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sexta-feira, 20 de novembro de 2015
Meu bebê mama para dormir. Tenho dúvida se isso é correto.
O ato de sugar para se acalmar e dormir é algo tão natural e instintivo que o bebê o faz desde o útero, sugando o dedo. Alguns bebês são flagrados fazendo isso nas ecografias, mas isso não significa que os outros não façam o mesmo - todo bebê suga o dedo dentro da barriga.
Depois que nasce é natural o bebê sugar o peito para dormir - para o bebê é instintivo fazer isso, então ele pede peito quando está com sono e adormece sugando. E quando a mãe não estiver por perto, o que fazer? O bebê vai se acalmar e dormir sem peito e sem chupeta?
Os bebês são capazes de adormecer de outra forma se a mãe não está perto - alguns adormecem com o balanço da rede ou carrinho, para outros basta cantar e fazer carinho, alguns são ninados no colo, outros descobrem o dedinho e passam a sugá-lo (e isso não é um problema - veja: http://grupovirtualdeamamentacao.blogspot.com.br/2015/01/se-o-bebe-esta-chupando-o-dedo-o-que.html) - o importante é que o bebê tenha confiança no cuidador e esteja acostumado com ele (fazer adaptação é muito importante - veja aqui: http://grupovirtualdeamamentacao.blogspot.com.br/2015/08/adaptacao-um-novo-cuidador-em-4-passos.html). É um erro pensar em dar chupeta, pois além de não ser necessário, a chupeta pode causar desmame e muitos outros problemas (http://grupovirtualdeamamentacao.blogspot.com.br/2014/07/a-chupeta-o-que-toda-mae-e-pai-deveria.html).
E se mesmo assim a mãe quiser que o bebê durma sem peito, até quando estiver com ela? Alguns bebês podem até aceitar isso, mas a maioria vai protestar, afinal o bebê não entende porque o peito está sendo negado. Se a mãe insiste o bebê chora desesperadamente, passa da hora de dormir, desregula as sonecas, entra em efeito vulcão (http://grupovirtualdeamamentacao.blogspot.com.br/2013/06/o-efeito-vulcao-pular-sonecas-produz.html), começa a pedir mais e mais peito e a mãe entra na neura do "leite fraco/pouco leite". Percebeu que isso não é uma boa ideia? Se a mãe simplesmente respeita a natureza ela tem um bebê descansado, feliz, que mama normalmente, e a mãe não duvida da sua capacidade de nutrir seu filho.
E até quando o bebê precisa do peito para dormir? Cada bebê tem o seu momento de conseguir dormir sozinho - sim, eles chegam nessa fase naturalmente - mas se a mãe está incomodada com este hábito ela pode fazer a Remoção Gentil a partir de 1 ano (http://grupovirtualdeamamentacao.blogspot.com.br/2015/04/quando-o-seu-bebe-acorda-frequentemente.html).
Muitas mães passaram por isso e conseguiram se ausentar sem precisar de chupeta - você não está sozinha. Neste vídeo a moderadora Gabriela Silva fala sobre volta ao trabalho, adaptação a um novo cuidador, como acalmar e fazer um bebê dormir sem chupeta:https://youtu.be/TGU7e7Z7lFc .
terça-feira, 23 de setembro de 2014
Você está amamentando e seu peito está sempre murcho? Que maravilha!!!
Por Fernanda Rezende Silva
Revisão: Amandita Areias
O título deste texto lhe assustou? Você imaginava que, para uma mulher conseguir amamentar plenamente, ela precisaria estar sempre com os seios bem pesados? Pois é, infelizmente este é um dos grandes mitos da amamentação, que gera muita insegurança nas mães e faz algumas até desistirem da amamentação - vamos entender porquê.
Logo que o bebê nasce é comum a mãe ficar com os seios cheios, já que o corpo ainda não sabe exatamente quanto leite precisa produzir para aquele bebê. Nas primeiras semanas (ou até nos primeiros meses) o corpo produz mais leite do que o bebê necessita - parece uma maravilha, mas é uma situação delicada, pois nesses casos a mulher corre o risco de ter empedramentos e até mastites. O bom mesmo é quando a mãe produz a quantidade de leite exata que o bebê precisa, e quando essa fase chega é claro que os seios não ficam mais cheios como antes. Nesse momento muitas mulheres se desesperam, pensam que o leite está secando, o que não é verdade - o corpo apenas ajustou a produção à demanda. Mas e aí, como é que o bebê vai mamar um peito murcho, vazio? Então, peito é fábrica! Sim, o leite é fabricado NA HORA em que o bebê está mamando! Você imaginava que o corpo da mulher passava o dia todo fabricando e armazenando leite materno? A natureza é muito mais eficiente do que isso! Uma pequena parte do leite é fabricado e armazenado, o restante só é fabricado na hora que o bebê começa a sugar - isso mesmo, produção online! Você já ouviu algum fazendeiro dizer que "a vaca guarda o leite do bezerro"? Pois então, ela não guarda nada - o que acontece é que, por mais que se ordenhe, ela vai produzir leite na hora que o bezerro começar a mamar - e a mesma coisa acontece com nós, mulheres: mesmo que você tenha ordenhado tudo que podia ou seu bebê tenha mamado um tempão, se logo em seguida ele quiser mamar vai ter leite sim - o corpo vai produzir.
