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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

GUIA FACIL PARA INTRODUÇÃO ALIMENTAR USANDO O MÉTODO BLW : Baby-led Weaning

Por Zioneth Garcia. 

BLW significa Desmame guiado pelo bebê. O princípio desse método é a transição à alimentação por sólidos de forma natural acompanhando as necessidades organicas e habilidades motoras do bebê. O bebê deve e pode ter o controle total. Não exite restrição enquanto ao numero de refeições diarias já que acreditasse que o organismo do bebê sozinho vai priorizar os nutrientes que mais precisa: alimentação complementar ou Leite materno, por isto a livre demanda do Leite materno é fundamental. 

O leite materno é o principal alimento até os 12 meses, e oferece uma fonte completa de nutrientes para o bebê. Limitar as mamadas não só é uma péssima estratégia para ajudar o bebê aceitar mais alimentos, se não também pode colocar em risco o desenvolvimento normal de seu filho. Lembre que leite materno não atrapalha absorção de nutrientes, pode oferecer antes durante ou depois de todas as refeições. 

O mel e a leite de vaca não são indicados para menores de 1 ano. No caso do mel, os menores de um ano de idade correm o risco de contrair botulismo, caso o mel esteja contaminado pela bactéria Clostridium botulinum, nociva apenas aos mais sensíveis. O leite de vaca ou formulas especiais não são necessárias enquanto o bebê se mantenha no aleitamento materno. Danoninho NÃO É ALIMENTO DE LACTANTES! 

Ter uma boa alimentação familiar, variada, equilibrada e saudavel é essencial. Coma hoje como espera que seus filhos comam a manhã! 

Em casos com histórico de alergias alimentares particulares na  família próxima ou suspeita de alergia alimentar no  bebê devem ser evitados os alimentos com alto potencial de sensibilização alergênica até os 2 anos. Se há suspeita ou diagnostico certeiro de alergia alimentar deve se avaliar com o profissional (gastropediatra ou alergista) os riscos de contaminação cruzada de alimentos

Como funciona BLW:

*O bebê come no seu ritmo pelos seus próprios meios.

*O bebê participa de todas as refeições da família ativamente desde  primeiro dia de alimentação complementar.

*Oferecem-se os alimentos que a família consome, alguns são adaptados para ele pegar sozinho para levar à boca.

*Se recomenda respeitar o esquema de introdução de apenas um novo alimento ou ingrediente a cada 2 dias. Dessa forma em 15 dias o bebê já poderá acompanhar a alimentação diária da família podendo escolher entre um universo de 5-6 itens. Ao final do 7° mês ele poderá ter experimentado até 30 ingredientes, praticamente todos os itens que configuram a base da dieta Brasileira saudável.  

*Sugere-se começar com “finger foods” , alimentos para comer com as mãos , para depois introduzir as texturas menores: pedacinhos, grãos inteiros etc;  e por ultimo aquelas que precisam de talheres. Para oferecer papas, purês ou molhos se sugere oferecer usando palitos de legumes, ou mesmo colocando a colher frente ao bebê para ele SOZINHO levar à boca. 

*O bebê escolhe o que deseja comer conforme suas necessidades orgânicas. A quantidade de comida é regulada pelo bebê. Acreditasse que a traves da vontade de comer o bebê expressa suas necessidades orgânicas de nutrientes, por isso é importante oferecer escolhas nutricionalmente diferentes e complementares dentro do mesmo prato quando ele já conhece variedade de ingredientes.  

*Não existem papinhas, papas ou refeições separadas para o bebê, ele vai acompanhar a dieta familiar, por tanto,  o principal reto é avaliar a dieta da família deixando-a o mais saudável possivel. Programe o cardápio da família para que o bebê consiga acompanhar pelo menos uma das preparações. 

*NÃO SE DA COMIDA NA BOCA DO BEBÊ. Se ele não consegue levar à boca sozinho não está pronto para comer esse tipo de alimento ou textura.

*Não se oferece para o bebê o que ele não consiga comer sozinho.

*Não se força o bebê a comer determinado alimento e nem determinada quantidade. A vontade do bebê de comer é a expressão de suas necessidades organicas de nutrientes. Esse principio é essencial para o método dar certo.

*Não se coage o bebê a terminar o prato de nenhuma forma, nem premios nem castigos. A alimentação deve ser da forma mais natural possivel.  

