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domingo, 15 de março de 2015

Relactação passo-a-passo


1) Adquirir a sonda:

Compre em farmácia sonda nasográstrica número 4 ou 5 - às vezes só é encontrada em farmácias que vendem material hospitalar.
Compre várias sondas, pois pode ser melhor descartá-las após o uso já que é difícil lavá-las bem (mas é possível esterilizar em água fervente cada vez que for usada). Essas sondas nada mais são do que tubinhos fininhos.



2) Preparações:

Colocar o leite artificial no recipiente escolhido (seringa, copo ou mamadeira). 
Colocar uma ponta da sonda no recipiente e a outra deve ser presa ao seio, com sua extremidade perto do mamilo (pode usar esparadrapo, micropore). A ponta que fica no peito tem que ficar bem na aréola.
Tentar colocar o recipiente com o leite num local próximo e acima do nível do peito, para que a ação da gravidade facilite o fluxo do leite, e de preferência numa superfície firme para evitar que caia no chão. Nas primeiras tentativas vale a pena pedir ajuda de outra pessoa que segure o recipiente com o leite. 
É possível cortar a sonda em pedaços menores (10 cm) quando já estiver habituada, deixando o recipiente mais próximo do peito.


3) Iniciando: 

Coloque o bebê no seio para mamar. A criança sugará o peito e a sonda ao mesmo tempo e, à medida em que se alimenta, também estimula a produção do leite materno. A altura em que é colocado o leite e a força de sucção da criança determinam a velocidade de ingestão. O fluxo é controlado ao se dobrar um pouco a sonda. Desse modo o bebê começa a associar o peito com alimento e é estimulado a sugar o peito.
Se o bebê estiver recusando o seio, pingue leite sobre o seio para que ele queira sugar.



4) Quanto tempo preciso usar esse sistema?

O tempo para que a produção de leite seja estabelecida é de no mínimo uma semana, requer paciência e persistência para se obter sucesso. O leite ministrado pela sonda é o que a criança estava usando e, na medida do aumento de produção pela mãe, este é restringido progressivamente.

A relactação deve ter um começo e um fim, desde o primeiro dia que se começa deve se ter claro que não é para sempre, que num certo dia ela vai terminar. O recomendado geralmente é não estender a relactação por mais do que 6 semanas.



5) Que mais posso fazer para aumentar minha produção de leite?



- A sucção do bebê é a mais poderosa que existe, então amamente em livre demanda, mesmo sem a sonda, sempre que puder.

- Utilize uma bomba elétrica de boa qualidade e tente ordenhar seu leite também sempre que possível - isso ajuda a estimular a produção, mesmo se ainda não estiver saindo leite. A ordenha manual bem feita é igualmente eficiente. 

- Descarte o uso de qualquer bico artificial: mamadeiras, chupetas, bicos de silicone.

- Carregue seu bebê num sling, sempre que possível. Sentir o cheiro da mamãe acalma o bebê e o incentiva a sugar.

- Descanse quando puder, tire sonecas quando o bebê também o fizer. Durma perto de seu bebê (tomando precauções para prática da cama compartilhada): pesquisas mostram que cama familiar pode ajudar no estabelecimento da amamentação.


Vídeo explicativo: http://www.youtube.com/watch?v=p9-Y4A8lLNU

ATENÇÃO: A técnica de relactação é justamente para RE-lactar, usada quando a mãe deixou por qualquer motivo de oferecer seu peito ou em casos de mães adotivas que desejam amamentar.

RELACTAÇÃO NÃO É UM MÉTODO DE COMPLEMENTAÇÃO PARA SUBSTITUIR A MAMADEIRA. 

É importante que desde o começo o fluxo da sonda seja regulado, para que o bebê se acostume com o fluxo de LM (leite materno) do peito - nem toda sucção deve levar leite. 

A relactação sozinha não faz milagres, deve ser associada à livre demanda e auto-confiança. SE A MÃE PRODUZ QUALQUER QUANTIDADE DE LM A RELACTAÇÃO TEVE SUCESSO E NÃO É MAIS NECESSÁRIA: pode começar a diminuir o LA (leite artificial) usando copinho. 
Uma vez se consegue LM em volume aceitável o ideal é passar oferecer o complemento num copinho e deixar de usar a sonda. Lembre que existe sucção não alimentar, na sonda fica difícil saber até onde o bebê continua com fome e até onde está sugando por conforto.
Toda mamada deve começar e terminar pelo peito sozinho. Se o bebê adormece no peito, que seja no peito sem sonda.





quarta-feira, 30 de julho de 2014

Manual para aleitamento de prematuros

Olá, meninas

Ultimamente tenho visto alguns posts de mães de bebês prematuros, assim como a minha pequena Mônica, que nasceu de 32 semanas de gestação.
Por isso, vou postar aqui material sobre nossos pequenos, pois ainda é difícil encontrar na internet material confiável, de acordo com os princípios dessa comunidade, e que tragam informações além das que já sabemos: que se o LM é importante pra bebês nascidos a termo, mais ainda para os prematuros.