E se a natureza é mesmo tão perfeita porque algumas mães precisam recorrer a fórmulas? Os principais motivos que levam as mães a dar complemento são: falta de informação (que gera a falsa sensação de não ter leite suficiente - leia sobre isso aqui:http:// grupovirtualdeamamentacao.blogs pot.com.br/2014/08/ sensacao-de-pouco-leite.html), sucção incorreta do bebê (que afeta realmente a produção de leite da mãe) e indicação do pediatra (muitos médicos receitam complemento até para bebês que não precisam). O leite é produzido online, na quantidade que o bebê precisa, mas por favor não vamos abusar da natureza - o bebê precisa sugar o peito de forma CORRETA. E se o bebê já mamava direitinho, já tinha a pega perfeita: o que faz um bebê passar a sugar de forma errada? Bicos artificiais (chupetas, mamadeiras, bicos de silicone)! Entendeu porque é tão importante evitar qualquer bico artificial? Eles atrapalham a livre demanda, afetam a forma como o bebê suga o seio da mãe e consequentemente interferem na produção de leite.
Peito murcho significa que tem um bebê mamando muito bem!
Se você conhece alguma mãe que tenha amamentado mais de 6 meses, pergunte a ela se o tempo todo o peito ficava cheio - a resposta que ela provavelmente lhe dará será essa: "não, só nos primeiros meses (ou semanas) os peitos ficavam cheios, depois ficavam murchos mas mesmo assim meu bebê conseguia mamar". Infelizmente nem sempre é fácil encontrar uma mulher que tenha amamentando mais tempo (as estatísticas brasileiras de amamentação são vergonhosas) então muitas acabam caindo no conto do complemento por pura falta de informação.
Peito murcho tem leite e os bebês sabem sugar - basta respeitar a natureza para que a amamentação transcorra naturalmente.
sexta-feira, 22 de agosto de 2014
Sensação de pouco leite
Por: Diana Cassar-Uhl, MPH, IBCLC
Tradução: Gabriela de O. M. da Silva
(…)
As preocupações das mães, que as levam a parar de amamentar antes do tempo recomendado, podem estar relacionadas com as expectativas que elas têm a respeito de como os bebês se comportam. Após várias gerações de bebês alimentados com mamadeiras, as famílias perderam a habilidade de passar adiante o conhecimento a respeito de como um bebê amamentado normalmente se comporta. Sem saber a respeito de quanto tempo um bebê normal e sadio pode ficar sem mamar, como são realmente os padrões típicos de sono dos recém-nascidos, e o que os bebês fazem quando começam a sentir fome (antes de chorar, pois o choro é um sinal tardio de fome) as mães podem ter dificuldade em se manterem confiantes que seus corpos serão capazes de produzir leite suficiente.
Os bebês alimentados com fórmulas comumente espaçam mais os horários de alimentação ou dormem por mais tempo do que aqueles que tomam leite humano, pois os leites não-humanos são mais difíceis para o bebê digerir. As mães podem então entender essa necessidade normal de amamentar com frequência, especialmente durante a noite, como um sinal de que o leite delas não é adequado, tanto em qualidade como em quantidade. Isso pode levar ao uso precoce e desnecessário de suplementos, e finalmente causar uma queda real na produção de leite: o bebê dorme por mais tempo enquanto digere as proteínas da fórmula, e o corpo da mãe não recebe o sinal de que mais leite precisa ser produzido(Walker, 2007).
Esses mal entendidos, talvez resultado de falta de informações a respeito do comportamento normal dos bebês ou de um apoio local à amamentação, frequentemente levam a mãe a perceber um problema na amamentação ou produção de leite que na verdade não existe.
Sensação de Pouco Leite
A sensação de baixa produção de leite, também chamada Sensação de Leite Insuficiente (Neifert & Bunik,2013), acontece quando uma mãe produz leite suficiente para o seu bebê, mas acredita que não, frequentemente porque ela associa incorretamente comportamentos normais do bebê a fome ou insatisfação com o peito.