*Não se distrai o bebê com músicas, brinquedos, televisão ou qualquer outro truque para que ele coma mais.

*Vai ter bagunça e lambança em toda refeição. Relaxe e desfrute. Essa fase durará pouco tempo.

*Você vai ter a sensação que o bebê não come nas primeiras refeições,  e prossivelmente só descobra o que comeu e quanto comeu após ver o coco. 

*O bebê vai estar completamente no controle de seu proprio apetite e satisfação. Se ele quer comer come, senão quer comer não vai comer! O seu papel será oferecer. 

* Quando o bebê come ou morde mais do que é capaz de engolir você vai ver episodios de pseudo engasgamento onde poderá presenciar o "gag-reflex", o bebê desengasgando sozinho, NÃO SE APAVOREE NÃO TIRE O BEBÊ DO LUGAR. Respire conte até 10 enquanto observa, o bebê sozinho se desengasga e cuspira para fora o que lhe atrapalhou. O risco de engasgamento real em BLW é menor ou igual ao de o método tradicional.


Medidas de Segurança 
 *O bebê deve ser capaz de se sentar sozinho, segurar objetos e levar a boca por própria conta. 
*NUNCA deixe o bebê sozinho com a comida.
*NUNCA ofereça alimentos em posição deitada ou semi-deitada.
*O dorso deve ficar livre para se mexer para frente e para atrás. Se possue cadeirão de 5 pontos use apenas o cinto ao redor da cintura.  
*NUNCA abra a boca à força. Nem force engolir a comida.
*Não o engane ou distraia para colocar comida na boca.
*Não se apavore, não grite e nem assuste o bebê se o ele manifesta o pseudo-engasgamento ou gag-reflex.
*A alimentação da família que é oferecida deve ser de alimentos saudáveis. Nada de industrializados, leite de vaca e derivados ou mel antes de 1 ano. 


Fontes: 
Gill Rapley e Tracey Murkett. Baby-Led Weaning: The Essential Guide to Introducing Solid Foods - and Helping Your Baby to Grow Up a Happy and Confident Eater.http://www.rapleyweaning.com/assets/blwleaflet.pdf

UW Integrative medicine. Department of family medicine. An Integrative Approach to Feeding Your Baby: Starting Solids and Baby-Led Weaning (Baby-Led Solids). http://www.fammed.wisc.edu/sites/default/files//webfm-uploads/documents/outreach/im/handout_baby-led_weaning.pdf

WHO Complementary feeding. e-Library of Evidence for Nutrition Actions (eLENA).http://www.who.int/elena/titles/complementary_feeding/en/

Brown A, Lee M. Maternal control of child feeding during the weaning period: differences between mothers following a baby-led or standard weaning approach. Matern Child Health J. 2011 Nov;15(8):1265-71. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20830511?dopt=Abstract

Ministério da saúde. Saúde da criança: Nutrição Infantil. Aleitamento materno e alimentação complementar. Caderno de atenção Básica n° 23. Brasilia. 2010.http://www.sbp.com.br/pdfs/Aleitamento_Complementar_MS.pdf

Sociedade Brasileira de pediatria. Manual de orientação departamento de nutrologia. 3° edição revisada.2012. http://www.sbp.com.br/pdfs/Aleitamento_Complementar_MS.pdf

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Não devemos tirar da criança o prazer de descobrir como comer, e até o prazer de brincar com a comida.