Com isso, posto o link pra o "Manual instrucional para aleitamento materno de recém-nascidos pré-termo", de autoria de:
Angela Midori Matuhara (Enfermeira da UCINE –Unidade de Cuidados Intensivos Neonatal do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo) e Masuco Naganuma (Professor-adjunto do Departamento de Enfermagem da UNIFESP)


Os trechos mais relevantes para nós, pois ele faz parte de uma Dissertação de Mestrado ( então não vai "direto ao ponto") são os que destaco abaixo.

Beijos a todas e força para seguirmos nossos instintos de mamíferas :o)
Gabriela Silva


Manual instrucional para aleitamento materno de recém-nascidos pré-termo*

Introdução
O aleitamento materno de prematuros (RNPT) é menos frequente que o de recém-nascidos de termo, devido à imaturidade das crianças e aos distúrbios que costumam apresentar após o nascimento. Estas limitações, porém, não constituem um obstáculo definitivo, e alguns programas de estímulo à prática da amamentação de prematuros têm logrado aumentar significativamente a taxa de amamentação. De modo geral, estas crianças permanecem por períodos prolongados nas unidades neonatais, onde o estímulo à prática da amamentação deve ter início.

A partir destas constatações e da falta de um programa estruturado de ensino dirigido às mães de prematuros quanto ao valor e à prática da amamentação, foi redigido um manual específico. O manual, descrito na seqüência do texto, contém informações encontradas na literatura, e tem como objetivo a programação e estímulo ao aleitamento nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) e serviços ambulatoriais que atendam aos prematuros. O manual foi utilizado em caráter experimental por enfermeiras em uma UTIN, como relatado no artigo seqüente desta Revista, e poderia ser utilizado por outros profissionais da área da saúde.

Primeira sessão – a importância do leite materno

O leite materno é o alimento ideal para o bebê, fundamental para a saúde e desenvolvimento da criança, devido às vantagens nutricionais, imunológicas e psicológicas, além de originar proveito para a mãe. O RNPT tem necessidades nutricionais especiais decorrentes de sua velocidade de crescimento e de sua imaturidade funcional.

Vantagens nutricionais: segundo o Ministério da Saúde(2001), o leite materno contém todos os nutrientes que um recém-nascido de termo necessita para os 4-6 meses de vida.

Em relação aos prematuros:
O leite materno oferece maior quantidade de proteína e tem relação caseína/lactoalbumina mais adequada do que o leite de vaca, 30% na forma de caseína e 70% de lactoalbumina. A fração lactoalbumina é digerida com mais facilidade, promovendo o esvaziamento gástrico mais rápido.

• O leite materno contém hidratos de carbono constituídos por lactose e oligossacarídeos. A capacidade de absorção da lactose pelo prematuro é
superior a 90%. Os oligossacarídeos são polímeros de hidratos de carbono com estrutura que mimetiza receptores antigênicos bacterianos, estimula o sistema imune e, assim, protege a mucosa da ação de bactérias.

• O leite materno tem lipídios que constituem 50% do teor calórico ofertado e composição particularmente adequada ao metabolismo do prematuro. A digestão e a absorção dos lipídeos são facilitadas pela estruturação da gordura em glóbulos, pela composição de ácidos graxos, elevada em ácido palmítico, oléico, linoléico e linolênico, e pela presença de lipase no próprio leite, cuja ação é estimulada pelos sais biliares. Adicionalmente, o leite humano contém ácidos graxos de cadeia longa, como o ácido araquidônico e o docosaexaenóico, que estão associados à cognição, ao crescimento e à visão. Os ácidos graxos ômega 3 do leite materno são essenciais para que haja desenvolvimento normal da retina, em especial nos RN de muito baixo peso. Estes ácidos, juntamente com as substâncias antioxidantes vitamina E, β-caroteno e taurina, podem explicar a proteção oferecida pelo leite materno contra o desenvolvimento da retinopatia da prematuridade.

• O leite materno contém vitamina A, importante na proteção do epitélio respiratório quanto à displasia broncopulmonar. A quantidade é maior no leite de mães de prematuros do que nas de RN a termo entre o 6º e o 37º dias de vida, com posterior redução. A concentração de vitamina D no leite de mães
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