Vários fatores podem contribuir para essa sensação de pouco leite. Influências sócio-culturais, como uma avó preocupada e insistente que pensa que o bebê “acabou de mamar” então não pode estar precisando ser alimentado novamente, podem diminuir a confiança da mãe em sua capacidade de satisfazer o apetite do bebê. Manejo incorreto da amamentação, utilizando horários fixos para amamentar, que é encorajado por alguns programas de “treinamento para bebês”, pode também atrapalhar a sensibilidade da mãe em entender as necessidades do bebê, uma vez que a ensinam a ver pelo relógio se é hora de amamentar, e não a observar os sinais de fome do filho.
A fisiologia da amamentação, como a mulher acreditar que suas mamas são grandes o bastante, ou se o peito vaza leite, se está endurecido e pesado, ou sente a “descida do leite” quando ele começa a ser produzido, também podem afetar a percepção da mãe a respeito da sua habilidade de produzir leite, apesar de todos esses fatores não serem indicativos da produção de leite.
O estado psicológico da mulher, principalmente se ela estiver deprimida ou ansiosa a respeito de sua capacidade de cuidar do bebê que ela gerou, também pode contribuir para a sensação de baixa produção (Dykes & Williams, 1999). Sem o apoio qualificado, competente e consistente da amamentação em cada comunidade, é difícil saber verdadeiramente quantas mães lutam contra essa sensação de leite insuficiente, ou uma impossibilidade real de amamentar exclusivamente o bebê.
Pesquisas indicam que existe sim uma relação entre o temperamento considerado “difícil” de um bebê e pouco entendimento a respeito dos sinais do bebê (McMeekin, Jansen, Mallan, Nicholson, Magarey, & Daniels, 2013)—um bebê que é muito inquieto ou choroso pode ser considerado faminto, mesmo quando não estiver, e sua mãe pode acabar concluindo que é incapaz de produzir leite suficiente para ele. Apesar de nem sempre sabermos se a mãe produz leite suficiente com a intervenção e apoio competentes, a Sensação de Leite Insuficiente, incluindo preocupação quanto à produção e se o bebê está crescendo o necessário, tem aparecido constantemente entre as razões mais comuns para as mães introduzirem complemento com fórmulas infantis ou mesmo parar de amamentar completamente (Li, Fein, Chen, & Grummer-Strawn, 2008;Gatti, 2008; Ahluwalia, Morrow, & Hsia, 2005).
Enquanto continuamos a identificar fatores de risco para a insuficiência real de leite (variações na anatomia oral do bebê, hipoplasia mamária ou desenvolvimento glandular insuficiente, índice alto de massa corpórea antes da gravidez , resistência à insulina, ou outras disfunções hormonais), é importantíssimo que as mães, acreditem ou não que estejam no grupo de risco, encontrem apoio adequado à amamentação antes mesmo do nascimento dos bebês. Uma aula pré-natal a respeito de amamentação pode ensinar as famílias a reconhecer quando a amamentação está indo bem ou não. Obter ajuda qualificada e competente o mais breve possível, pode fazer uma grande diferença na produção de leite, seja o problema resultado de informações incorretas a respeito do comportamento normal dos recém-nascidos, ou uma dificuldade real na amamentação.
Fontes:
Is Your Milk Supply Really Low? @
Ahluwalia, I. B., Morrow,B., & Hsia, J. (2005). Why do women stop breastfeeding?Findings from the Pregnancy Risk Assessment and Monitoring System. Pediatrics, 116(6),1408–1412.
Centers for Disease Controland Prevention. (2012). Breastfeeding report card 2012, United States:Outcome indicators. Retrieved from http://www.cdc.gov/ breastfeeding/data/ reportcard2.htm
Dykes, F. & Williams,C. (1999). Falling by the wayside: aphenomenological exploration of perceived breast-milk inadequacy in lactatingwomen. Midwifery,15(4), 232-246.
Ezzo, G. & Bucknam, R.(1995). On becoming babywise. Parent Wise Solutions, Inc.
Ezzo, G. & Ezzo, A. M. (1993). Growing kids God’s way. Growing Families International Press.
Gatti, L. (2008). Maternal perceptions of insufficientmilk supply in breastfeeding. Journal of Nursing Scholarship, 40(4), 355-363.
Li, R., Fein, S. B., Chen,J., & Grummer-Strawn, L. M. (2008). Why mothers stop breastfeeding:mothers’ self-reported reasons for stopping during the first year. Pediatrics, 122(Supp.2), S69-S76.