  • A criança come por prazer e para satisfazer uma necessidade básica: a fome. Mas algumas olham para o prato de comida sem demonstrar interesse, como uma obrigação difícil de cumprir, exigindo da mãe muita inventividade e paciência para fazer com que ela aceite comer qualquer coisa. Por quê? Porque, em algum momento do seu desenvolvimento normal, perturbaram a sua satisfação de comer.
    Isso pode acontecer de muitos modos.
    Bebês raramente recusam comida e é sempre evidente o prazer que eles têm mamando. A não ser por doença, bebês têm sempre apetite e comem prazerosamente. O adulto é que costuma interferir no hábito que a criança tem de comer e beber com prazer, criando problemas para a alimentação da criança pequena.
    A falta de apetite (anorexia) ocorre geralmente quando a criança tem entre 1 e 3 anos. As causas mais freqüentes:
    Falta de percepção da mãe. A criança com 1 ano tem apetite muito menor que o bebê. É uma programação genética. No primeiro ano de vida o bebê triplica de peso. Entre 1 e 2 anos precisa aumentar de peso apenas 20% (passa de aproximadamente 10 quilos para 12. Há meses em que não aumenta de peso e isso é normal, mas as mães, habituadas com o crescimento do bebê, pensam logo em doença e forçam a alimentação. É um erro, que pode provocar reação. E quanto maior for a insistência da mãe, mais a criança se sente agredida e mais vai reagir, até recusar-se a comer.
    Quando essa mesma criança, na puberdade, precisar comer mais e realmente passar a fazê-lo, a mãe provavelmente vai criticar.
    Quando a preocupação da mãe é muito grande, alguns médicos chegam a receitar um tônico, um remédio para aumentar o apetite da criança. É um erro, porque a receita vai aumentar na mãe a convicção de que a falta de apetite é uma doença. De mais a mais, muitos dos estimuladores de apetite são perigosos, provocam hipoglicemia, sonolência ou agitação. Nenhum livro sério de medicina recomenda esse tipo de remédio, mas eles são muito prescritos e vendidos no Brasil.
    Outro problema é que os resfriados e as gripes são muito comuns nesse período, e eles fazem diminuir o apetite. Quando a criança fica curada, depois de três a sete dias, ela tem fome acima do habitual, durante alguns dias. É uma compensação, para que ela recupere rapidamente o que perdeu, e logo ela volta ao apetite habitual.
    Também é uma fase em que algumas crianças movimentam-se pouco, principalmente as que são extremamente entregues aos cuidados da televisão. A criança nessa idade deve ter a oportunidade de viver ao ar livre, de correr, jogar bola, praticar exercícios físicos. Aí sim ela tem fome. Mas sedentária, sentada diante da televisão, não só vai comer menos como vai querer comer aquelas coisas anunciadas na tevê, geralmente as menos interessantes como alimentação infantil.
    Crianças pequenas, mesmo sem capacidade de fazer os movimentos necessários para recolher a comida com a colher e leva-la à boca (o que exige controle fino dos movimentos), querem comer sozinhas. Isso deve ser incentivado, mesmo que elas façam muita sujeira. Alimentar-se sem a ajuda do adulto significa, em um primeiro momento, deixar que a criança meta a mão no prato, que se lambuze, que faça sujeira, e poucos adultos tem paciência para aturar. Eles querem que ela coma o que lhe dão na boca ou que, como em um passe de mágica, aprenda logo a segurar a colher direitinho e controle seus movimentos em direção à boca. Mais ainda: querem que ela seja rápida e que não deixe cair comida.
    Comer sozinha é uma conquista importante para a criança, e não só do ponto de vista do desenvolvimento da sua capacidade manual. Comer pela própria mão é o começo da autonomia, da independência, da sua afirmação como pessoa. E é um prazer. Pois é exatamente esse prazer que a maioria dos pais nega a seus filhos.
    Se a criança é reprimida, não tem liberdade, e se insistem em dar comida na sua boca, os pais estão tirando também o prazer e a aventura de comer. Se, além disso, a obrigam a comer do que não gosta, ela não pode mesmo ter prazer com a refeição e vamos começar a ter problemas na hora da comida porque é bem provável que, nesse caso, se desinteresse pelo prato e até se recuse a comer, pelo menos na hora em que a mãe quer que coma.
    Quando a criança demonstra interesse e vontade de comer sozinha, deve ser incentivada e não ser reprimida. E se quer comer com as mãos, que coma, porque isso dá a ela muito prazer (como a nós, com determinados pratos). Podemos, gradativamente, ir desencorajando a criança de comer com as mãos, educando-a e fazendo com que ela entenda que certas coisas podem e até devem ser comidas com o uso das mãos, mas que os talheres foram criados para não sujarmos as mãos.
    Cuidado: não insista muito no assunto limpeza, porque a preocupação excessiva com a sujeira pode tirar o prazer que a criança tem ao comer. Como escrevia Rubem Braga, comer manga com garfo e faca, civilizadamente, não dá prazer. "Manga come-se com as mãos, e quanto mais lambuzada a boca, maior o prazer".
