeição da família, se o almoço será arroz com feijão, vc pode separar um pratinho com menos temperos para seu bebê. Continue apresentando ingredientes novos um de cada vez a cada 2 dias, dessa forma ao final do sétimo mês já terá apresentado 30 itens alimentares diferentes para seu bebê (a dieta Brasileira media se compõe de 15-20 ingredientes básicos). Não esqueça, ainda está introduzindo alimentos, ingredientes novos prefira apresentar sozinhos ou junto com alimentos que já sabe que não causam problemas, assim pode observar a reação da criança a cada novo item da sua alimentação.

Para montar um bom prato você deve escolher:
1/4 do prato com 1 ingrediente do grupo dos energéticos
1/4 do prato com 2 ingredientes do grupo dos construtores
1/2 do prato com 2 ingredientes do grupo dos reguladores

É possível bolar muitas combinações usando a criatividade e,  você pode aumentar o número de ingredientes escolhidos, sempre respeitando esse mínimo. Varie bastante para o seu filho experimentar o maior número de alimentos possível.

Tempero:
Continue colocando pouquíssimo ou nenhum sal. Prefira combinar temperos mais suaves para deixar a papinha saborosa. Você já pode introduzir cebola, alho e salsinha, sempre observando as reações da criança. E use os temperos in natura: nada de versões industrializadas, que apresentam excesso de sódio e outras substâncias químicas.

Consistência:
Que tal experimentar deixá-lo mais consistente? NUNCA passe os ingredientes cozidos pela peneira, experimente apenas amassá-los com o garfo e deixando pedacinhos maiores. Assim, seu filho dá mais um passo no treino da musculatura facial, o que também ajudará na fala. Mas lembre que depende da preferência do seu bebe, o bebe pode preferir pedaços maiores que ele consegue assegurar e chupar.

Quantidade:
Não se preocupe se o bebe aceita pouco ou não aceita nada. Está apenas introduzindo alimentos. LM ainda é o principal alimento. Nunca obrigue a criança comer, atenda aos sinais de satisfação da criança. 

Roteiro do dia
Leite materno em livre demanda
1 refeição de fruta ( lanche da manha ou da tarde)
1 refeição salgada (Prato salgado + fruta de sobremesa) como almoço ou jantar 
Nota: Deixe os grãos (feijão, lentilha, grão de bico) de molho pelo menos 2 horas antes de preparar (a costume é da noite para dia) e descarte a água onde ficou de molho, assim evita os gases formados pela fermentação do grão nos intestinos.

Dica: Louro no feijão ajuda controlar os gases. Nunca obrigue a criança comer, atenda aos sinais de satisfação da criança.

8 MESES - 12 MESES

Ingredientes:
Nessa fase o bebê alcanza a capacidade de acompanhar a mesma dieta da familia adaptada (baixa em temperos, sem industrializados, saudavel etc). 

Tempero:
Não use sal ou coloque apenas uma pitadinha. Prefira dar sabor aos alimentos usando temperos como cebola, salsinha e alho. Você já pode arriscar outras combinações temperando com cebolinha, tomilho, salsão... Observe as preferências do pequeno.

Consistência:
Já é o momento de deixar de ser papa. Gradativamente vai deixando alguns pedaços sem amassar completamente com o garfo, até chegar a dar tudo pedacinhos ou mesmo pedaços mariores, para a criança já se habituar com alimentos mais sólidos. Ele pode preferir alimentos em pedacinhos para pegar com os próprios dedos, aproveite a refeição para estimular o bebe pegar coisas de diferentes tamanhos com suas mãos. 

Quantidade:

Não se preocupe tanto pela quantida e melhor investa na qualidade da alimentação e da hora da refeição. Lembre que seu bebê está construindo a base do relacioamento com a comida. Podem ter temporadas que o bebê comerá muito, outras que comerá pouco e muitas que não comerá nada. Lembre que está apenas introduzindo alimentos. Leite Materno ainda é o principal alimento. Nunca obrigue a criança comer e sempre atenda aos sinais de satisfação da criança.  
A partir de agora e até os 12 meses a sugestão é manter apenas 3 grandes refeições ao dia, fica ao seu critério os horários e o tipo de alimento oferecido. No final do 12 mês poderá começar introduzir as outras refeições de forma tal que ao chgar aos 14-15 meses seu bebê acompanhe todas as refeições da familia. E não esqueça oferecer não significa que o bebê vai mesmo comer, porém manter a oferta de alimentos  saudaveis e sentar à mesa com a familia é essencial para o bebê adquirir habitos alimentares saudáveis. 