McMeekin, S., Jansen, E.,Mallan, K., Nicholson, J., Magarey, A., & Daniels, L. (2013). Associations between infanttemperament and early feeding practices: A cross-sectional study ofAustralian mother-infant dyads from the NOURISH randomised controlled trial. Appetite, 60(1), 239-245.doi: 10.1016/j.appet.2012.10.005
Neifert, M. R. & Bunik,M. (2013). Overcoming clinical barriers toexclusive breastfeeding. Pediatric Clinics of North America, 60(1), 115-145. doi:10.1016/j.pcl.2012.10.001
Odom, E. C., Li, R.,Scanlon, K. S., Perrine, C. G., & Grummer-Strawn, L. (2013). Reasons for earlier than desiredcessation of breastfeeding.Pediatrics,131, e726-e732. doi:10.1542/peds.2012-1295
Walker, M. (2007). Breast-feeding: Good starts, goodoutcomes. Journalof Perinatal and Neonatal Nursing, 21(3), 191-197.
Sobre a Autora:
Diana Cassar-Uhl, MPH, IBCLC, tem apoiadofamílias e profissionais de saúde na amamentação desde 2005 como uma Líder na La Leche League, IBCLC,instrutora de amamentação e pesquisadora. Escreveu “FindingSufficiency: Breastfeeding with Insufficient Glandular Tissue,” quesera publicado pela editora PraeclarusPress em julho de 2014. Apesar das vida acadêmica e carreira amanterem em Washington, DC, Diana mora em Nova York, com o marido e três filhos.Link para o original em Inglês:
segunda-feira, 11 de agosto de 2014
Tem mesmo pouco leite, baixo peso? NAN é a solução?
Por Andréia C. K. Mortensen
Revisão de Luciana FreitasDiagnóstico precipitado de "pouco leite", “baixo peso” e introdução precoce de leite artificial
Produção insuficiente de leite materno e baixo ganho de peso do bebê são queixas muito frequentes entre as mães. Geralmente a solução apresentada para esses casos por pediatras e outros profissionais da saúde é a introdução de leite artificial.
Porém, antes de diagnosticar essas duas situações, é preciso prestar atenção nos seguintes pontos:
1) Importantíssimo para o sucesso da amamentação é verificar se a pega no peito está correta: o bebê abre bem a boca, abocanha o mamilo e grande parte da aréola, alcançando os depósitos de leite localizados na região. Ao fechar a boca, os lábios ficam voltados para fora e vedam a passagem de ar, favorecendo o correto padrão de respiração pelo nariz. A língua se posiciona sob o mamilo, à frente, entre os rodetes de gengiva que comprimem a aréola, ajudando o bico a se alongar em até três vezes o seu tamanho dentro da boca do bebê. Tal alongamento é necessário para que alcance e toque o ponto de estímulo neural da deglutição, na região posterior do palato ("céu da boca") da criança. O recém-nascido obtém o leite por trabalho muscular (ordenha), não havendo, em momento algum, pressão negativa ou sucção, como infelizmente ocorre com a mamadeira e a chupeta.
Algumas imagens para ajudar:






Pega incorreta resulta numa ordenha ineficiente, não saciando as duas necessidades básicas do bebê - fisiológica (por leite materno) e neural (de trabalho muscular) -, além de causar fissuras mamilares e outros problemas, o que resulta em dor na mama durante a amamentação. Se notar que a pega não está correta, interrompa a sucção introduzindo delicadamente o dedo mínimo entre a boca do bebê e o seio e reinicie o processo. Não deixe que a criança continue mamando com pega incorreta.

2) A amamentação deve ser praticada em livre demanda para garantir que o bebê seja suprido em todas as suas necessidades nutricionais, inclusive hidratação. Desse modo, ele pode retirar todo o leite de que precisa conforme a sua vontade. Amamentação não combina com relógio: deixe o bebê comandar!
Para maiores informações, dois textos interessantes:
"Amamentação à la carte".
“A importância da livre demanda”
http://www.facebook.com/note.php?note_id=167469133305459
3) Se mesmo com a técnica (pega e posição) adequada e regime de livre demanda o bebê não ganhar peso, é preciso verificar se a mãe não está interrompendo a mamadaou trocando o bebê de peito antes que ele termine. O leite vai aumentando sua quantidade de gordura ao longo da mamada. Se o bebê for interrompido no meio de uma mamada, ele não irá cumprir o seu objetivo que pode ser, naquela mamada, o de mamar bastante leite gorduroso (às vezes ele quer apenas matar a sede). Portanto, deixe-o mamar à vontade, até quando ele quiser, porque ele é que sabe o que precisa naquele momento. Quando o bebê largar uma mama e quiser mamar mais, seja na hora ou mais tarde, você poderá oferecer o outro peito, então os dois vão ser estimulados. Dessa forma, para assegurar um bom ganho de peso é preciso: pega adequada, livre demanda e o respeito à vontade do bebê de permanecer no mesmo peito durante a mamada. Alguns recém-nascidos também sugam muito lentamente nos primeiros dias e precisam de muito tempo no peito (prepare-se, porque essa situação não dura para sempre!).