    Uma criança pequena não pode "comer como gente grande" e a fase da sujeira vai passar, naturalmente, à medida que ela ganha controle sobre os movimentos e vê como é que a família se porta à mesa. Se ela quer comer sozinha é que já está intelectualmente madura para isso. Impedi-la de comer pelos seus próprios esforços é retardar seu desenvolvimento. E se você não tem certeza de que dar de comer na boca pode tirar o prazer da comida, faça a experiência: espere estar com fome, escolha um prato de que goste muito e, na hora de comer, faça com que suas mãos sejam amarradas e que alguém lhe dê de comer na boca. Uma grande parte do prazer de comer estará perdido.
    Não devemos tirar da criança o prazer de descobrir como comer, e até o prazer de brincar com a comida. Quando vovó dizia que "comida não é brinquedo" não tinha a informação que temos hoje. A criança que tem mais liberdade, que faz mais sujeira, que brinca mais, aprende mais cedo a comer direito, porque praticou mais. E, não sendo reprimida, não perdeu o prazer de comer, que é um dos maiores prazeres da vida.
    Quando não come, a criança pequena não está apenas recusando o alimento. A comida, para ela, é um símbolo e ela não quer a comida porque também não quer aceitar a tirania, a imposição, a limitação, e quer de volta o prazer de comer. Se a mãe insiste, a criança aumenta a resistência e rejeita não só a comida, mas a própria mãe. As mães, talvez por instinto, sentem isso; daí a angústia que passam quando a criança não quer comer ou resiste à comida.
    O pior acontece quando pais autoritários obrigam a criança a comer, a "engolir tudo", sob ameaça de castigo e até de pancada. Podem resolver o problema do momento, mas estão criando outros, maiores. Inclusive porque essa comida não faz bem à criança. Em alguns casos ela chega à vomitar.
    Quando a criança percebe que há uma crise, quando os pais ficam angustiados e demonstram sua agonia, quando a hora da comida passa a ser um drama familiar, a criança dificilmente vence essa fase. Ao contrário, o problema pode fixar-se perigosamente, até porque a criança aprende a usar a comida como uma arma, como instrumento para levar vantagem, criando uma relação familiar muito ruim. Assim como o adulto não deve chantagear a criança, não deve dar oportunidade para que ela o chantageie.
    Ameaças, castigos, prêmios e promessas, gracinhas e brincadeiras, tudo serve para encobrir, para disfarçar o problema, mas não resolve a situação. O que resolve é dar liberdade à criança e, se a crise já está instalada, deixar que a criança resolva por si mesma. Quando a criança percebe a ansiedade dos adultos em relação à comida, já não vê o que come como um prazer e passa a associar comer com dever, uma obrigação capaz de levar os adultos aos papéis mais ridículos e até a violência para fazê-la engolir. É evidente que isso só traz prejuízos.
    Por outro lado, elogios exagerados à criança que comeu tudo podem levá-la a imaginar que só será amada se limpar o prato todas as vezes, o que provoca angústia e talvez faça com que coma demais, para ser mais amada.
    Quando a inapetência ou a voracidade tem origem emocional, a primeira coisa a fazer é quebrar a tensão e a angústia que perturbam a criança. Nada de drama, de forçá-la, de castigá-la, de chantageá-la ou de suborná-la, porque só vamos agravar o problema, um problema que geralmente não existe e que os adultos é que criam para as crianças.
    Em raros casos a crise pode chegar a um ponto que impeça a criança de comer. Aí, só o atendimento especializado de um psiquiatra pode resolver o problema da criança e dos pais.
    Há mães que resolvem fortalecer o alimento, influenciadas principalmente pela publicidade. E tome achocolatado no leite, sorvetes com cobertura especial e sucos com aditivos. Como a criança gosta dessas coisas e seu apetite não aumentou, pode acabar reduzindo sua alimentação a apenas isso. É possível que engorde, mas vai ficar carente de sais minerais, de vitaminas e de outros elementos nutritivos, evidentemente prejudicada no seu desenvolvimento normal.
    Outras cuidam de dar suplementos protéicos e vitaminas, geralmente misturados ao leite. Ou reforçam o leite de vaca com leite em pó. O resultado é que, como defesa do organismo contra o excesso de proteína, a criança não vai suportar comer carne e isso criará problemas para ela. Além disso, o excesso de vitamina pode intoxicar e tirar o apetite.
    A hora de comer deve ser tranqüila, sem dramas ou comédias, sem tensão, bate-boca ou cara feia. Amor, liberdade, respeito ao paladar e ao prazer de comer, ao direito de aprender e comer sozinha e de relacionar-se com a comida, tudo isso ajuda a criança a não ter problema na hora das refeições.
    Se seu filho está dentro do padrão de crescimento esperado para a sua idade e para a estatura dos pais, não invente, não se preocupe, deixe a criança comer em paz. A criança que não tem doença, que tem todos os alimentos à disposição, filha de pais baixos, é baixa e come menos porque é assim que está geneticamente programada. Ela come pouco porque é baixa, e não o contrário. É diferente da criança pobre, que come pouco e que pode ficar baixa por conta da miséria, da falta de comida e não da programação genética.
    No mais, mesmo preocupada porque a criança não come, não aumente a crise: comer é uma necessidade básica e o instinto de sobrevivência da criança é tão forte que ela normalmente não corre perigo e em algum momento vai se alimentar, assim que estiver livre de pressão ou distante dos pais. Como se dizia antigamente, quem não come é porque já comeu ou ainda vai comer.