Roteiro do dia
Leite materno em livre demanda
Fruta como lanchinho da manha ou da tarde
Refeição salgada + fruta de sobremesa no almoço
Refeição salgada + fruta de sobremesa na janta

Você pode substituir uma das refeições salgadas por fruta, a idéia é manter o esquema de 3 refeições até os 12 meses, fica ao seu critério. Dependendo do apetite do bebe pode oferecer um lanche na manha, um lanche na tarde e um almoço (ou jantar). O importante é manter só três refeições para não comprometer o aleitamento materno. Se o bebênão come nada em um dos horarios entãoofereçano seguinte, seja flexivelcom os horarios do bebê. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

*Nem sempre seu bebê apreciará o sabor na primeira vez que experimentar. É preciso oferecer uma comida varias vezes, em diferentes texturas para ter certeza de que ela não agrada o paladar do bebê.

* Quando seu bebê começar ser muito mais ativo veja que a alimentação consiga suprir a demanda energética (seja no peito ou na comida)

*Ao temperar a refeição do bebê, deixe de lado pimentas e temperos mais picantes como curry e páprica, pois eles ainda não serão bem digeridos pelo organismo infantil. Use criteriosamente as ervas frescas para temperar e mudar o paladar de alguns pratos que podem ficar repetitivos para o bebe: salsinha, cebolinha, alho poro, louro, coentro etc.

*Mude a forma de apresentação: um dia in natura picadinho, outro dia misturado ao molho, outro em forma de bolinho. A comidinha agora pode ficar separada no prato, não precisa sempre ter a aparência de papa especialmente se for maior de 8 m.

*Para abrir o apetite, deixe o bebê comer sozinho, com as mãos. Eles vão adorar pegar no pratinho pedacinhos de legumes picados, pão, frutas, milho. Qualquer coisa que possa ser servido em pedacinhos pequenos.

*Fique atenta ás necessidades energéticas crescentes do seu bebe, garanta que ele consome o que precisa para brincar, se o bebe come pouco garanta que mame bastante, negar a livre demanda nunca será incentivo para o bebe comer.

*A fruta depois da refeição salgada é oferecida como sobremesa, aproveite as frutas de época. Evite oferecer produtos industrializados ricos em conservantes e açucares.


*Bebes com LA ou que começaram com Leite de vaca ou seus derivados, devem evitar o consumo logo após as refeições salgadas. Esses leites SIM interferem com a absorção de ferro pelo organismo do bebe.

*Frutas cítricas são ideais como sobremesa quando a refeição inclui grãos, a vitamina C é um importante precursor na absorção de ferro de origem vegetal.

*Água e água de coco pode ser oferecida assim que começar a papa salgada, sempre respeitando os sinais de sede e a vontade da criança. Não permita que o bebe mate a fome com água, prefira oferecer o peito.

*Sucos não são recomendados antes de 1 ano de idade, podem comprometer a amamentação uma vez que ocupam espaço do pequeno volume estomacal do bebe.

*Amamentação continuada é recomendada até 2 ou mais anos de idade.


Medidas de Segurança  

NUNCA ofereça alimentos em posição deitada ou semi-deitada.

NUNCA obrigue a criança comer.

NUNCA abra a boca à força. Nem force engolir a comida.

Não brigue com o bebê por quê ele não comeu ou fez bagunça. 

Não o engane ou distraia para colocar comida na boca. Não o alimente frente à TV

Não coloque comida na boca se o bebê está chorando.
Fontes:

Caderneta de atenção básica N° 23: Saúde da criança, nutrição e aleitamento materno.https://www.facebook.com/groups/266812223435061/364579023658380/

Promoção da amamentação e alimentação complementar

Dez passos para a alimentação complementar e da família

WHO Complementary feeding. e-Library of Evidence for Nutrition Actions (eLENA).http://www.who.int/elena/titles/complementary_feeding/en/

Sociedade Brasileira de pediatria. Manual de orientação departamento de nutrologia. 3° edição revisada.2012. http://www.sbp.com.br/pdfs/Aleitamento_Complementar_MS.pdf

Seis razões para esperar seis meses para introduzir alimentos - Dr. Sears

  • 6 reasons to delay introducing solid food, por Dr. Sears
    Traduzido por Andréia Mortesen
    Tradução postada originalmente no Orkut, na comunidade do GVA intitulada 6 Meses Amamentação Exclusiva
    Tradução revisada por Luciana Freitas