4) Se o bebê continuar não adquirindo peso apesar da efetivação dos três itens acima, é necessário conferir a hipótese de infecção urinária, que é uma das causas de baixo ganho de peso corpóreo em recém-nascidos.
5) Porém, mais importante que o valor registrado na balança é observar odesenvolvimento da criança. Bebê saudável não é o bebê que engorda muito. Recém-nascidos ganham peso em proporções inconstantes, mas devem dobrar o valor do nascimento até os seis meses e triplicá-lo até um ano de idade de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Segundo as orientações da OMS para o aleitamento materno, a quantificação rigorosa do ganho de peso do bebê pelos pais deve ser desincentivada. Os valores podem variar muito, porque cada criança tem o seu próprio ritmo de crescimento. É importante considerar o biotipo do bebê: como são os pais? Gordinhos, magrinhos, altos, baixos? A genética tem uma grande influência na estrutura física do indivíduo. Além disso, existem flutuações normais no peso. Colocar frequentemente a criança na balança pode levar os pais à insegurança. Pesar o filho antes e depois da mamada também não deve ser parâmetro para medir a quantidade de leite.
As novas curvas de crescimento revisadas pela OMS baseando-se em bebês alimentados com leite materno estão no link e fotos abaixo. Lembre-se de verificar com o pediatra de seu filho se ele está usando as curvas atualizadas!


6) O colostro, que começa a ser produzido no terceiro trimestre de gestação, é o primeiro alimento e a primeira "vacina" do bebê.
Leia o artigo "Amamentação na primeira hora, proteção sem demora!"-
Ele começa a ser secretado logo após o nascimento e é produzido em baixa quantidade justamente porque o recém-nascido ainda não está com os rins totalmente preparados para processar grande volume de líquidos. No período inicial, enquanto o leite não desce - demora entre três e cinco dias ou mais -, o colostro é suficiente e perfeitamente adequado ao bebê; portanto, continue colocando-o no peito frequentemente. Se a criança estiver mamando colostro em livre demanda e em contato contínuo com a mãe, seu choro nesse início de vida dificilmente poderá ser associado à fome e às colicas. Técnicas muito eficientes para acalmar o bebê na fase imediatamente apósao nascimento são as aplicadas na teoria da Exterogestação. Leia o artigo na íntegra, utilíssimo para bebês novinhos!
Teoria da Extero-gestação para bebes novinhos - Dr. Karp
7) A OMS cita que oferecer água ou leite artificial ao bebê ao invés de permitir-lhe o aproveitamento dos benefícios do colostro enquanto o leite materno não desce não é justificável.
8) Nas primeiras duas semanas de vida é natural o bebê perder até 10% de seu peso(excesso de líquidos retidos que são eliminados) e só voltar a recuperar o peso perdido após esse período, para então começar a ganhar peso propriamente dito.
Permita que seu filho mame o colostro e estimule a produção de leite materno, não interferindo nesse processo natural introduzindo mamadeiras.
9) Geralmente de seis a oito semanas após o parto, a mulher passa a não ter mais ejeções entre as mamadas e seus seios ficam desinchados, porque o corpo para de produzir leite em excesso e se autorregula conforme as necessidades do bebê, contanto que ele seja amamentado em livre demanda e sem uso de chupetas e mamadeiras. Portanto, é normal sentir os peitos murchos depois de um mês. O leite não fica armazenado no peito: a maior parte é produzida na hora da mamada (a não ser na fase imediatamente pós-parto, quando os peitos costumam até vazar). O engurgitamento das mamas nas primeiras semanas nada tem a ver com a quantidade de leite produzida e sim com uma inflamação temporária no início da lactação. Peitos cheios e vazamento são problemas iniciais, que desaparecem assim que a amamentação estiver estabelecida.
10) É absolutamente normal o bebê diminuir o ganho de peso a partir do terceiro mês de vida. O Dr. Carlos González, autor do livro Mi Niño no me Come, recomendado pela La Leche League International, chamou essa fase de "a crise dos três meses": "Por volta de 2-3 meses de idade, alguns bebês tornam-se tão eficientes na mamada que são capazes de mamar tudo o que precisam em 5 ou 7 minutos, algumas vezes em 3 minutos. Se ninguém disso isso para a mãe e ela espera que a criança fique no seio por “pelo menos 10 minutos”, ela vai achar que seu filho não está mamando o suficiente". Além disso, o bebê que ganhava peso rapidamente, agora está caindo na curva de crescimento. A mãe também notou que os seios não enchem mais como antes e não vazam. Todos esses fatos são normais, mas a mulher que não está ciente disso pode achar que há algo errado.