    Denise Donadio Castilho

Comer bem para dormir bem

A alimentação do bebê e da criança pode influenciar seu sono? Certamente! O que e quando você come interfere no sono. 

Crianças são mais saudáveis e dormem melhor se tiverem uma dieta equilibrada, contendo uma variedade de alimentos de todos os grupos da pirâmide alimentar.

Uma das chaves para uma boa noite de sono é se alimentar de modo que o cérebro seja 'tranquilizado' e não 'agitado' antes de dormir. 


Alguns alimentos contribuem para um sono restaurador enquanto outros contribuem para que fiquemos acordados

Alimentos que contêm triptofano (que é o aminoácido precursor da serotonina e melatonina, substâncias indutoras de sono) contribuem para sono. Exemplos: latícinios (leite, queijos, coalhada, iogurtes), produtos de soja (leite de soja, tofu, feijão de soja), frutos do mar, carnes, frango, grãos integrais, feijão, arroz, hummus (ou homus: pasta de grão de bico), lentilhas, amendoim e outras nozes, ovos.

Melhor ainda se consumir carboidratos complexos (como grãos integrais) com alimentos ricos em triptofano. Esses carboidratos estimulam a liberação de insulina que auxilia a remoção da corrente sanguínea de substâncias que competem com o triptofano.

Refeições mais leves provavelmente conduzem melhor sono, ao contrário de refeições gordurosas e fartas, que prolongam o trabalho do sistema digestivo e produzem gases. Algumas pessoas observam que alimentos temperados e apimentados podem produzir azia e então interferir no sono.

Assim, os melhores jantares para o sono são ricos em carboidratos complexos e médios ou baixos em proteínas, como: macarrão integral com queijo parmesão, ovos com queijo, tofu, hummus com pão integral, frutos do mar, queijo coalhada, frango com legumes, sanduíche de atum, feijões (não apimentados), sementes de gergelim, saladas com pedaços de atum com crackers de trigo integral e outros.

Inclua alimentos ricos em vitaminas B: grãos integrais, legumes, fígado, sementes, cogumelos, peixes de fundo de mar, ovos e verduras escuras e alimentos ricos em magnésio: nozes, grãos integrais, semente de girassol, abacate e uva passa.

Por outro lado, refeições ricas em proteínas produzem o efeito contrário, pelo aminoácido tirosina que estimula o cérebro ao invés de relaxá-lo, ou seja, deixam as crianças alertas e energéticas. Portanto evite oferecer ao seu filho no jantar carne vermelha, bacon ou porco, linguiça e presunto.

Além disso as refeições energizam e aumentam o metabolismo e por isso deve-se evitar jantar cerca de duas horas (tempo médio para digestão) antes de ir pra cama. (1).

Os melhores lanchinhos antes de dormir

Se o seu filho faz um lanchinho antes de dormir, que seja pelo menos meia hora antes de ir para a cama e que sejam ricos em carboidratos complexos e cálcio (que ajuda o cérebro a usar o triptofano e a fazer melatonina) e médio ou baixo em proteínas.

Exemplos: leite (o leite materno tem propriedades indutoras de sono para ambos, bebê e mãe!), leite de vaca (somente para maiores de 1 ano, não alérgicos à proteína do leite de vaca e sem adição de chocolate!), iogurte, coalhada, abacaxi, bananas, abacate, ameixas, peru, semente de gergelim, de girassol, cajus, amendoins (não ofereça nozes antes de 1 ano pelo menos pelo risco de engasgue), cereais de grãos integrais com leite, sanduíche de manteiga de amendoim ou hummus, sorvete, tofu, biscoitos integrais de aveia e uvas passa. (2).