    1.     O intestino do bebê precisa estar desenvolvido

    Os intestinos são a parte do corpo que filtra, peneirando as substancias potencialmente perigosas e permitindo os nutrientes saudáveis.  Nos primeiros meses esse sistema de filtragem é imaturo.  Entre 4-6 meses o revestimento interno do intestino do bebê passa por um processo de desenvolvimento chamado fechamento, no qual o revestimento se torna mais seletivo sobre o que pode ou não passar.
    Para prevenir que comidas potencialmente alergênicas entrem na corrente sanguínea, os intestinos secretam IgA, proteína imunoglobulina, que age como uma proteção, recobrindo os intestinos e prevenindo a passagem de alérgenos perigosos.  Nos primeiros meses, a produção de IgA é baixa (embora haja muito IgA no leite humano), e é mais fácil assim para que potenciais alérgenos entrem no organismo do bebê.  Uma vez que moléculas de comidas entram no sangue, o sistema imunológico pode produzir anticorpos contra aquela comida, produzindo uma alergia ao alimento. Por volta de 6-7 meses de idade, os intestinos do bebê estão maduros e capazes de filtrar os alérgenos mais ofensivos.  Por isso que é tão importante esperar para a introdução de alimentos sólidos, particularmente se existe uma historia de alergia alimentar na família do bebê, o que significa uma tendência desenvolver alergias também, e prestar muita atenção quando oferecer os alimentos aos quais outros membros da família são alérgicos.

     2.     Bebês novos têm reflexo de propulsão da língua

    Nos primeiros quatro meses a língua tem um reflexo de propulsão para proteger os bebês contra engasgo.
    Quando qualquer substância incomum é colocada na língua, automaticamente é empurrada para fora e não para dentro. Entre 4-6 meses de idade esse reflexo diminui gradualmente, dando ao primeiro cereal ou à primeira fruta uma chance de entrar no estômago e não ser rejeitado pelo reflexo da língua.  Não somente essa parte inicial do trato digestivo (língua, boca) não está pronta para sólidos, como também a parte final (estômago e intestinos) também não estão prontos.


    3. O mecanismo de engolir do bebê é imaturo.

    Outra razão para não ter pressa na introdução de alimentos sólidos é que a língua e o mecanismo de engolir podem não estar prontos para funcionarem juntos.  Dê uma colher de papinha a um bebê com menos de quatro meses e ele vai mover essa comida ao acaso em sua boca, empurrando um pouco da papinha de volta à faringe, onde é engolida, um pouco vai para os espaços grandes entre as bochechas e gengivas, um pouco vai pra frente entre os lábios e para fora, no queixo.  Ou seja, o bebê não tem um bom controle da mastigação e direção para engolir, o que vai ser desenvolvido entre 4-5 meses de idade.
    Nessa fase o bebê desenvolve a habilidade de mover a comida do começo da boca para o fundo ao invés de deixar a comida flutuar em todos lugares e cuspir boa parte dela. Antes dos quatro meses de idade, o mecanismo de engolir do bebê é feito para sugar, mas não mastigar.


    4.Bebês precisam ser capazes de sentar.

    Nos primeiros meses, os bebês associam comida a carinho. Alimentar-se é uma interação íntima, e bebês frequentemente associam o ritual de comer com pegar no sono, seja nos braços ou no peito da mãe. A mudança de um peito suave e morno para uma colher fria, dura, geralmente não é bem vinda, esperada com uma boca aberta.  Dar papinhas ao bebê é uma maneira mais mecânica e menos íntima de “entregar” a comida. Requer que o bebê sente num cadeirão de comer, uma habilidade que a maioria dos bebês desenvolvem por volta de 5-7 meses. Segurar um bebê na posição tradicional de mamar não é a melhor maneira de introduzir papinhas, porque seu bebê vai achar que vai ser amamentado (ou tomar mamadeira) e vai achar que algo esta errado e vai provavelmente rejeitar a comida.

    5. Bebês novos não são capazes de mastigar.

    Dentes raramente aparecem antes de 6-7 meses, outra evidência forte de que os bebês muito novinhos estão preparados para sugar e não para mastigar. Nos estágios prévios ao aparecimento dos dentes, entre 4-6 meses, bebês tendem a babar e a saliva que ele baba é rica em enzimas que ajudarão a digerir as comidas sólidas que virão em breve.


    6. Bebês com mais de seis meses gostam de imitar os pais

    Ou quem toma conta deles. Por volta dos seis meses de idade, bebês gostam de imitar o que veem. Eles veem você comer um legume e gostar de mastigá-lo. Eles querem pegar um garfo e fazer o mesmo.
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