11) Outro mito moderno que muitas vezes ilude a mãe é que as crianças, à medida que o tempo passa, aprendem a dormir mais. Na realidade, elas passam mais tempo acordadas quando vão crescendo. É verdade que um dia vão dormir mais horas seguidas e, finalmente, a noite inteira, mas dificilmente isso acontece aos quatro meses de idade. Ao longo dos primeiros meses de vida, é mais provável que você observe seu bebê dormindo menos. Muitas crianças mamam várias vezes por noite ainda durante os primeiros anos (o que, para a mãe, é muito mais fácil do que preparar mamadeiras de madrugada). Dar LA não ajuda no sono e pode provocar desmame precoce. Estudo recente prova que não há diferenças no sono de bebês amamentados ou que tomam LA. Veja o texto Leite artificial ajuda no sono?? Estudo desmistifica essa noção comum!:
12) Tem mãe que nunca vê o próprio leite, ou seja, nunca consegue ordenhar uma gota com auxílio de bomba (manual ou elétrica) ou mesmo por ordenha manual, mas o bebê mama exclusivamente ao seio e se desenvolve muito bem. Portanto, a quantidade de leite extraída não é confiável para determinar o volume de leite produzido, não deve ser usada como medida de produção de leite suficiente.
13) Nas primeiras semanas, para saber se a produção materna de leite está adequada, pode-se contar quantas vezes por dia a criança urina: 5-6 fraldas molhadas indicam que ela está bem hidratada e a quantidade de leite é suficiente.
Casos reais de baixa produção de leite:
- Quando o bebê tem um repentino ganho de peso ou crescimento e o peito "ainda não teve tempo" de adequar a produção, ele pode pedir para mamar de hora em hora. Os picos/estirões de crescimento acontecem justamente por essa razão: aumentar a produção de leite materno. Esses fenômenos ocorrem por volta dos sete-dez dias, duas-três semanas, quatro-seis semanas, três meses, quatro meses, seis meses e nove meses, em média, e continuam ao longo do desenvolvimento da criança. A mãe deve respeitar os pedidos constantes para mamar e oferecer o peito, ou seja, amamentar em livre demanda, inclusive à noite. Só assim a sua produção se ajustará perfeitamente às necessidades do bebê, o que acontece em alguns dias. Oferecer leite artificial durante os picos de crescimento impede que o organismo da mãe se adapte à nova demanda, podendo iniciar um desmame precoce desnecessário, em alguns casos.

- Quando a mulher está cansada, exausta, beirando uma depressão pós-parto. Nesses casos, são necessários orientação real e efetiva e talvez aconselhamento médico. Apoio de uma rede de mulheres é muito importante. Procure grupos de apoio de amamentação em tua cidade ANTES mesmo do bebê nascer.
Onde achar grupos e bancos de leite (que dão orientação sobre amamentação):
- Quando a mulher começa a desacreditar de sua capacidade de nutrir o bebê. Ao oferecer leite artificial antes da mamada, o organismo entende que não precisa produzir a quantidade extra que a criança já tomou. Sem total confiança na capacidade de amamentar, a mulher coloca o bebê ao seio "já sabendo que não tem leite". Com a autoestima baixa é como se a mãe desistisse, "jogasse a toalha" e, então, pode ter a sensação de que o leite diminuiu.
O que fazer para aumentar a produção?
Quando a mulher passa a achar que produz menos pelos motivos acima citados ou quando o bebê repentinamente aumenta a demanda, pode-se tentar as seguintes medidas antes de recorrer ao leite artificial:
Físicas: descansar durante o dia, beber água sempre que sentir sede, deitar com a criança, amamentar pelo menos uma vez de madrugada (não precisa acordar o bebê, é só pegá-lo e colocá-lo ao seio mesmo dormindo), oferecer o peito mais vezes que o habitual durante o dia e amamentar sempre que a criança demonstrar interesse. Em casos em que a produção efetivamente parou porque a criança já está usando LA, mamadeiras e chupetas, pode-se tentar relactar, técnica muito simples. Ver aqui o texto O que é relactação e para que serve?