Observações importantes sobre o leite de vaca

Mesmo sendo conhecido como indutor de sono, cabe frisar que muitos bebês de menos de um 1 ano têm dificuldade de processá-lo, mesmo as fórmulas especiais para lactentes (menores de 1 ano), e frequentemente podem causar gases.

Leites integrais não são recomendados pelas Sociedades de Pediatria Internacionais para bebês menores de 1 ano. Em caso de impossibilidade de aleitamento materno o bebê deve receber fórmulas apropriadas, pelos seguintes motivos:

- o leite de vaca (de caixinha, de fazenda ou em pó) é rico em gordura saturada que não é adequada ao bebê. Na fórmula infantil essa gordura é substituída por poli-insaturada de origem vegetal, adequada às necessidades do lactente;

- o leite de vaca possui proteínas de difícil digestão para o bebê. Além disso, é altamente alergênico e pode causar rinite, dermatite atópica e amoniacal (dermatite das fraldas), já que o seu excesso de proteínas é eliminado pela urina em forma de amoníaco que pode produzir dermatite na zona genital. Nas fórmulas pra lactentes essa proteína é reduzida e tem estrutura modificada;

- o leite de vaca é rico em minerais (como fósforo) que dificultam a absorção de cálcio e que podem sobrecarregar os rins do bebê. Nas fórmulas esses minerais são parcialmente retirados;

- a fórmula infantil é adicionada de ferro, algumas vitaminas e carboidratos inexistentes no leite de vaca;

- finalmente, a fórmula infantil recebe soro de leite pra tornar a sua composição mais adequada às condições fisiológicas do lactente;

- o leite de vaca pode provocar desidratações no lactente (pois necessitam utilizar mais água de seu corpo para formar urina do que os que se alimentam de leite materno); diarréias (já que o tipo de flora intestinal que se forma quando se alimentam com leite de vaca não os protege tanto quanto a flora formada com o leite materno), anemia (já que o ferro do leite de vaca não é absorvido de forma tão eficiente quanto o leite materno) e, finalmente, o leite de vaca produz microhemorragias intestinais nos lactentes, o que também pode favorecer a aparição de anemia. (3).

O que evitar nos lanchinhos antes de dormir

Alguns alimentos podem criar problemas de sono, por causar indigestão e gases, e agravar o refluxo nas crianças que sofrem desse mal. Outros têm efeito estimulador no sistema nervoso.

Evite antes de sonecas e no lanchinho da noite: bebidas cafeinadas, chocolate, hortelã, comidas gordurosas e apimentadas, suco de laranja ou outros cítricos, margarina e manteiga, alimentos com aditivos e conservantes artificiais, glutamato monossódico, bebidas carbonadas (como refrigerantes), carboidratos simples (arroz branco, batatas, pão branco, farinhas refinadas em geral) e açúcares refinados.

Os principais bloqueadores de sono

São cafeína, álcool e açúcar, que precisam ser regulados durante o dia e restringidos nas horas que antecedem o sono.

Café, refrigerantes (como as colas) e chás pretos são as bebidas campeãs em cafeína. Somente 15 minutos após uma xícara de café o nível de adrenalina no corpo sobe, o que causa um aumento na pressão arterial, respiração e produção de ácidos estomacais. Vale a pena notar que refrigerantes são fonte rica de cafeína e açúcar e não devem ser consumidos à tarde e à noite para não interferirem no sono.

A cafeína também promove elevação no humor e na energia logo pela manhã, seguido de cansaço pela tarde. Em outras palavras, os efeitos da cafeína no corpo são como a lei da gravidade: tudo o que sobe tem de descer. Basicamente, os efeitos da cafeína revertem os que você deseja se o objetivo é dormir.

Algumas crianças são altamente sensíveis a açúcares em sua dieta, podendo agravar muitos problemas como hiperatividade, nervosismo, irritabilidade e pouca concentração, todos fatores que podem levar a problemas no sono.

Comidas tipo 'fast food' são geralmente concentradas em gorduras e contêm sabores e corantes artificiais que são estimulantes e difíceis de digerir. Alimentos que são classificados como 'baixo teor de gordura' geralmente contêm açúcar adicional que afeta o sono.

