sexta-feira, 27 de junho de 2014

Amamentação diminui risco de asma

Estudo mostra que amamentação exclusiva por 6 meses oferece proteção contra asma

Amamentação por pelo menos 6 meses reduz o risco da criança desenvolver asma, um novo estudo holandês sugere. A amamentação exclusiva oferece maior proteção ainda.

O estudo foi publicado no dia 21 de julho de 2011 no periodico científico European Respiratory Journal, investigou o impacto da duração da amamentação e introdução de líquidos ou sólidos complementares em adição ao leite materno.

Já se sabia da conexão entre amamentação e risco de asma em estudos prévios. Entretanto, essa é a primeira pesquisa que investigou o impacto da duração da amamentação e a introdução precoce de alimentos ou outros líquidos com o número de episódios de crise de asma que a criança teve mais tarde.

Neste estudo também foram relatadas evidências de que os primeiros sintomas de asma aparecem bem cedo na vida nas crianças que foram amamentadas por pouco tempo ou não foram amamentadas exclusivamente.

"Crianças que nunca foram amamentadas tinham quase 50% mais risco de sintomas de asma do que as que foram amamentadas por mais de 6 meses. Além disso, crianças que foram amamentadas e receberam outros leites e alimentos precocemente tiveram 20% mais crises asmáticas do que bebês que foram exclusivamente amamentados" diz Liesbeth Duijts, médico e PhD, pesquisador da ‘Erasmus Medical Center’ em Rotterdam, Holanda.

Crianças que foram receberam outro tipo de leite, líquido ou sólidos durante os primeiros 4 meses além de leite materno tiveram um risco aumentado de respiração asmática, falta de fôlego, tosse seca e fleuma persistente durante os primeiros 4 anos, comparados com crianças que foram exclusivamente amamentadas.

As conexões mais fortes foram vistos entre respiração ofegante asmática e fleuma persistente, já que as crianças tiveram 1,4 e 1,5 mais chance de desenvolverem estes sintomas se nunca foram amamentadas.

"Sugerimos que quanto maior a duração da amamentação, menor o risco de de sintomas relacionados a asma, comparados com crianças que nunca foram amamentadas", diz Duijts.

Os pesquisadores usaram questionários para obter dados de mais de 5 mil crianças, com questões sobre seus primeiros 12 meses, se foram amamentadas ou não, quando foram desmamadas, e quando sólidos e outros líquidos foram introduzidos. Mais questionários foram completados quando as crianças tinham 1, 2, 3 e 4 anos para checar os sintomas relacionados a asma.

A conexão entre a duração da amamentação exclusiva com os sintomas de asma durante os primeiros 4 anos foi independente de doenças infecciosas ou atópicas.
Agnes Sonnenschein-Furgão der Voort, pesquisador que dirigiu o estudo, concluiu:

"Estes resultados apóiam as estratégias atuais de promoção da amamentação exclusiva por 6 meses em países industrializados. Mais estudos são necessários para investigar o efeito protetor da amamentação nos vários tipos de asma."

Fundação Européia do Pulmão - http://www.european-lung-foundation.org/

Estudo: Duration and exclusiveness of breastfeeding and childhood asthma-related symptoms. Sonnenschein-van der Voort AM, Jaddoe VV, van der Valk RJ, Willemsen SP, Hofman A, Moll HA, de Jongste JC, Duijts L. Eur Respir J. 2011 Jul 20. PMID: 21778163

Tradução- Andréia C. K. Mortensen
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