Emocionais: conscientize-se que, apesar do seu poder de gerar e nutrir, a mulher, quando tem um filho, fica pode ficar bastante fragilizada. Ela precisa receber muito apoio, boa orientação e amor, caso contrário, é possível que não consiga amamentar com sucesso. É importante cercar-se de pessoas que transmitam mensagens de otimismo, carinho, apoio, e não o contrário, de desestímulo. Parentes (quase sempre com boas intenções) chegam dizendo que amamentar dá muito trabalho, que o leite é fraco, que o bebê precisa de um complemento, etc. Esse tipo de "conselho" pode minar a autoestima da mãe. Não existe leite fraco. A natureza é sabia e poderosa. Nós, seres humanos, não estaríamos aqui se não fosse pelo leite materno. Ele chega sempre, e mais facilmente quando realmente o desejamos e temos orientação. A informação é muito importante, mas o apoio pode ser determinante. Uma criança não é responsabilidade só dos pais, é de todos. Ela é o nosso amanhã. Temos que respeitá-la e apoiar quem tem coragem de gerá-la. Apoio logístico consiste em ajuda efetiva para cuidar do bebê (pode vir do pai, da avó, da tia, de uma babá, de uma amiga, de qualquer um que o faça por amor e com muita atenção e cuidado). Apoio moral consiste no amor, no reconforto, na paciência, no incentivo, no respeito e nas boas vibrações das pessoas próximas. Amamentar é dar amor, mas, para fazê-lo, a mulher precisa recebê-lo!
Entretanto, a tendência parece ser chegar no consultório do pediatra com uma queixa sobre amamentação e sair com uma prescrição de leite artificial, pois é muito mais fácil fechar o diagnóstico de "pouco leite" como algo fixo, definitivo, imutável, do que trabalhar, orientar, aconselhar, visitar e acompanhar a mãe. Quanto mais desesperada estiver a mulher, mais ela terá a tendência de gerar o diagnóstico equivocado, e o pediatra então concluirá que ela não vai conseguir mesmo amamentar. Na maioria dos casos, dar de mamar é um ato de fé e persistência, mas é preciso ter apoio e orientação.
Definitivamente, Leite artificial não é a solução!

Hipogalactia ou agalactia verdadeira (ter pouco ou nenhum leite)
Por Luciana Freitas (Postado originalmente no GVA do Orkut)
Apesar das constantes queixas das mães a respeito da quantidade de leite que produzem, a hipogalactia e a agalactia (baixa ou nenhuma produção) são situações que afetam raras mulheres.
Os problemas que podem gerar essa verdadeiramente baixa ou nenhuma produção de leite são os seguintes:
1) Hipotiroidismo- O tratamento adequado resolve o problema.
2) Retenção de placenta - Com a expulsão da placenta, a produção se normaliza.
3) Agenesia do tecido mamário - Rara atrofia das mamas. Não impede a amamentação, mas a produção é baixa.
4) Cirurgia de redução mamária - Há mães que conseguem amamentar, outras não, outras conseguem com complementação.
5) Síndrome de Sheehan - Necrose da hipófise. A mulher não produz leite.
6) Déficit congênito de prolactina - Ausência do hormônio produtor de leite. Doença raríssima.
7) Desnutrição grave - O estado de desnutrição pode levar à diminuição da produção de leite.
Fonte das informações: GONZÁLEZ, Carlos. Un regalo para toda la vida – Guía de la lactancia materna. Madrid: Temas de Hoy, 2006.
sexta-feira, 27 de junho de 2014
10 Maiores erros que as mães que querem amamentar cometem
Para algumas mulheres, parece que amamentar é simples, claro e óbvio. Mas para outras, cada dia de amamentação é uma vitória, cada gota de leite materno é uma batalha e o ato por si só é carregado de imagens de falhas, tristeza e toneladas de lágrimas e frustações.
A mãe Laila, que tem uma menina mais nova e um menino mais velho, disse que cometeu um erro tremendo com seu filho ao ordenhar LM e colocar numa mamadeira para seu marido oferecê-lo. Rapidamente ele preferiu as mamadeiras, e então ela teve que ordenhar por todo um ano para que ele tomasse LM, pois rejeitou o seio.
Há algumas poucas razões que impedem a mulher realmente de amamentar, mas a vasta maioria é capaz de fazê-lo sim com sucesso. O problema é que muitas pessoas não sabem muito do ato de amamentar, acham que é natural e acontecerá facilmente ou que alguém lhes ensinará no hospital. Até existem alguns profissionais da saúde que ajudam, mas os segredos e erros ninguém ensina, ao menos que você leia alguns livros sobre o tema.
Seguem então 10 maiores erros da amamentação:
1. Não pedir ajuda: Amamentar é natural e é a maneira mais básica do seu bebê se alimentar, mas não é fácil para muitas mulheres. Consultoras de lactação existem por uma razão. Se você não pode pagar uma, então peça ajuda de amigas que já amamentaram. Elas podem dar dicas de como aumentar a produção de LM, como tratar seios doloridos, como se certificar de que o bebê está mamando suficiente, e todas outras dúvidas que você tem. Elas já passaram por isso também.