Alguns medicamentos para resfriados e dores de cabeça que podem ser comprados sem receita médica têm alta concentração de cafeína. Leia o rótulo ou pergunte ao farmacêutico.

O que fazem os açúcares e carboidratos refinados: a montanha russa

Uma refeição de carboidratos, especialmente ricos em açúcares e gorduras refinadas, vai interferir no sono da seguinte forma: primeiramente se perderão todos os efeitos indutores de sono do triptofano; em seguida, começará a 'montanha russa' de açúcar no sangue, pois o organismo dá respostas afoitas face a uma subida rápida do nível de glicose (pois o açúcar é convertido diretamente em glicose e causa súbita elevação de açúcar no sangue, rompendo o delicado equilíbrio de glicose e de oxigênio na corrente sangüínea) e com objetivo de reduzir esses níveis de açúcar na corrente sanguínea, o pâncreas faz uma descarga de insulina no sangue. O nível de açúcar cai drasticamente na corrente sanguínea e isso é seguido de liberação de hormônios do estresse que manterão a pessoa acordada e, logo em seguida, precisará repor esses níveis de açúcar.

Se os níveis de açúcar baixam muito, o cérebro interpreta a informação que recebe como um pedido de socorro. Vem então a sensação de fome, dando assim origem a um novo ciclo. Ou seja, sucessivas operações desse gênero provocam uma montanha russa metabólica que, além de interferir negativamente no sono, podem favorecer a obesidade e a diabetes.
Isso leva à hipoglicemia, que então produz agressão, ansiedade e comportamento hiperativo como correr loucamente e escalar em tudo (4).

Essa mesma criança poderia brincar muito bem por algum tempo se tivesse comido uma refeição balanceada, que eleva os níveis de serotonina em seu cérebro, estabilizando seu humor.

Concluindo, só é possível intervir nestes altos e baixos níveis hormonais se tivermos uma resposta insulínica moderada, e para isso é preciso comer menos, mais vezes e melhor, para evitar chegar ao estágio da fome descomedida no qual só nos apetece comer um chocolate ou umas batatas fritas. Uma refeição desse tipo antes de dormir (ou no meio do sono, como mamadeiras engrossadas de farinhas refinadas) provocam mais despertares noturnos.

Cuidado com os sucos

O Ministério da Saúde recomenda, para que as crianças supram as suas necessidades energéticas, que os alimentos complementares oferecidos após os seis meses de idade tenham uma densidade mínima de 0,7kcal/g. Por isso sucos de frutas ou vegetais e sopas são desaconselhados, por possuírem baixa densidade energética. Ou seja, oferecer sucos para bebês menores de 1 ano não é apropriado, pois são líquidos com menor densidade energética e nutrientes que o leite, que deve ser o principal alimento do bebê até 1 ano (5). Em outras palavras, ocupa-se espaço na barriga do bebê que deveria ser do leite com um líquido menos nutritivo e concentrado em açúcar (pela preparação). Possivelmente sua ingestão interferirá no sono. Ainda, se oferecido na mamadeira, pode acarretar confusão de bicos e desmame precoce. O ideal é oferecer somente água ao bebê (ao início da alimentação complementar por volta do sexto mês, composta de frutas 'in natura', legumes e cereais integrais) utilizando-se um copinho.

Aditivos alimentares que tem impacto no cérebro

Pesquisas em bebês mostram que ômega-3 (presente em óleo de peixe) é essencial para o desenvolvimento normal do cérebro, pensamento e concentração. Também aumenta os níveis de serotonina. Um estudo mostrou que baixos níveis de ômega-3 estão associados com problemas de comportamento, de aprendizado e de sono (6).

Crianças são particularmente vulneráveis a aditivos alimentares porque seus organismos e cérebros são muito imaturos. Alguns aditivos reduzem os níveis de dopamina e noradrenalina no cérebro, resultando em comportamento hiperativo em algumas crianças (7-19). Então, se seu filho consome sorvete ou refrigerantes de cola e tem comportamento agressivo ou hiperativo, você já sabe a razão. Preste atenção especialmente nos seguintes corantes e aditivos:

- corante amarelo n. 6 tartrazina, que é usado em balas, gomas de mascar e gelatinas, pode provocar reações alérgicas, além de asma, bronquite e urticária (20).

- corante vermelho n. 3 ou carmim, usado em alguns biscoitos, geléias e doces, também é inibidor de dopamina a noradrenalina, e pode levar à perda de concentração e a comportamentos como desordem de atenção e hiperatividade (ADHD).

- benzoatos e parabenos, que são usados em refrigerantes, gelatinas e molhos de salada, são relacionados à asma e à hiperatividade.

- sulfitos (incluíndo dióxido de enxofre), encontrados em algumas sobremesas e sucos de frutas.

- nitratos, adicionados a alguns queijos e carnes em convserva como salsichas. Podem causar dores de cabeça e foram relacionados ao câncer em estudos com humanos.

- adoçantes e edulcorantes, são adicionados a refrigerantes, alimentos doces e sucos industrializados, podem reduzir os níveis de triptofano, que é vital para o cérebro sintetizar serotonina, e também podem produzir comportamento agressivo e hiperativo (21).

Idéias para implementar uma dieta que contribua para um sono melhor:

- Tenha comidas saudáveis em sua casa e não compre guloseimas ou alimentos pouco nutritivos. Assim, quando seu filho estiver com fome, você pode oferecer somente o que é saudável e nutritivo.

- Nunca use doces como recompensa ou consolo ao seu filho.

- Ofereça bastante água durante o dia, pois até uma desidratação leve pode trazer sentimentos de ansiedade e contribuir para problemas de sono.

- Coma mais carboidratos complexos do que processados (incluindo frutas e legumes crus). Grãos integrais devem ser parte diária da alimentação da família.

- Certifique-se de que seu filho consome cálcio suficiente. Baixos níveis de cálcio podem causar irritabilidade e nervosismo. As fontes de cálcio são leite, iogurte, queijo, brócoli, sementes de girassol, espinafre, entre outros.

- Prefira alimentos orgânicos sempre que possível.

- Evite gelatinas e outros produtos com aditivos alimentares que também são prejudiciais ao sono, como descrito acima.

- Sempre que possível, prepare refeições caseiras de ingredientes frescos, pois assim você saberá exatamente o que elas contêm.

- Ofereça frutas com farinha de aveia ou aveia em flocos finos, iogurtes naturais (que tal fazer em casa?), queijo branco. Sucos somente das frutas frescas, não ofereça sucos artificiais que têm açucares refinados e outros aditivos químicos, e preferivelmente não antes de 1 ano de idade.

- Ao invés dos populares farinhas industrializadas e similares (como mucilon e farinha láctea, que contêm cereais refinados e açúcares, ambos prejudicam o sono), prepare um 'super mingau' com cereais integrais, como: arroz integral, milho, soja, cevada, aveia, farelo de aveia, malte, trigo integral, semente de linhaça. Compre os grãos e moa em um processador ou liquidificador, cozinhe em água e acrescente um pouco de leite no final. Não coloque açúcar. Os grãos moídos em casa podem ser estocados no congelador por longo tempo.

- Iogurtes prontos com adição de corantes e aditivos, bolachas açucaradas, maisenas e outros não são alimentos próprios para um bom sono. Esqueça a idéia de 'engrossar' o leite do bebê para dormir melhor, o efeito será provavelmente o inverso.

- Pode ser que algum alimento da dieta do seu bebê esteja atrapalhando o seu sono e a melhor forma de descobrir isso é observando muito bem os efeitos dos diferentes alimentos em seu humor e saúde.

- Uma idéia bonitinha: crianças se interessam muito mais em comer as refeições se ajudarem a prepará-las! Então invista num livro de receitas para crianças e se divirtam cozinhando juntos!

Referências:
1-      Patti Teel. The Floppy Sleep Game Book: A Proven 4- Week Plan to Get Your Child to Sleep, 2005. Editora Berkley Publishing Group.
2-      Dr. William Sears, pediatra americano e autor de mais de 30 livros em puericultura.http://www.askdrsears.com/html/4/t042400.asp
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5-      Dez Passos para uma Alimentação Saudável. Guia Alimentar para Crianças Menores de 2 anos do Ministério da Saúde do Brasil-http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/10_passos.pdf
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Dra. Andréia C. K. Mortensen
Neurocientista

Publicado em: 01/07/2010.no Guia do Bebê
http://guiadobebe.uol.com.br/comer-bem-para-dormir-bem/
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