2. Assumir que você não tem leite suficiente: Seus seios foram feitos para amamentar seu bebê. Não fique paranóica e desista porque parece que seu bebê está com muita fome. Bebês tem fome, muita fome! Seu trabalho principal é mamar. E mamar. E mamar.
3. Ter medo de amamentar em publico: Não se preocupe com o povo que adora julgar e falar asneiras que não gosta de mães que amamentam em público. Se isso te incomoda mesmo, use um paninho para se cobrir. Mas não assuma que eles- e seu orgulho e julgamentos - estão certos.
Eles não estão. Você está. Tenha confiança nisso.
4. Achar que não pode amamentar porque trabalha fora: Eu tive sorte de amamentar ambos meus filhos por 1 ano e 2 anos e meio quando estava em casa com eles, mas muitas mães que trabalham fora conseguem continuar amamentando, ordenhando LM com auxílio de bombas, estocando e o cuidador (a) oferecendo ao bebê Dá certo com muitas mulheres, e isto é feito em vários lugares do mundo.
5. Desejo de ‘incluir’ o pai: Certamente que você deve incluir o pai! Deixe-o segurar o bebê e trazê-lo para você amamentar. Mas somente a mãe pode fazer leite materno e LM é a melhor coisa para o bebê. Não caia na armadilha da mamadeira porque o pai quer ‘fazer parte de tudo’. Sua produção de LM vai diminuir e você pode ter não conseguir amamentar.
6. Não ensinar seu marido: Só porque o pai não pode amamentar, não significa que ele não pode ser parte. Meu marido anotava o tempo que nosso bebê mamava, dormia, o xixi e coco e isso nos ajudou nas consultas com o pediatra. E também me ajudou a lembrar qual peito que foi o último que o bebê mamou quando estava muito exausta e sonolenta.
7. Se deixar influenciar por ‘bullying’: Há muitas pessoas negativas em todo lugar. Vão te falar que seu bebê está muito velho para amamentar (com 7 meses!!), que seu bebê não está no percentile 99th então ela está passando fome, que amamentar é obceno e que seus peitos vão cair, etc, etc. Não ouça! Para que amamentação dê certo, você tem que amamentar e amamentar frequentemente, em livre demanda. Os outros vão dizer o que querem. Seu trabalho é ignorá-los.
8. Esquecer que é benéfico para você, também: Bebês não são os únicos que ganham com a amamentação, mães também podem emagrecer mais rapidamente e ganham alguma proteção contra câncer de mama, ovário, cervical e osteoporose mais tarde na vida. Todo mundo ganha!
9. Amamentar conforme o relógio: O relógio não lhe diz quando o bebê está satisfeito. Quem diz isso é o bebê! Eu cometi o erro de amamentar com hora marcada e isso resultou em produção insuficiente de leite com meu primeiro bebê. Isto me forçou tomar compostos, a acordar a noite para ordenhar LM e outras medidas para tentar consertar os problemas na produção de LM que eu mesma criei no começo. É fácil de evitar, simplesmente não olhe para o relógio.
10. Dar LA cedo demais: se você der LA muito cedo, sua produção de LM vai diminuir. Nas 6 primeiras semanas, tente não desistir de amamentar, é cedo demais. Após isso seu suprimento de leite estará melhor estabelecido e você poderá escolher o que fazer.
Quais foram seus maiores erros?
Por Sasha Brown-Worsham em 11 de julho de 2011
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Pessoal, este artigo foi traduzido diretamente do site acima, mas como esclarecimentos, o GVA não apoia que após as 6 semanas se ofereça LA e não assume que não haveria problema algum. Pelo contrário, sabemos que confusão de bicos podem acontecer a qualquer momento.
O GVA apoia a amamentação exclusiva por 6 meses que tem benefícios para mãe e para o bebê.
Efeito protetor da amamentação exclusiva por 6 meses- artigo na íntegra
Amamentação exclusiva reduz risco de obesidade
Amamentação exclusiva reduz risco de asma
Outro erro que aqui no GVA observamos muito é ter pediatras que não apoiam a amamentação orientando as mães. Claro, se o pediatra é do tipo que acha mais fácil dar mamadeira, que desmama deliberadamente e precocemente, a amamentação está fadada ao insucesso, mesmo que a mãe deseje amamentar.
Sem uma rede de apoio e um profissional da saúde que entenda de manejo de amamentação, a situação é muito difícil. Por isso orientamos que as mães pesquisem e entrevistem pediatras, peçam indicações de pediatras ‘amigos do peito’, perguntem quanto tempo os bebês que eles atendem amamentam em média, etc.
Tradução e comentários finais de Andréia C. K. Mortensen
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